Tarde
LOBO SOLITÁRIO
Seis da tarde...
A paisagem passa depressa...
Um vento frio a açoitar meu corpo...
Já não há mais nada que me interessa!
Acelero um pouco mais...
Tentando encurtar o caminho...
Ou talvez tentando esquecer o que ficou para trás...
Em busca de um novo destino!
O vento frio não é meu inimigo...
Apenas castiga meu corpo quando me atiro contra ele...
Mas já vou parar, achar um abrigo...
Agora eu posso tudo, não tem quem me espere!
Um banho quente, um colchão macio...
Uma noite de sono depois de uma sopa quente...
O cavalo de aço sou eu quem dirijo...
Quando estamos juntos eu fico contente!
Ah, grande paisagem...
Soltei as amarras do passado...
Acelero fundo em busca da liberdade...
Comendo poeira e engolindo asfalto!
Sou um lobo solitário...
Daqueles que não deixou nada por fazer...
Hoje curto minha vida não tenho horários...
Vivo minha vida como eu quero viver!
Você me perdeu, não percebeu, que não deu valor pra mim
Agora é tarde demais, já não te quero mais
Vai ter que aprender a viver assim
Pois quando me tinha não soube cuidar
Ganhava sempre no seu jogo de amar
E agora vem correndo pedindo pra voltar
Na minha opinião, existem dois tipos de morte: se tiver sorte, tem uma vida longa e um dia seu corpo para de trabalhar e acabou. Mas se você não tem sorte, você morre um pouco de novo e de novo até que perceba que é tarde demais.
(Hannah Baker)
O TEMPO A VIDA
Não coincide o tempo com a vida
tão tarde o aprendemos
Fora dele vivida conhecemos
antes de nela entrarmos a saída
Num retrocesso intemporal vivemos
intemporal decerto é a nossa vida
(O vocábulo tempo, Rua de Portugal, Assírio & Alvim, 2002)