Te Curto de Montao

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Como o espaço compreende todos os corpos, a ambição abrange todas as paixões.

Um homem pode saber mais do que muitos, porém nunca tanto como todos.

O coração enlutado eclipsa o entendimento e a razão.

Os velhos caluniam o tempo presente atribuindo-lhes os males de que padecem, consequências do passado.

Ainda que perdoemos aos maus, a ordem moral não lhes perdoa, e castiga a nossa indulgência.

Os povos desencantados tornam-se insubordinados.

À força de fazermos novos contratos e de vermos o dinheiro crescer nos nossos cofres, acabamos por nos julgarmos inteligentes e quase capazes de governar.

A ambição é um enredo que nos enreda por toda a vida.

Ninguém é tão solícito e diligente em requerer empregos, como aqueles que menos os merecem.

Há crimes felizes que são reputados heróicos e gloriosos.

Em geral o temor ou medo, e não a virtude, mantêm a ordem entre os homens.

O desejo da glória literária é de todas as ambições a mais inocente, sem ser todavia a menos laboriosa.

Somos bons consoladores, e muito maus sofredores.

Há empregos em que é mais fácil ser homem de bem, que parecê-lo ou fazê-lo crer.

Há opiniões que, assim como as modas, parecem bem por algum tempo.

A ingratidão dos povos é mais escandalosa que a das pessoas.

A CAIXA DE PANDORA


Conta a mitologia grega que Pandora foi criada pelos deuses do Olimpo sob a ordens de Zeus. Pandora teria sido a primeira mulher, surgida como punição aos homens por sua ousadia em roubar aos céus o segredo do fogo.

A vingança de Zeus contra a humanidade veio em forma de uma linda donzela. Pandora, a que possui todos os dons, recebeu uma caixa onde guardou os presentes recebidos de cada um dos deuses do Olimpo.

Afrodite deu-lhe a beleza, Hermes o dom da fala, Apolo, a música. Mas além dos dons, a caixa de Pandora recebeu também uma série de malefícios.

A história é longa, mas importa saber que Pandora abriu sua caixa e a humanidade passou a conhecer não só as bondades, como os males que até hoje nos assolam: mentira, doenças, inveja, velhice, guerra e morte. Os presentes saltaram de forma tão violenta da caixa que Pandora teve medo, e a fechou antes que a última delas escapasse: a esperança.

Pandora tornou-se, assim, a provedora natural dos talentos divinos e dos males da humanidade.

Como nos conta a tradição judaico-cristã, Eva no Paraíso teria tido o mesmo papel. O que só comprova que a figura da mulher aparece sempre como a grande responsável pela desgraça do gênero humano. Eu vejo de maneira distinta. Como Eva no Paraíso, Pandora distribuiu aos homens as duas faces da realidade, tão contrárias quanto complementares. Coube a todos a escolha.

O mágico desta lenda está no papel desempenhado pela esperança. Crescemos e vivemos sob o jugo masculino. Todas as formas de poder são exercidas há séculos por homens, que com liberdade preferiram escolher os piores caminhos para atingir objetivos duvidosos.

O mundo está devastado. Na caixa de Pandora ainda resta a última bondade não destruída por nosso egoísmo e ambição. Uma maneira lúdica de nos mostrar o caminho da redenção. A esperança é um dom feminino. Ainda há tempo para aprender a lição.

(Fonte: Voz Corrente- Alexandre Pelegi em 11 de Abril de 08)

É isso que eu amo na leitura: uma pequena coisa o interessa no livro, e essa pequena coisa o leva a outro livro, e um pedacinho que você lê o leva a um terceiro. Isso vai em progressão geométrica - sem nenhuma finalidade em vista, e unicamente por prazer.

Por vezes a melhor réplica é o silêncio.

Não é sempre assim? Preparamo-nos para enfrentar os problemas de frente e eles surgem sempre por trás.