Tag pouco
Sinto, por vezes, um temor espantado das minhas inspirações, dos meus pensamentos, compreendendo quão pouco de mim é meu.
(aforismos e afins)
Espero que o amor ache lugar em nós,
mas que seja pra sempre o que há de ser,
não quero te amar pouco tempo
depois te deixar sem motivo
e nem ser amada e abandonada sofrer.
Muito pouco acontece no seu mundo, ou em sua vida, sem algum tipo de responsabilização.
Não é que temos muito pouco tempo para fazer todas as coisas de que precisamos, e sim que sentimos a necessidade de fazer muitas coisas com o tempo que temos.
Amiga, tem pouco tempo que a gente se conheceu, mas sinto que já nos conhecemos há anos. Nesse pouco tempo, já passamos por tantas coisas difíceis nas nossas vidas, mas acho que elas só serviram para fortalecer nossa amizade. Obrigada por ser minha rocha e meu colo quando precisei e por gargalhar comigo nos momentos felizes. É muito cedo pra dizer que eu te amo?
Não defina a amizade pelo tempo. Tenho uma amiga que conheci há pouco tempo que faz por mim coisas que minhas amigas de muitos anos nunca fizeram. No final das contas, o que importa é a pessoa estar do seu lado, ou se fazer presente, nos momentos bons e ruins.
Quando as pessoas te dão certeza de cumprir uma promessa pouco possível, há uma grande chance de isso ser uma mentira.
Acho triste duas coisas: o câncer como doença do corpo e a ingratidão como doença da alma. Não tenho conselhos dos outros e há muito tempo aprendi que meus problemas, são meus! Não mendigo amor e também não o dou em escassez, quanto mais dou, MENOS RECEBO! han? Sim, e é óbvio! Veja: menos recebo em quantidade, mais recebo em qualidade! Não aceito qualquer coisa, não aceito qualquer pessoa e muito menos qualquer amizade, porque se aprendi algo na vida, é que devemos parar de nos contentar com pouco e que nossas escolhas devem vir do coração. Não espere de um ou de outro. Tente não seja vítima dos problemas. Porque se a vida nos dá uma escolha, é ajudá-la a escrever nossa história!
Eu e os poucos que muitos não acreditam...
Alguns dizem que já nasci no meio das multidões e um outro diz que se quiser me encontrar é só procurar os movimentos e ajuntamentos de pessoas.
Gosto de gente e não nego! Gosto dos movimentos, das multidões, dos encontros, mas sobretudo, dos POUCOS!
Nesses poucos é onde verdadeiramente me encontro e me encontram...
São poucos os que conhecem minhas dores e angústias,
São poucos os que falo de meus projetos, planos e conquistas,
São poucos os que reconhecem meus defeitos e permanecem,
São poucos os que partilho vida sem receio...
Nas andanças e multidões reconheci meus POUCOS, meus poucos que são "TANTO".
Alguém já disse que "amizade não é quantidade e sim qualidade", e que verdade!
Quer saber? Com meus poucos,
Não preciso me portar como se pisando em ovos,
Não preciso de cerimônia pra procurar, pra pedir ajudar ou lhes dizer umas verdades,
Não tenho medo de lançar meus fantasmas, meus pecados, meus segredos - confio!
Não tenho receio de parecer ridícula, desvariada, infantil,
Não preciso me preocupar com o que vão pensar,
Não preciso ter todas as palavras,
Não preciso me ocupar tentando montar o cenário perfeito,
Não fico envergonhada por ter loucamente chorado ou lamentado minhas questões,
Não preciso me preocupar com a hora, com o lugar, com os outros,
Não tenho recato para dividir uma ideia, pensar ou fazer algo inusitado,
Não temo em demonstrar e expressar meus afetos,
Não preciso pensar na volta - nos cuidamos!
(...)
Com meus poucos não tenho pressa e nem vontade em não ser nada além de mim mesma...
E esses tantos "nãos", na verdade falam de um único SIM, o SIM para a feliz escolha e sorte de partilhar vida sem frescura, com gente que tem cheiro de lar. Juntos tecemos histórias, a nossa, com laços e nós, risos e lágrimas... na companhia necessária desses "poucos" que me fazem "tanto" mais feliz...
Na amizade levamos um pouco da outra pessoa e deixamos um pouquinho de nós, compartilhando e colecionando momentos inesquecíveis.
