Texto a Traga dia Paulo Coelho
O Poder da Palavra
Punhais e armas de fogo deixam
vestígios de sangue.
Bombas abalam edifícios e ruas.
Venenos terminam sendo detectados.
Mas a palavra destruidora consegue
despertar o Mal sem deixar pistas.
Crianças são condicionadas durante anos pelos pais,
artistas são impiedosamente criticados,
mulheres são sistematicamente massacradas
por comentários de seus maridos,
fiéis são mantidos longe da religião
por aqueles que se julgam capazes
de interpretar a voz de Deus.
Procure ver se você está utilizando esta arma.
Procure ver se estão utilizando esta arma em você.
E não permita nenhuma destas duas coisas.
Paulo Coelho
Procure colocar sua alma por escrito,
mesmo que ninguém leia, ou, o que é pior,
mesmo que alguém termine lendo
o que você não queria.
O simples fato de escrever nos ajuda
a organizar o pensamento e ver
com clareza o que nos cerca um papel
e uma caneta pode fazer milagres, curam dores,
consolidam sonhos,
levam e trazem a esperança perdida.
A palavra tem poder. A palavra
escrita tem mais poder ainda.
O Bom Combate
Certa vez, um poeta disse que nenhum homem era uma ilha. Para combater o Bom Combate, precisamos de ajuda. Precisamos de amigos, e quando os amigos não estão por perto, temos que transformar a solidão em nossa principal arma. Tudo que nos cerca precisa nos ajudar a dar os passos que precisamos em direção ao nosso objetivo. Tudo tem que ser uma manifestação pessoal de nossa vontade de vencer o Bom Combate.
Sem isto, sem perceber que precisamos de todos e de tudo, seremos guerreiros arrogantes. E nossa arrogância nos derrotará no final, porque vamos estar de tal modo seguros de nós mesmos que não vamos perceber as armadilhas do campo de batalha.
Além das forças físicas que nos cercam e nos ajudam, existem basicamente duas forças espirituais ao nosso lado: um anjo e um demônio. O anjo nos protege sempre, e isto é um dom divino – não é necessário invocá-lo. A face do seu anjo está sempre visível quando você vê o mundo com os olhos belos.
O Nascimento da Cidade
Uma das muitas lendas conta que o apóstolo Tiago vai até a província romana de Hispania, levar o evangelho. Mais tarde, retorna a Jerusalém, onde é decapitado.
Dois de seus discípulos, Atanásio e Teodoro, colocam seus restos mortais em um barco sem leme, e partem em direção ao mar revolto, sendo guiados apenas pelas correntes marítimas. Terminam dando no mesmo local onde antes Tiago estivera pregando a palavra de Jesus. Os discípulos enterram seu corpo ali. O tempo passa, até que um pastor, chamado Pelayo, vê durante muitos dias
uma chuva de estrelas em um campo. Guiado por esta chuva, encontram ruínas de três tumbas – de Tiago e de seus dois discípulos. O rei Alfonso II manda erigir uma capela no local, “Campus Stellae” (Campo da Estrela), e as peregrinações começam. O nome latino vai aos poucos mudando, até transformar-se em Compostela.
A ausência da história pessoal
Para que os ritos mágicos consigam passar de geração em geração, o feiticeiro (ou xamã) deve esquecer tudo aquilo que aprendeu antes de iniciar-se na magia.
Segundo a tradição, um homem ou mulher que está preso ao seu passado, termina deixando governar-se pela maneira de pensar de seus pais, ou a sociedade em que vive. Por isso, todo iniciado escolhe um novo nome, e procura livrar-se de lembranças, boas ou más.
Para poder abandonar a história que viveu, o feiticeiro passa meses seguidos recordando, nos menores detalhes, cada um dos eventos de sua vida.
Algumas tradições pedem que ele fique horas a fio contando em voz alta, para um copo cheio de água, tudo que aconteceu em cada encontro com cada pessoa; assim, a experiência sai da memória e vai para a água – que em seguida é atirada em um rio. Desta maneira, a cabeça fica “vazia”, e pode começar a ser preenchia com novas coisas.
