Tenho um ser que Mora dentro de Mim

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Poemas da amiga
VII

Gosto de estar a teu lado,
Sem brilho.
Tua presença é uma carne de peixe,
De resistência mansa e de um branco
Ecoando azuis profundos.

Eu tenho liberdade em ti.
Anoiteço feito um bairro,
Sem brilho algum.

Estamos no interior duma asa
Que fechou.

De Poemas da Amiga

Mário de Andrade
ANDRADE, M., Poesias Completas, Vol I, Nova Fronteira

Depois de se fazer amor, o primeiro a falar diz uma tolice.

A amizade é como a sombra na tarde - cresce até com o ocaso da vida.

Nas mulheres jovens, a beleza supre o espírito. Nas velhas, o espírito supre a beleza.

Quando se ama, o amor cerra o coração a todos os prazeres que não decorram dele.

A tolerância é a virtude do fraco.

Sentir, amar, sofrer, devotar-se, será sempre o texto da vida das mulheres.

A natureza deu-nos duas orelhas e uma só boca para nos advertir de que se impõe mais ouvir do que falar.

Ninguém está livre de dizer tolices; o imperdoável é dizê-las solenemente.

Ao longo da tua vida tem cuidado para não julgares as pessoas pelas aparências.

A covardia é a mãe da crueldade.

No alto

O poeta chegara ao alto da montanha,
E quando ia a descer a vertente do oeste,
Viu uma cousa estranha,
Uma figura má.

Então, volvendo o olhar ao subtil, ao celeste,
Ao gracioso Ariel, que de baixo o acompanha,
Num tom medroso e agreste
Pergunta o que será.

Como se perde no ar um som festivo e doce,
Ou bem como se fosse
Um pensamento vão,

Ariel se desfez sem lhe dar mais resposta.
Para descer a encosta
O outro lhe deu a mão.

Machado de Assis
Ocidentais (1880).

Vivam os meus inimigos! Eles, ao menos, não me podem trair.

Tudo está fluindo. O homem está em permanente reconstrução; por isto é livre: liberdade é o direito de transformar-se.

As tias, as mães e as irmãs têm uma jurisprudência particular com os seus sobrinhos, os seus filhos e os seus irmãos.

A riqueza, não se mede pelos bens que se possui, mas sim pelo bem que se faz.

stop
a vida parou
ou foi o automóvel?

Carlos Drummond de Andrade
ANDRADE, C. D. Alguma Poesia, Belo Horizonte, Edições Pindorama, 1930

O progresso dá-nos tanta coisa que não nos sobra nada nem para pedir, nem para desejar, nem para jogar fora.

Carlos Drummond de Andrade
ANDRADE, C. D. Passeios na Ilha, 1952

Quem deseja diminuir a sua ignorância deve, em primeiro lugar, confessá-la.

Não merece o doce quem não experimentou o amargo.