Tédio
Coração que sente sozinho e sofrido, pede o carinho e o amor sofrendo em tédio de dor e esquecido, a clamar pelo remédio que não pode ser vendido, o verdadeiro amor que quem tem não quer doar, tem sonegado e dado ouvido ao orgulho, deixando o amor encarcerado em seu peito magoado, cheio de rancor e pedregulho.
Dentro da farmácia, está a eficácia do remédio pra tédio, cansaço e dor, dentro de um abraço está a cura para a dor do amor.
O olhar no vazio do tempo
O tédio de um dia pacato,
No final todos são iguais
Todos sentem saudades
E choram por alguém...
Eu não consigo sair da minha zona de conforto - que não é tão confortável como o nome diz.
Quero dizer que não consigo me "mexer", fazer algo de útil e tornar o meu dia produtivo.
Eu queria ter a facilidade em cumprir deveres. Queria ser disciplinada e ter muita motivação. Mas tudo que sei fazer é reclamar e choramingar.
Minha vida é um completo tédio. Eu poderia está apaixonada e ocupar minha mente em amar alguém que não fosse minha família. Porém, não existe ninguém. Não tem ninguém pra tampar meu vazio.
E os dias passam, passam, as horas passam, e eu não me importo.
Eu não me importo, inclusive, com minhas responsabilidades.
Não sei nem que dia é hoje...
Nada é interessante.
Nada faz sentido, principalmente a vida: viver não faz sentido.
Queria entender tudo e ser um robô como os outros, mas eu simplesmente não vejo prazer.
NÃO HÁ PRAZER EM VIVER. Porque eles são robôs. Robôs prestes a morrer. Robôs que, a qualquer momento, instante, pode falhar e nunca mais ser ligado.
Robôs sim. Eles nascem, vão para a escola, estudam e depois estudam, depois se casam, filhos e filhos, trabalha (muito trabalho) pra poder ter grana e viajar. Pra poder ter grana e viajar...
Sim, apenas por isso.
Chamam isso de vida? Chamam isso de "felicidade"?
O pior de tudo é, e se eu não conseguir nada disso? Serei um fracassado?
O que não entendo é, do que adianta todo esse sacrifício, se no final todos nós iremos morrer?
Se você é rico ou pobre, bonito ou feio, legal ou chato, humilde ou egocêntrico, não adianta NADA.
Todos, todos, exatamente todos nós iremos morrer.
E eu?
Eu prefiro pular essa parte de ter que me sacrificar pelo resto da minha existência, e ir logo para a parte onde eu morro de uma vez.
Mãe, eu preciso me desafiar. Ser uma mulher independente. Imagina se o carro tivesse me matado. (...) Quero dizer que meu obituário teria sido um tédio!
Chegou Segunda-feira,
Onde tudo é massante.
Chegue logo Sexta-feira,
És o dia dos amantes.
Diário de um Artista | Cabo-PE, 05-Mar-2016
Se a Deus agrada a vida tediosa e repleta de mesmice, acho que vou para o céu, mas com aquele pequeno desejo de ir para o inferno.
Tem momentos na vida que mudar é preciso.
Arrancar as roupas usadas do corpo, pular muros, ultrapassar barreiras.
A rotina virou tédio, não dá mais para aturar aquele dia a dia morno e sem vida.
Mudar os móveis, a cor da parede, mudar o cabelo, frequentar novos lugares, novos ares...
Realizar sonhos, vencer a si mesmo, sair de si mesmo.
Mudar é preciso.
Nada muda se você não mudar.
Debruçada, já com os braços e mente dormentes, de fundo uma voz tagarelava sobre equações e seus graus e não parecia importante, talvez estar estagnada em uma espécie de não existência fosse mais produtivo do que este mantra sem sentido repetido aula pós aula, professor pós professor. Apenas porque descobrir é mais interessante do que aprender, viver uma história é mais gostoso que ouvi-la, já não me importava mais saber que "sentimento" era uma palavra paroxítona, composta por quatro silabas, não há gramatica que descreva o que se sente, saber dividir era mais útil de que a equação e seus graus, estudar as partículas subatômicas não fazia sentido sem antes conscientizar-se da imensidão do universo.
Tudo não passava de teorias, queria prova-las, aprova-las, questionar e inventar algumas outras novas. O que diabos eu estava fazendo ali afinal? Meus braços continuavam dormentes, minha mente se desligava por total, talvez sonhar seja mais produtivo, pensei!
De fundo a voz ainda tagarelava e por dentro incessantemente o coração batia.
"Tudo - mais cedo ou mais tarde - ainda nos matará: a falta ou o excesso, o meio termo ou a meia boca, a repetição, o vazio e o tédio"...
Quinta-feira, um dia incomum
dentro do comum, o tempo não passa,
de repente ele para.
Angustia no peito, que demora,
sempre querendo ir embora,
ficar só, junto dos seus.
Mas os seus não se dão,
é ficar só no meio da multidão.
O pior de ficar entediado não é a chatice que o cerca e sim o fato das coisas interressantes terem sumido do nada.