Uma vez livre de seus pensamentos antigos, o feiticeiro concentra-se no silêncio interior, e espera que os espíritos comecem a contar a verdadeira história do universo.
Este silêncio, junto com a ausência de lembranças passadas, dá ao feiticeiro a sensação de liberdade total para entender um novo mundo.
A teia
Quando começa a entender seu novo universo, ele entra numa espécie de transe, e “vê” que tudo a nossa volta é uma gigantesca teia de filamentos luminosos, totalmente ligados – ou seja, tudo é uma coisa só, e parte da mesma energia. Às vezes, estes filamentos luminosos se condensam sob a forma de ovo, e isso significa que ali está a alma de um ser humano (Carlos Castaneda explica bem esta visão em seu livro “Uma estranha realidade”).
Olhando o seu próprio “ovo de luz”, o feiticeiro nota um ponto, que deve se encaixar com os filamentos luminosos capazes de conduzir a energia do poder. Esta energia, embora possa ser usada pelo feiticeiro, não pode ser manipulada – ele tem que saber conduzi-la suavemente para o seu aprendizado. Aproximar-se deste ponto de encaixe é o trabalho mais difícil da iniciação, e exige silêncio, meditação, e perseverança.
Sobre Demônios
Um demônio não precisa de tempo para causar estragos — assim como as tempestades, os furacões e as avalanches, que conseguem destruir, em algumas horas, árvores que foram plantadas há duzentos anos.
Demônios chegam e partem sempre, sem que necessariamente algo seja afetado pela presença deles. Estão constantemente caminhando pelo mundo, às vezes apenas para saber o que está acontecendo, outras vezes para testar esta ou aquela alma, mas são inconstantes e mudam de alvo sem qualquer lógica, guiados apenas pelo prazer de uma batalha.
Mas o terror permanece. Os homens são virtuosos porque existe o terror, mas a sua essência é maligna, todos são seus descendentes, acredita o demônio
Sobre Deus
O que é Deus?
O que seria a salvação, se é que o mundo precisa ser salvo?
Nada.
Se todos vivessem suas vidas e deixassem que os outros fizessem o mesmo, Deus estaria em cada instante, em cada grão de mostarda, no pedaço de nuvem que se mostra e se desfaz no momento seguinte.
Deus está aqui, e mesmo assim as pessoas acreditam que é preciso continuar procurando-o, porque parece simples demais aceitar que a vida é um ato de fé, e Deus nos pedirá contas no final.
Em busca de Jesus
Depois de uma longa noitada, o bêbado está voltando para casa quando se esbarra em um pastor que se prepara para batizar um grupo de evangélicos à beira do rio.
Sentindo o cheiro de álcool, e querendo dar um exemplo a seus fiéis, o pastor o segura pelos ombros:
- Gostaria de encontrar Jesus?
- Sim, claro. Gostaria de encontrar qualquer pessoa para discutir sobre a vida, e beber mais um gole.
O pastor não se dá por vencido. Pede aos fiéis que dêem as mãos, todos entram no rio, mergulha o bêbado, retira-o da água, e grita:
- Irmão, encontrou Jesus?
- Não, não encontrei.
O pastor pede a todos que cantem Aleluia, e o mergulha mais uma vez.
- Agora, irmão, encontrou Jesus?
- Ainda não encontrei – responde o bêbado.
Desta vez o grupo inteiro começa a fazer um longo exorcismo, e no final o bêbado é mergulhado pela terceira vez no rio. Triunfante, o pastor o retira da água, clama aos céus que as bênçãos desçam sobre todos, e virando-se para o homem, afirma com toda convicção:
- Tenho certeza que desta vez encontrou Jesus!
- Sinto muito, mas não consegui encontrar. O senhor tem certeza que ele se afogou aqui mesmo?
O Cantor Substituto
Aconteceu há muitos anos na Ópera de Paris (não pude comprovar se é verdade). Os ingressos estavam todos esgotados para a apresentação de um famoso tenor, mas no dia marcado, já com a casa repleta, descobriu-se que um problema de transporte iria impedir que ele chegasse a tempo.
Desconcertado, o diretor da Ópera subiu ao palco, explicou o que estava acontecendo, e pediu que um tenor local o substituísse.
