Tag novas
O desnudar e o transparecer do espaço público por meio da mídia moderna se condensa na atitude de “voyeurizar” um futuro e torná-lo pressuposto da realidade. É através desse desnudar-se que as novas
tecnologias causam nas mídias de todo planeta ocorre a perda da auto defesado receptor em relação ao conteúdo nato da mensagem, e o torna um consumidor de idéias adotadas e não das progênitas.
Podemos, por meio das novas tecnologias de comunicação, estar muito mais perto do real do que do virtual, talvez porque o real nunca tenha sido real, e pode ser que o papel do virtual seja mostrar aquilo que é o contrário do virtual: mostrar a utopia do que supomos ou acreditamos, por fé, sonho ou ideologia, ser verdadeiro.
A idéia que as novas tecnologias de comunicação nos passam é de que sempre estão sendo preparadas para a realidade de um futuro próximo.
O futuro é sempre próximo, porque tentamos imaginá-lo da maneira como projetamos por longo período, e que está sempre distante, porque não podemos estar nele nunca. Afinal, quando estamos no futuro?
Só um filme como “De volta para o futuro” é que pode levar alguém ao futuro, no caso os personagens do filme. Mas quando se chega ao futuro não existe mais futuro. O passado se recicla no presente, pois o futuro é utópico: é o presente reeditado ou o passado meditado para frente.
A grande armadilha do discurso político que envolve a propaganda de adesão às novas tecnologias de comunicação é a de que elas
nos levam ao futuro, como se isso fosse o único e grande motivo para usá-las.
As novas tecnologias de comunicação prometem um futuro somente de mídia: efeitos especiais, correio eletrônico, tevê à cabo, celular, ou internet cada vez mais elaborados. Um futuro com distâncias cada vez menores pelo menos na questão de envio e recebimento de mensagens do destinatário ao receptor
A propaganda sobre as novas tecnologias de comunicação não promete, e nem tem como prometer que amanhã o ser humano terá sua casa própria ou seu emprego, ou qualquer outra prioridade social básica. O que a propaganda promete, e leva a sociedade a acreditar nisso, é que por meio
das novas tecnologias de comunicação a sociedade vai evoluir.
Pare de indagar "por que?"
Isso bloqueia qualquer pensamento a
mais sobre o assunto,
e impede o surgimento de
novas perspectivas.
O que precisamos enxergar é que os estudiosos das novas tecnologias de comunicação têm ângulos diferentes de ver a mesma coisa: uns têm a visão de um computador em cada mesa e basta, outros verão que não há tomada para ligar os aparelhos das novas tecnologias de
comunicação sob pontes e viadutos e nem dinheiro para ter acesso a elas, e
que a visão de um futuro melhor para todos não pode ser só essa propaganda
folclórica da Microsoft ou do marketing-mídia.
É importante, para encontrar o futuro, buscar o passado. Homem sem
memória é homem sem contexto de vida. Para entendermos o que representam as novas tecnologias de comunicação no nosso tempo histórico, temos que, primeiro, traçar perspectivas por meio de fatos e de
acontecimentos do passado e do presente.
Acontecimentos importantes como a Revolução Industrial, que não só modificou a conjuntura social e política de uma época mas que modificou o mundo inteiro para sempre. Se pensarmos o que representa a
inovação técnica de uma máquina, o fato em si não é tão importante, mas os
resultados e as influências que se sucedem e que servem para alimentar a
história e os casos a serem estudados abordados dentro dela.
A máquina de tecer, por exemplo, não é problema, mas solução, porque produz mais peças do que as mãos humanas e por menor preço, porque o custo de horas de trabalho em relação ao tempo de produção é menor, mas a produção e os lucros são maiores. O grande problema é que a
máquina, seja ela qual for, é sempre vista como uma ameaça ao homem,
porque ameaça sua rotina, a estabilidade e o conformismo. Enfim, ameaça
furar a placenta na qual o homem está inserido no seu tempo histórico.
As qualificações técnicas que envolveram o destino da Revolução Industrial hoje envolvem de forma análoga o destino das novas tecnologias de comunicação. Não na questão do mecanismo usado nem tampouco das máquinas agora usadas, muito diferentes as máquinas da Era da Industrialização.
Toda transformação histórica, toda ruptura de um processo de desenvolvimento para o outro tem como poder de influência formar uma nova conjuntura social e política no mundo. Isso é evidente. O que ainda não
sabemos é como os homens vão se organizar a partir de uma fase de ruptura
para a outra.
As novas tecnologias de comunicação dos medias estão a serviço da arquitetura da mentalidade capitalista.
Não obstante, o projeto político que circula na Internet não é diferente da arquitetura ideológica dos meios em geral, pois só há um novo formato e dimensão dentro da rede, mas a capacidade de reprodução da ideologia é tirada de um modelo absorvido dos meios de comunicação, que são costumeiros da sociedade.
Assim sendo, uma das funções do repertório dos novos meios é abastecer a descrença política com a credibilidade do poder da comunicação, gerada por meio de uma descrença pessoal e não coletiva da sociedade.
A relação da sociedade dentro e fora da rede, e dentro e fora da tela. As cidades virtuais e os caminhos políticos e sociais que se abrem antes e depois das novas tecnologias de comunicação foram pavimentados dentro do percurso desta dissertação, usando os próprios meios de comunicação como ícones de direção da pesquisa, e as influências que elas podem nos trazer de uma sociedade que se divida entre o real e o irreal tanto no plano social e
político quanto no virtual.
Foram abordados desde a escala da Revolução Industrial para a Revolução Informacional gerada pós - Guerra Fria, demostrando para qual arquitetura política as novas tecnologias de comunicação estão à serviço, e como a Guerra Fria é feita hoje da mesma maneira espacial, mas de outra
forma dirigida através das novas tecnologias de comunicação, não mais pelos mísseis aéreos, mas pelos satélites e seus retransmissores. E de que a
necessidade de supervisionar hoje é maior do que a de atacar.
A ONU – Organização das Nações Unidas cumpre muitos bem este papel burocrático de realizar também esta supervisão de forma diplomática. E as novas tecnologias de comunicação, da mesma forma que a
ONU, só vão intervir politicamente à nível global na sociedade quando interesses políticos dos grupos políticos dos dominadores estiverem sendo desfavorecidos, como foi a intervenção da ONU no caso do Timor Leste, porque a Indonésia sempre favoreceu comercialmente os EUA.
O futuro das novas tecnologias é o futuro sem presente, um futuro somente de técnicas e não de desenvolvimento social, porque os robôs, não tendo memória, jamais poderão também contar e fazer história.
As influências das novas tecnologias de comunicação deixam o próprio tempo futuro ser sintético e virtual, gerando seu espaço de tempo presencial pela máquina e não
pela vida verdadeira das pessoas, e o mesmo pode acontecer com os líderes
políticos deste tempo futuro imaginário, que poderão estar a responder aos
interesses das mega - corporações de comunicação, do marketing - mídia, das
máquinas e dos computadores e não da sociedade viva como um todo.
As influências políticas das novas tecnologias de comunicação não são somente influências paralelas. Com o advento das atuais redes de
informação, tornam-se, também, um fator de influência direta na economia, na
sociedade, na cultura e nas identidades nacionais e internacionais das nações.
Os efeitos da globalização e suas consequências vão desde a comunicação planetária transmitida por satélites, pela Internet e pela TV a cabo, ou por qualquer meio de comunicação que interligue continentes, até as megacorporações empresariais que se interligam a um um sistema político global.
