Te Curto de Montao

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Estatutos do Homem

Artigo VIII

Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

O amor nasce do limite.

VOCÊ VAI LEMBRAR DE MIM

Quando eu te vejo
Espero teu beijo
Não sinto vergonha
Apenas desejo

Minha boca encosta
Em tua boca que treme
Meus olhos eu fecho
Mas os teus estão abertos

Tudo bem se não deu certo
Eu achei que nós chegamos tão perto
Mas agora - com certeza eu enxergo
Que no fim eu amei por nós dois

Esse foi um beijo de despedida
Que se dá uma vez só na vida
Que explica tudo sem brigas
E clareia o mais escuro dos dias

Tudo bem se não deu certo
Eu achei que nós chegamos tão perto
Mas agora - com certeza eu enxergo
Que no fim eu amei por nós dois
Mas você lembra! Você vai lembrar de mim
Que o nosso amor valeu a pena
Lembrar é o nosso final feliz
você vai lembrar...vai lembrar...sim...
você vai lembrar de mim

[...] Nós sem separarmos suficientemente do "amor pela amizade" o amor só, que vai mais depressa .

Más vale vergonha no rosto, que mancha no coração.

Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer.

O conhecimento nunca está terminado. É uma teia que vamos tecendo a partir da superação dos limites: eu respeito o limite do outro e estabeleço com ele o pacto do cuidado, ao mesmo tempo em que ambos avançamos. E arrematou: não posso negar o que o outro é e nem encarar o não saber como limite. Toda estranheza cai por terra se dividimos nossas necessidades.

Cantiga sua

Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo,
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.

Com dor da gente fugia
Antes que esta assim crescesse,
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meio espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho inimigo de mim?

Sá de MIranda
Hue, S. M. (Org.) Antologia de poesia portuguesa, século XVI: Camões entre seus contemporâneos. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2007.
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VOLTAR A SER CRIANÇA

Quero voltar a ser criança,
Quero conhecer outro povo.
Não quero ver violência.
Quero ter um mundo novo.
Mais para isso acontecer!
Só eu nascendo de novo.

Quero ver a mata virgem.
Os passarinhos a cantar...
Quero beber água pura.
Que da fonte vou pegar
Mais pra isso acontecer!
Tenho que outra vez nascer!

Quero andar pelas noites.
Sem medo da escuridão
Não quero ver criançinhas
Cobertas com papelão...
Mais para isso acontecer!
Tenho que outra vez nascer!

Quero um abraço apertado
O mundo alfabetizado
As crianças bem amada
Pelos pais e a nação
Mais para isso acontecer!
Tenho que outra nascer.

Quero amor! Quero amar!
Quero um mundo de paz.
Quero ouvir o mundo dizer!
Que para isso acontecer
Não vai ser preciso
Eu outra vez NASCER

Não te quero ter porque em meu ser está tudo terminado.

Vinicius de Moraes
Antologia poética

Nota: Trecho do texto "Ausência" de Vinicius de Moraes

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É pela oração e pelo sacrifício somente que somos úteis à Igreja

Se tamanho fosse documento o elefante era dono do circo.

A dança tem de vir do coração e o meu coração está partido.

O homem de valor nunca morre. Seus exemplos e suas obras atestam a sua imortalidade.

Erros meus, má Fortuna, Amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a Fortuna sobejaram,
Que para mim bastava Amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa (a) que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos.
Oh! Que tanto pudesse que fartasse
Este meu duro Gênio de vinganças!

Na escala do cosmos só o fantástico tem condição de ser verdadeiro.

As afeições desordenadas.

Todas as vezes que o homem deseja alguma coisa desondenadamente, tornas-se logo inquieto.
O soberbo e o avarento nunca sossegam; entrentanto, o pobre e o humilde de espírito vivem em muita paz.
O homem que não é perfeitamente mortificado, facilmente é tentado e vencido, até em coisas pequenas e insignificantes.
O fraco de espírito é ainda um pouco carnal e inclinado às coisas sensíveis, dificilmente pode se desapegar de todo dos desejos terrenos.
E quando deles se priva, ordinariamente se entristece; e com facilidade se irrita se alguém o contradiz.
Se, porém, alcança o que deseja, sente logo o remorso da consciência, porque obedeceu à sua paixão, que nada vale para alcançar a paz que almejava.
Em resistir, pois, às paixões, se acha a verdadeira paz do coração, e não em segui-las.
Não há, portanto, paz no coração do homem carnal, nem do homem entregue às coisas exteriores, mas somente no daquele que é fervoroso e espiritual.

"E quando pensa em realizar seu sonho?, perguntou o mestre a seu discípulo.`Quando tiver a oportunidade de fazê-lo´, respondeu este. O mestre lhe disse:`A oportunidade nunca chega. A oportunidade já está aqui."

Nunca o favorecido ama tanto quanto o desprezado.

É urgente inventar a alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é rgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Eugénio de Andrade
ANDRADE, E., Até Amanhã, 1956