A audiência reagiu como era de se esperar; desconforto, alguns expectadores se levantando para pedir o dinheiro de volta, e outros simplesmente aguardando o que estava por vir, já que tinham marcado seus choferes e seus jantares para determinada hora, e não sabiam exatamente como passar o tempo.
O tenor substituto subiu ao palco e fez o melhor que podia. Durante duas horas, cantou com sua alma e seu coração. No final, um silêncio quase completo – porque não era exatamente ele que esperavam escutar.
Apenas um espectador aplaudia. E em determinado momento, ouviu-se sua voz infantil:
- Papai, você é genial! Você é genial!
No momento seguinte, todo o teatro ovacionava de pé o espetáculo; uma simples palavra de amor havia mudado tudo.
Entendendo a rotina
Há momentos em que o caminho do guerreiro passa por períodos de rotina. Então ele aplica um ensinamento de Nachman de Bratzlav:
“Se você não consegue se concentrar, ou se está aborrecido com o seu dia, deve repetir apenas uma simples palavra, porque isto faz bem a alma. Não diga nada mais, apenas repita esta palavra sem parar, incontáveis vezes. Ela terminará perdendo seu sentido, e depois ganhará um significado novo. Deus abrirá as portas, e você terminará usando esta simples palavra para dizer tudo o que queria”.
Quando é forçado a fazer a mesma tarefa várias vezes, o guerreiro utiliza esta tática, e transforma o seu trabalho em oração.
Quem é o mestre
Mônica Lepri envia a seguinte história da tradição sufi:
Um discípulo perguntou a Nasrudin:
- Como você se tornou um mestre espiritual?
- Todos nós já sabemos o que precisamos fazer em nossas vidas, mas nunca aceitamos isso, – respondeu Nasrudin. Para entender esta verdade, precisei passar por uma situação curiosa.
“Certo dia, eu estava sentado na beira de uma estrada pensando no que fazer, quando chegou um homem e postou-se diante de mim. Para afastá-lo dali, eu fiz um gesto, e ele o repetiu. Achei aquilo engraçado, e fiz outro gesto; ele me imitou, e acrescentou um novo movimento”.
Nós começamos a cantar e a realizar toda sorte de exercícios. Eu me sentia cada vez melhor, e passei a adorar o meu novo companheiro. Algumas semanas se passaram, e um dia eu perguntei-lhe:
“Diga-me: o que devo fazer a seguir, Mestre?”
E o homem replicou: “Mas eu pensei que você era o mestre!”
Kandinsky para seus quadros
Pintar é uma arte. E a arte é um poder que deve ser dirigido para o crescimento da alma. Se a arte não realiza este trabalho, o abismo que nos separa de Deus permanece sem uma ponte.
O artista deve o seu talento a Deus, e precisa saldar este débito. Para isto, é necessário trabalhar duro, saber que é livre em sua arte, mas não em seu compromisso com a vida. Tudo o que sente e pensa é parte da matéria-prima com que irá melhorar a atmosfera espiritual a sua volta.
A beleza seja na arte, seja em uma mulher, não pode ser vazia; precisa estar a serviço do homem e do mundo.
O GUERREIRO
Todo guerreiro já ficou com medo de entrar em combate.
Todo guerreiro já mentiu e traiu no passado.
Todo guerreiro já perdeu a fé no futuro.
Todo guerreiro já trilhou um caminho que não era dele.
Todo guerreiro já sofreu por bobagens.
Todo guerreiro não sabia que era guerreiro.
Todo guerreiro já falhou com suas obrigações.
Todo guerreiro já disse sim quando seu coração dizia não .
Todo guerreiro já feriu alguém que amava.
Por isso que é um guerreiro!
Porque passou por todos esses obstáculos e não perdeu a esperança de se tornar o melhor!
Decidindo o destino alheio
Malba Tahan conta a história de um homem que encontrou um anjo no deserto, e deu-lhe água.
“Sou o anjo da morte e vim buscá-lo”, disse o anjo. “Mas como você foi bom, vou emprestar-lhe o ‘Livro do destino’ por cinco minutos; você pode alterar o que quiser”.
