Talvez eu Esteja Precisando de Voce

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Às vezes eu amo e construo castelos, às vezes eu amo tanto que tiro férias e embarco num tour para o inferno.

Cazuza
Medieval

E até quem me vê lendo jornal, na fila do pão, sabe que eu te encontrei...E ninguém dirá que é tarde demais!!

(...) onde eu pudesse experimentar por mim mesmo as minhas asas para descobrir, enfim, se elas são realmente fortes como imagino. E se não forem, mesmo que quebrassem ao primeiro voo, mesmo que após um certo tempo eu voltasse derrotado, ferido, humilhado - mesmo assim restaria o consolo de ter descoberto que valho o que sou.

“Uma coisa que a vida me ensinou é que se eu não morro de ressaca eu vou lá morrer de amor?!”

— E o amor, o amor, cara. O que eu faço com isso? (...)
— Amor não existe. É uma invenção capitalista.

Um Deus que sorri

Eu acredito em Deus.
Mas não sei se o Deus em que eu acredito é o mesmo Deus em que acredita o balconista, a professora, o porteiro.
O Deus em que acredito não foi globalizado.
O Deus com quem converso não é uma pessoa, não é pai de ninguém.
É uma idéia, uma energia, uma eminência.
Não tem rosto, portanto não tem barba.
Não caminha, portanto não carrega um cajado.
Não está cansado, portanto não tem trono.
O Deus que me acompanha não é bíblico.
Jamais se deixaria resumir por dez mandamentos, algumas parábolas e um pensamento que não se renova.
O meu Deus é tão superior quanto o Deus dos outros, mas sua superioridade está na compreensão das diferenças, na aceitação das fraquezas e no estímulo à felicidade.
O Deus em que acredito me ensina a guerrear conforme as armas que tenho e detecta em mim a honestidade dos atos.
Não distribui culpas a granel: as minhas são umas, as do vizinho são outras, e nossa penitência é a reflexão.
Ave Maria, Pai Nosso, isso qualquer um decora sem saber o que está dizendo.
Para o Deus em que acredito só vale o que se está sentindo.
O Deus em que acredito não condena o prazer. Se ele não tem controle sobre enchentes e violência, se não tem controle sobre traficantes, corruptos e vigaristas, se não tem controle sobre a miséria, o câncer e as mágoas, então que Deus seria ele se ainda por cima condenasse o que nos resta: o lúdico, o sensorial, a libido que nasce com toda criança e se desenvolve livre, se assim o permitirem?
O Deus em que acredito não é tão bonzinho: me castiga e me deixa uns tempos sozinha.
Não me abandona, mas me exige mais do que uma visita à igreja, uma flexão de joelhos e uma doação aos pobres: cobra caro pelos meus erros e não aceita promessas performáticas, como carregar uma cruz gigante nos ombros.
A cruz pesa onde tem que pesar: dentro. É onde tudo acontece e tudo se resolve.
Este é o Deus que me acompanha.
Um Deus simples.
Deus que é Deus não precisa ser difícil e distante, sabe-tudo e vê-tudo.
Meu Deus é discreto e otimista. Não se esconde, ao contrário, aparece principalmente nas horas boas para incentivar, para me fazer sentir o quanto vale um pequeno momento grandioso: um abraço numa amiga, uma música na hora certa, um silêncio.
É onipresente, mas não onipotente.
Meu Deus é humilde.
Não posso imaginar um Deus repressor e um Deus que não sorri.
Quem não te sorri não é cúmplice.

Não vou me deixar embrutecer, eu acredito nos meus ideais. Podem até maltratar meu coração, que meu espírito ninguém vai conseguir quebrar.

Eu corro junto, ao lado, por um tempo
Mas canso, já morrendo de rir...

Eu carente, sou insana.

”Eu não quero que seja certo, nem que seja pra sempre. Eu só quero que seja.”

Nada no mundo vale que nos afastemos daquilo que amamos. E, contudo, também eu me afasto, sem que possa saber porquê.

Shrek: Se eu te trato tão mal, por que ainda está aqui?
Burro: Porque é isso que os amigos fazem, eles se perdoam.

Me encontra ou deixa eu te encontrar...

Charlie Brown Jr

Nota: Trecho da música Me encontra.

Eu preciso de um lugar assim, onde eu pudesse encontrar paz, onde eu pudesse fugir com meus pensamentos, e apenas ficar ali, aproveitando um momento junto da natureza, relaxando.

