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De Goiás a Brasília –
Memórias de Minas Gerais
[J.W.Papa]

E como se eu carpisse três quartos de chão duro de terra vermelha numa empreitada só, e ensimesmado olhando para o sol visse meu futuro por entre as folhas já quase secas de um abacateiro - sem abacates.
E a lua antes da hora de costume, já fosse se aproximando e se antecipasse a mim, feito os beijos quando são roubados.
E as estrelas raivosas não me alumiassem e desconjurando-me negassem seu pisco aos meus olhos, já marejados de tanta tristeza e solidão.
Feito se eu fosse de pedra, dos pés ao fio de cabelo mais encravado do couro cabeludo ou se eu fosse de veludo, feito o fundo mais profundo de uma caixinha dessas de guardar segredos e quinquilharias.
Feito se eu olhasse mudo a transição de mundos e a patifaria que ocorre todos os dias e em silêncio, tivesse de permanecer até que se secasse a última gota de suor de minha testa escaldada pelo calor dos raios deste sol enorme posto no céu de Minas Gerais.
E visse o vento ligeiro soprando ainda tímido por entre as frestas das coisas, trazendo-me a brisa, que me aliviaria por hora deste meu sofrimento.
Se pudesse, veria o vento, se curvando a todo tempo para não se chocar com a montanha avermelhada - do pó da terra que eu carpia logo ali perto!
Mesmo que topasse com onça brava no caminho ou outro bicho grande, destes que habitam as matas selvagens.
Mesmo se topasse de frente com bicho bravo, seguiria a pé pelas trilhas e pelos caminhos de terra por mais distantes que fossem, seguiria ereto e rijo até o ponto mais alto do vale.
E desceria o abismo escuro enrolado em cipó de macaco numa queda só, até a cachoeira d'alça d'água, só para me refrescar desta quentura toda.
E se eu fechasse a janela às três horas da manhã sem um pingo de sono sequer e me deitasse na cama de olhos abertos e ficasse olhando o escuro e tateasse o mundo, o meu mundo...
E pontilhasse no ar constelações inteiras de insetos luminescentes ponderando acerca de conferir ou não o incômodo do Xixixi... Das formigas e cupins desfazendo minha porta, transformando-a em minúsculas esferas de madeira marrom.
E eu acordasse todas as manhãs bem cedo desejando do fundo de minha alma que já fosse de noite, só para recomeçar tudo de novo.
Desejando que fosse esse, o meu mundo; que fossem esses, os meus sonhos; que fosse esse, o meu futuro!
E mesmo que esta terra nunca mais me quisesse, nem eu a quisesse, e mesmo que ambos não se quisessem - (E mesmo que eu não fosse daqui, e nessa terra não tivesse nascido) – só desejaria carpir um quarto desse chão de terra fértil, plantar uma roça inteira de pés descalços pisando o chão quente aquecido pelo sol.
Mesmo que o chão fosse duro e a terra fosse vermelha e a colheita não fosse assim tão farta, mesmo se a terra fosse arrendada do patrão, e os impostos para explorá-la fossem muito caros acima de minhas possibilidades, mesmo assim!
Mesmo que este chão não se tornasse meu um dia, mesmo que não se tornassem meus os sete palmos de terra prometidos a mim. Mesmo assim, seria um sonho!
Se deste sonho um dia me despertasse e nada me adviesse, mudar-me-ia para Goiás, mudar-me-ia para Brasília.
Quem sabe lá não encontrasse as minhas origens, as tais raízes... Que nos fazem querer retornar à nossa terra natal.
Que nos faz enxergar os traços em comum com gente que a gente nunca viu, mas se sente bem ao ver pela primeira vez, e é como se as conhecesse desde sempre.
E neste caso, voltaria para Goiás Velho, iria revisitar as memórias de Cora Coralina e quem sabe não escrevesse algum verso sentado em sua cozinha!
E perto do fogão a lenha, sentindo o calor do tacho quente a me aquecer no inverno sorriria, saboreando as delícias feitas pela poetiza. Com um pedaço generoso de bolo de milho com queijo às mãos e rodeado por vários cães e gatos manhosos, por todos os lados que olhasse me lembraria de Minas!
Dada toda essa alegoria política, talvez eu seja mesmo de Brasília, talvez seja um filho bastardo de Juscelino!
Pensava ser de Minas... Mas agora não tenho tanta certeza se sou. Se fosse de Goiás não me importaria.
Pensando bem... Vou para o Planalto Central tocar viola caipira, comer arroz feito com pequi e falar de política ao largo do Lago Paranoá.