O anjo entregou o livro. Ao folhear suas páginas, o homem foi lendo a vida dos seus vizinhos. Ficou descontente: “estas pessoas não merecem coisas tão boas”, pensou. De caneta em punho, começou piorar a vida de cada um.
Finalmente, chegou na página de seu destino. Viu seu final trágico, mas quando preparava-se para mudá-lo, o livro sumiu. Já se tinham passado cinco minutos.
E o anjo, ali mesmo, levou a alma do homem.
Sobre os ex-namorados
História do diário da cantora européia
Um amigo me perguntou hoje qual a coisa em comum que todos os meus namorados têm. A resposta foi fácil: EU. E ao ver isso, percebi o tempo que tenho perdido na busca da pessoa certa – porque eles mudam, eu permaneço a mesma, e não aproveito nada do que vivemos juntos.
O que faz com que me afaste de homens que podiam ser importantes na minha vida? A necessidade de sempre manter o controle. O mais curioso é que, quando começo a mostrar ciúmes, ou quando não agüento mais a relação amorosa, os homens – antes tão independentes, tão cheios de si mesmos – se transformam em cordeiros assustados. Ficam com medo de me perder. Neste momento, já não os consigo respeitar mais, e o relacionamento se torna impossível.
O amigo insistiu: você já amou alguém? Tive sempre medo desta pergunta, mas Paulo me pediu para que escrevesse este diário, e preciso respondê-la. Não, nunca amei alguém. Tive muitos homens, mas sempre fiquei esperando a pessoa certa. Conheci o mundo inteiro, e não consegui achar o lar que procurava. Já controlei, fui controlada, e o relacionamento não passou disso.
Agora que respondi “não, nunca amei”, estou mais livre. Entendo o que está faltando na minha vida.
"Sempre existe no mundo uma pessoa que espera a outra, seja no meio de um deserto, seja no meio das grandes cidades.
E quando estas pessoas se cruzam, e seus olhos se encontram, todo passado e todo futuro perdem qualquer importância, e só existe aquele momento, e aquela certeza incrível de que todas as coisas debaixo do sol foram escritas pela mesma Mão.
A Mão que desperta o Amor, e que fez uma alma gêmea para cada pessoa que trabalha, descansa e busca tesouros debaixo do sol.
Porque sem isto não haveria qualquer sentido para os sonhos da raça humana..."
Quando coração fala mais alto…
“Amamos porque o Amor nos liberta. E passamos a dizer as palavras que não tínhamos coragem de sussurrar nem para nós mesmos.
Tomamos a decisão que estávamos deixando para depois.
Aprendemos a dizer “não”, sem considerar essa palavra como algo amaldiçoado.
Aprendemos a dizer “sim”, sem temer as consequências.
Esquecemos tudo o que nos ensinaram a respeito do amor, porque cada encontro é diferente…”
(Paulo Coelho, manuscrito encontrado em Accra)
Esta é uma palavra que a gente deveria colocar sob suspeita durante algum tempo. Quais são as coisas que a gente não faz porque realmente não tem vontade e quais aquelas que não fazemos porque são arriscadas? Eis um exemplo de risco que confundimos com “falta de vontade”: falar com desconhecidos. Seja um flerte, um simples contacto, um desabafo, raramente conversamos com estranhos. E sempre achamos que “foi melhor assim”.
Terminamos sem ajudar e sem sermos ajudados pela vida. Nossa distância nos faz parecer muito importantes, muito seguros de nós mesmos, mas, na prática, estamos passando longe dos milagres que os anjos colocaram em nosso caminho.
O guerreiro da luz aprendeu que Deus usa a solidão para ensinar a convivência. Usa a raiva para mostrar o infinito valor da paz. Usa o tédio para ressaltar a importância da aventura e do abandono. Deus usa o silêncio para ensinar sobre a responsabilidade das palavras. Usa o cansaço para que se possa compreender o valor do despertar. Usa a doença para ressaltar a benção da saúde. Deus usa o fogo para ensinar sobre a água. Usa a terra para que se compreenda o valor do ar. Usa a morte para mostrar a importância da vida.
Paulo Coelho
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