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Irrealidade
"Não há, na vida espiritual, desastre que se compare ao de se ver imerso na irrealidade, pois a vida se mantém e é em nós nutrida por nossa relação vital com as realidades que se encontram fora e acima de nós. Quando nossa vida se nutre de irrealidade, morremos de fome. Não há maior desgraça do que confundir essa morte estéril com a verdadeira e frutuosa “morte”, pela qual entramos na vida."
Na liberdade da solidão, Thomas Merton (Vozes, 2001), pág. 17
Caminhando pelo mundo
Caminhando pelo mundo divertindo gente,
chorando em ver a fome, meus irmãos sentem fome.
Procuro sentir nas pessoas algo que talvez não esteja lá,
cadê o amor?Você é capaz de sentir?
E caminhando pelo mundo deixando de lado os sonhos,
esquecendo dos outros, e suas dores.
Meus amigos cadê?Meu amor cadê você?
Talvez seja tarde demais para mudar.
Caminhando pelo mundo ocupado demais,
coisas simples que agora quero desfrutar,
o barulho do mar, as nuvens a flutuar,
nunca é tarde pra mudar!
Uma pessoa faminta pode enganar a fome com qualquer tranqueira, mas não saciá-la.
O mesmo raciocínio serve a uma pessoa carente.
Há uma luta constante entre
Consumir demais e
Não se encher o bastante.
Com pessoas,
Mal há equilíbrio.
Ou estão
Em overdose
Ou presas
À migalhas.
(Foi a fome ou a gula que te destruiu?)
Onde tiver muita comida
Mostrarei meu outro lado
Saiba que comer é minha vida
Sim, eu sou um esfomeado!
Queria um mundo sem fome, sem doenças incuráveis, sem falsidade, um mundo em que todos pudessem ser chamados de irmãos e desse o valor real da palavra.
Ouvi dizer que sofrem porque amam e não são correspondidos..
Ouvi também que não comem por medo de engordar
Que não gostam de repetir roupas porque tal pessoa já viu usarem ela.
Podem ter mil e um motivos para chorar, e dois mil para se matar, Mas APENAS lembrem-se que existem pessoas assim como nós em situações muito piores e mesmo assim continuam vivendo ,e às vezes abrem mais sorrisos puros e verdadeiros do que muitos por aí.
Não se mede a miséria de um país pela pobreza do povo, mas sim pela riqueza dos governantes. Quantos mais ricos no poder, mais miseráveis à margem da sociedade.
O que mata a fome do povo é comida, e o que alimenta os ricos governantes é a ignorância do povo.
Obedecendo a ditadura da beleza, alguns não comem por opção, enquanto muitos outros, não possuem opção de comer!
Desejo que em meio à fome e a sede, nudez e pobreza extrema, possamos nos compadecer do próximo e que o paraíso que muitos almejam em outra vida seja verdadeiramente construído aqui na Terra.
Vi que, neste instante, uma senhora gorda saiu do portão de sua casa com uma tigela na mão. Olhou para a família ali perto numa mistura de desdém e asco, e assoviou, para que o cãozinho viesse e fosse presenteado com uma deliciosa tigela com sobras do almoço. A família, em especial a criança, olhou a tigela como se quisesse ser um vira-lata. Bem provável, pensaram, naquele instante, que era mais digno ser um vira-lata, que um homem.
Eis o que acontece: A gorda senhora se condescendeu mais com a fome de um animal, que pode muito bem revirar um lixo qualquer, pois é bicho, do que com a família faminta. No dia seguinte, com os vizinhos, deve ter se queixado porque tinha uns “vagabundos” em seu portão. Sequer a criança a comoveu. Talvez ela tenha visto aquela criança de rua, do mesmo modo que o protagonista de O Outro¹, conto de Rubem Fonseca, via ‘o outro’ da história.
Então, percebi que esse tipo de mentalidade, esse comportamento desumano e repulsivo, é mais amiudado do que parece. Com que frequência já não vi, nas redes sociais, esta frase: “Quanto mais conheço o homem, mais gosto do meu cachorro”? Diversas. E as pessoas afirmam isso com a maior naturalidade do mundo.
Eis o que quero dizer: Quem afirma gostar mais do bicho, que do homem, está dizendo que, se eventualmente precisasse optar entre alimentar um semelhante, ou um animal, e disso dependesse suas vidas, alimentaria o animal(!!!)
Todos parecem estar míopes diante da importância do poder cultural. Investir em projetos culturais significa menos gente na cadeia, menos gente sendo assassinadas, menos gente usando drogas. Menos gente na rua. Menos gente passando fome. E por ai vai.
Certa vez eu tive um sonho. Sonhei que uma alternativa não anulava a outra, que a bondade era sempre reconhecida e o companheirismo prevalecia.
Que coisas materiais não nos prendiam, nossos ouvidos eram libertos de frases preconceituosas e imbecis, auto estima vinha de berço.
Crianças não ficavam doentes nem passavam frio/fome/abandono.
Ser mãe não era uma questão de DNA e pai e mãe eram sempre um porto seguro.
As pessoas reclamavam menos e se doavam mais, o apoio substituía a crítica, cor da pele só representava quantidade de melanina.
Um sonho que ultrapassou as barreiras do sono e me faz companhia nas noites frias.
Tudo depende da fome que você tem... Fome pelo sucesso, fome de atingir a exaustão todos os dias, fome de ser diferente ao ponto de ser o atleta atrás do troféu do que o espectador diante da TV. Tudo depende do tamanho da sua fome para atingir seus sonhos, para atingir a dor e viver na intensidade máxima, todos os dias. Pessoas de sucesso não tiram folga, não param, não se importam com a vida alheia, com a opinião dos outros, pois ela tem muito mais preocupação em deixar uma história de sucesso, aonde ao final ela pode voltar-se para trás e dizer: - Eu lutei, eu me superei e eu venci.
Saia da zona de conforto e de um significado para sua vida.
As vezes ouço vozes, uma maldição que sou capaz de reprimir, basta me distrair. Elas gritam a fome de irmãos que jamais conheci.