Tentei tantas vezes
Me contentar com pouco
Isso que é o mais louco
Poder viver com alguém que faz transbordar
UM POUCO DE MIM
Certa ocasião escrevi sobre a morte e reportei que a mesma era uma questão de opção. Na mesma senda, nossa vida também é repleta de oportunidades. Hoje, dia que para mim é como qualquer outro, apesar de estar encerrando mais um de tantos ciclos, reflito o que consegui conquistar e, sem qualquer sombra de dúvidas, primeiramente, a dignidade de estabelecer objetivos: escolares, familiares, fraternais, amorosos, de trabalho, projetos, enfim, aquilo que dependa de mim. Não me entendam como uma “mônada” isolada, que se julga capaz de conquistar o universo tateando sozinho na sua escuridão. Bem certo de que a solidão nos remete à reflexão, entretanto, as ações que mais nos permitem a evolução são aquelas que envolvem objetivos e ensinamentos coletivos. Apesar de ter o rótulo do filho mais folgado, nem sempre as coisas foram fáceis, ao que agradeço às orientações deixadas por meus pais, exemplos de superação, sonhos e realizações. Comparadas às provações que a vida lhes apresentou, deveria dizer que não tive sequer um grão de areia como obstáculo, em face do deserto pelo qual os mesmos tiveram que superar. Para tanto, família, trabalho, obstinação e amor, auxiliaram a matar a sede para a travessia. Aliás, quem caminha sedento e, a conta-gotas, com paciência e obstinação, vai buscando energias para chegar ao oásis, bem sabe que este é um caminho sem fim. Ao longo desse intervalo terreno, muitas situações inusitadas já passei. Várias “picadas” foram abertas nesse andar, muitas, deixando “grosseiras” provocadas por alguma aroeira no caminho. “Enxertos” desafiando as relações da própria natureza, como dar uma mãe (“Vaca Chaleira”) a um terneiro órfão (Takamanakira). Outro dia conto mais sobre isso, com detalhes. A tarefa diária, antes do “colégio”, não era lá das mais admiradas para um guri de parcos anos de idade – nem se fale nos dias de geada -, contudo, ao mesmo tempo, mostrava avanços inexplicáveis naquela relação que nasceu resistente, usando-se, inicialmente, a força de “acessórios” como cordas (sogas), maneias e palanques, até que um simples acompanhar daquele ritual mágico, se transformava em uma bela cena de total adaptação e, porque não dizer, evolução.
Afinal evolução de quem?
Nesse caminho vi nascer flores dos braços de minha mãe que, a malho, ferro e fogo, cortava e moldava arranjos que, mais tarde, eu via desfilar em bailes nas cabeças e vestidos de muitas “moçoilas” de minha geração. De alguma forma, eram “essas flores” que garantiam a minha presença em alguns desses eventos festivos. Muitas outras flores e projetos vi enfeitarem a vida dessa “jardineira”, o que daria um livro que não me atrevo a, sequer, principiar. O meu pai, por sua vez, altivo, nunca, jamais, me deixou sem amparo nos momentos mais difíceis que a adolescência insistia em “me aprontar”, mesmo acidentes que envolviam alguma “remontagem” material. Sabe-se lá se eu teria ou terei com meus filhos a mesma tolerância. Caso eu falhe, certamente, não estarei seguindo as diretrizes que me foram confiadas.
Seguimos lutando para vencer cada obstáculo!
Aos meus amados irmãos, agradeço a conjunção de esforços, de todas as formas: física, espiritual, material, emocional etc. Até mesmo às acaloradas brigas, onde sempre levava a pior, pois os “cascudos” vinham em cascata, dos maiores até o menor - no caso - eu mesmo! Aprendi muito e, como já ouvi dizer, vivi na “folga” em relação a muitos percalços ou carências que talvez tenham tido mais do que eu. De qualquer sorte, mais “liso” ou não, tenho a convicção de que fui “curtido” nessa santa troca de cumplicidade, desde as “pescarias” capitaneadas pelo pai, onde eram transformadas em “engenharias de aramados” que acabaram “tramando” homens de verdade! Obrigado a todos vocês: Pai, Mãe e meus Irmãos!
A lição disso tudo: “cultura”! Tanto a do cultivo da terra quanto do campo das letras; em ambas a arte da semeadura, da plantação, do cuidado, do controle das pragas e das rezas elevadas ao alto.