Eu nunca fui a melhor pessoa pra ninguém. Eu nunca fui perfeito e nem nunca passei perto disso. Eu nunca me destaquei nem procurei por isso. Eu nunca soube agradar alguém corretamente. Nem nunca quis ser o melhor pra todo mundo.

Eu tenho certeza que eu não tenho nada de especial, mas eu também tenho certeza que quando eu amo, eu amo pra valer.

Descobri que existem mil maneiras diferentes de dizer “eu te amo”, e que por mais simples que sejam essas palavras, elas representam tudo. Descobri que abraços podem te tranquilizar de uma maneira devastadora, e noites de insônia podem ser perigosas quando se tem muita besteira em mente.

O CARTÃO

Eu tinha dezessete anos e era louca por um cara com quem trocava olhares, não mais que isso. Ele era o legítimo "muita areia pró meu caminhão" e jamais acreditei que pudesse vir a se interessar por mim, o que me deixava ainda mais apaixonada, claro. Mulher adora um amor impossível.
Então chegou o dia do meu aniversário. No final da manhã eu estava em casa, contando os minutos para uma festa que daria à noite, quando a empregada apareceu com um cartão nas mãos, dizendo que o zelador o tinha encontrado embaixo da porta do prédio. Abri e fiquei azul, verde, laranja: era dele! Corri para o telefone e liguei para a minha melhor amiga. "Que trote bobo, você quase me mata de susto, pensa que não sei que foi você que escreveu o cartão?" Ela jurou por todos os santos que
não. Liguei para outra amiga. "A letra é igual a sua, eu sei que foi você!" Não tinha sido. Liguei para outra: "Você acha que eu vou acreditar que um cara lindo que nunca me disse bom dia veio até aqui largar um cartão amoroso desses?" Ela me recomendou terapia. Bom, diante de tantas negativas, só me restou pensar: "Outra hora eu descubro quem é que está tirando uma comigo". E esqueci o assunto.
Semanas depois estava caminhando na rua quando encontrei o dito cujo. Ele resmungou um oi, eu devolvi outro oi, e então ele perguntou se eu havia recebido o cartão de aniversário. Minha pressão caiu, minhas pernas fraquejaram, eu só pensava: mas que idiota eu fui! O que iria responder? "Recebi, mas jamais passaria pela minha cabeça que um homem espetacular como você, que pode ter a mulher que escolher, fosse entrar numa papelaria, comprar um cartão, escrever um texto caprichado, depois descobrir meu endereço e então pegar o carro, ir até a minha rua,
colocar o envelope embaixo da porta feito um ladrão, e aí voltar para casa e aguardar meu telefonema. Olhe bem pra mim, eu não mereço tanto empenho."
Respondi: "Que cartão?"
Ele soltou um "deixa pra lá" e foi embora se sentindo o mais esnobado dos homens. E assim terminou uma linda história de amor que nunca começou. Anos depois nos encontramos casualmente e tivemos um rapidíssimo affair, mais aí já não éramos os mesmos, não havia clima, ficamos juntos apenas para ver como teria sido se. Vimos. E não escutamos sinos, não fomos flechados pelo Cupido. Cada um voltou para a sua vida e nunca mais tivemos notícia um do outro.
Contei essa história para um amigo outro dia e ele comentou que conhecia outras mulheres assim. Epa, assim como? Ora, assim medrosa, desconfiada, temendo pagar micos diante da vulnerabilidade que toda paixão provoca. Ele estava certo. Era assim mesmo que eu me sentia aos dezessete anos: medrosa e incapaz de levar um grande amor adiante. Quando recebi o tal cartão, deveria ter ligado imediatamente para o meu príncipe encantado para agradecer e convidá-lo para a festa.
E se ele tivesse dito: "Que cartão?"
Eu responderia: "Deixa pra lá, mas venha à festa assim mesmo". E então eu assumiria as conseqüências, não importa quais fossem. O nomezinho disso: vida. É sempre uma incógnita, portanto não vale a pena tentar fugir das decepções ou dos êxtases, eles nos assaltarão onde estivermos. Se você for uma garota boba como eu fui, acorde. Ninguém é muita areia pra ninguém. Pessoas aparentemente especiais se apaixonam por outras aparentemente banais e isso não é um trote, não é uma pegadinha, não é nada além do que é: um inesperado presente da vida, que todos nós merecemos.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre: L&PM, 2008.

ÓPERA FANTASMA

Nada tenho.
Nada me pode ser tirado.
Eu sou o ex-estranho,
o que veio sem ser chamado
e, gato se foi
sem fazer nenhum ruído

Eu queria sair de tudo o que eu era, para entrar num destino melhor.