Realmente bela é a vista que se tem, essa do Lago Paranoá
Com certeza poucos lugares nesse mundão são como cá
O JK bem sabia que esse Lago logo precisava ser domado
Com uma barragem erguida por um povo desassombrado

Estes aos poucos foram chegando e o concreto armando
Muito trabalho duro e a nossa gente quase alquebrando
Digo quase porque com muita força a coisa prosseguiu
E eis que no tempo de só três meses a barragem surgiu

Esse grupo muito trabalhador muito mais tinha por fazer
A geração hidrelétrica deles precisava para poder aparecer
O rolar do suor com enorme esforço empreendedor geral
E a força do valor humano fez nascer uma usina no local

Com a inauguração da Capital a todos queriam longe dali
Algo que não se poderia aceitar pois eles ficariam por aqui
Anos difíceis se passaram e a Vila aos poucos se encorpou
O Paranoá já como cidade ao Distrito Federal se incorporou

Urbana, rural, clássica, abstrata ou simplesmente futurista
O Paranoá tem muita cultura a se desfrutar a perder de vista
Aqui o mais importante é que lugar como o nosso não há
Porque do pioneiro ao derradeiro somos todos Paranoá

Inserida por SuenilsonSa

⁠Como é bonita a cidade que me abriga, muito verde entre os cruzamentos das cidades satélites, quadras projetadas por grandes artistas da arquitetura e paisagismo... Um ar que soa cultural. Ipês floridos na temporada, enfeitando esquinas, trajetos, florestas e lindos campos.
Uma capelinha na pracinha, uma rua gastronômica que preserva a arte, é um quadradinho cheios de mitos, daqui saíram algumas lendas do rock nacional. Aqui é um museu a céu aberto, e por falar em céu, o grande Mar, é o mais belo. Do norte ao sul das asas, tem um lago verde, o Paranoá, que reflete toda essa riqueza azul em suas ondas arrasar.
Como é bonita nossa cidade, tão pequenina mas encanta a quem visitar, então venha cá, um tour apreciar, em cada esquina desse lugar, você vai poetizar.

Inserida por marciabispo

⁠Talvez se tivesse ido ao Lago de Paranoá para desfrutar a beleza exuberante, a raridade do local, a brisa de fim de tarde, a fonte de inspiração nas auroras ao nascer do sol, assim, da mesma forma, se tivesse ido à Praça Tiradentes para apreciar a beleza da fonte iluminada da bela Teófilo Otoni, bem antes de formatar o projeto de lei, a fim de buscar inspiração, poderia ter obtido maior concentração para fazer a entrega de um produto melhor para a sociedade brasileira. 

⁠Sobre Brasília, lago Paranoá,
Cerrado e amor em plenitude,
Há uma mistura de saudade,
Angústia, medo e incerteza em atitude.

Cidade planejada, arquitetura moderna,
Lago azul turquesa em meio ao cerrado,
História presente em cada esquina,
Mas também angústia do que será do passado.

As águas do Paranoá refletem o céu,
E guardam segredos que a mente inventa,
Da cidade que nasceu no coração do Brasil,
E da saudade que invade a alma em momentos de tormenta.

O amor é presente, em cada monumento,
Nas linhas curvas de Niemeyer,
E nas mãos que se entrelaçam no pôr do sol,
Mas há medo da mudança e incerteza do que vai ser.

Brasília é a capital do país,
E no cerrado, um oásis de cultura e arte,
Mas também é a cidade da saudade,
E da angústia de quem sabe que tudo pode mudar em um instante.

E assim, no meio de tantos sentimentos,
A cidade se reinventa, se transforma,
E o lago Paranoá segue a refletir,
As inúmeras faces de Brasília, do amor, da saudade, do medo e da incerteza.

Inserida por romeufelix

⁠Brasília, capital de sonhos e ideais,
Cerrado que nos inspira, nos faz imortais.
O lago Paranoá reflete a nossa alma,
E a Ponte JK nos liga como uma calma.

Brasília, capital do meu Brasil,
No meio do cerrado, um sonho se fez real,
Linda cidade, moderna e imponente,
De um povo lutador e resistente.

A ponte JK, um símbolo de Brasília,
Majestosa, como a cidade que a construiu,
Uma obra-prima, um legado, que é nosso orgulho,
E que representa a união do povo brasileiro.

Mas em meio à grandiosidade da cidade,
Há uma angústia, uma incerteza de verdade.
A natureza sofre, a desigualdade persiste,
E a esperança às vezes é difícil de resistir.

Mas não podemos desistir do sonho,
De construir um futuro mais risonho.
Que a capital federal seja um exemplo,
De amor à natureza e a um futuro mais simples.

Mas, nem tudo são flores, a angústia nos assola,
Em meio a tanta beleza, a desigualdade é real,
Precisamos lutar por um mundo mais justo e igual,
Para que a esperança seja o nosso guia, nossa bússola.

Inserida por romeufelix