Graças aos exemplos que tive, sempre traduzo cultura como forma de comunicação, não só através de um modo eloquente e rebuscado, mas aquele em que se adapta ao meio onde estejamos, permitindo que haja entendimento: desde um diálogo com um heroico peão de estância, até o mais refinado desembargador em algum tribunal desse país.
Com essa “grande bagagem”, tive o alicerce seguro para sair de casa aos 14 anos, morar “sozinho” com meus irmãos, saindo dos braços de um lar, buscando um horizonte que dependesse somente de mim. Saído de uma escola onde a religiosidade era o mote central para a realidade de uma escola pública que, logo em seguida, emendei com o sonho de uma faculdade de direito, também pública.
Os amigos: onde teriam estado? Em tudo que me move! Os verdadeiros! Os de ocasião, nem os contaria!
Claro que nominá-los seria um desrespeito! Entretanto, a força motivadora desse laço extenso e infinito que se chama amizade é uma das insuperáveis demonstrações da presença de um Ente Supremo.
O mais incrível de tudo isso é que olho para as décadas que passaram e tenho a alegria de registrar que muitos amigos, de longa data, permanecem no meu convívio diário, que distância ou tempo nenhum separam. Outros tantos, agregaram-se nesse rol com uma intensidade que os coloca como partícipes das amizades que parecem transpor nossa própria existência terrena.
Até mesmo aqueles que partiram para o oriente eterno, tenho sempre vivas as lembranças boas e até passagens tragicômicas, que me fazem rir da vida quando ela nos apronta!
Acadêmicos, colegas de aula, colegas de especialização, de mestrado, colegas de trabalho etc. Nossos rastros ficaram vivos em cada lugar que passamos.
Aqueles que, eventualmente, não consegui agradar, tenham em mente que nunca tive como desiderato de vida fragilizar a vida dos outros, nem mesmo em pensamento.
Toda discussão que envolve rotular as pessoas procuro passar ao longe, pois sou adepto da discussão de ideias e não de preconceitos!
Porém, na lição de Confúcio, em os Anacletos, um aprendiz indagava ao mestre: uma injúria se paga com uma boa ação? Ao que o mestre respondeu: uma injúria se paga com retidão, afinal, com o que se pagaria, então, uma boa ação?
Nesse contexto, faço breve conexão sobre o perdão, que é algo salutar, em certa medida. Todavia, o perdão reiterado pode significar conivência, acabando por ceifar uma oportunidade daquele que necessita alguma evolução.
Aos meus filhos, não vou dedicar muito do que aqui escrevo, pois espero registrar a cada dia minha gratidão em gestos de amor e de carinho, que nos fortalecem para seguir empreendendo nessa aplicação Divina, cuja rentabilidade pode não dar inveja aos economistas mas me tornam uma pessoa repleta e muito rica: riquíssima!
Enfim, já plantei árvores, já escrevi livros e tenho meus amados filhos!
Com franqueza e escusas pelo lugar comum, minha maior ambição é a velha máxima popular de continuar agregando vida aos anos e não anos à vida!
Certa ocasião, em algum tempo dessas “décadas”, escrevi:
“Meu único amor
é amar ter muitos amores
este é o meu jeito de ser
‘eta’ jeitinho danado
me arrumou mais você”.
Clamo que não me entendam mal sobre o sentido de amor acima referido, pois deve ser entendido na plenitude que o amor merece.
Faz tempo que escutamos - e acreditamos - em “tempos modernos”, bem decifrados pelo poeta Lulu Santos. Contudo, se faz necessário impulsionar, na realidade, “um novo começo de era, de gente fina elegante e sincera, com habilidade pra dizer mais sim do que não...”.
Assim, com o “tempo voando e escorrendo pelas mãos”, vou encerrando esse pensar comigo mesmo, que ouso dividir com todos que me acompanham ao longo desses anos.
Espero, sinceramente, tenham servido para abrandar as arestas e imperfeições que tenho, nessa luta diuturna para tentar mitigá-las, para me tornar, cada vez mais, digno de conviver com pessoas tão especiais como vocês.
Obrigado a todos, TODOS MESMO, que me permitiram refletir para um sentido e para um sentimento, que ele seja: EVOLUÇÃO!
Alfredo Bochi Brum
As vezes reclamamos do pouco que temos. Mas não pensamos naqueles que não tem nem a metade do que temos .
