Tag elvis
Eu a frente, os seus olhos me observam. Sou bobo e patético, mas seus olhos me seguem esperando qual a próxima bobagem infantil que virá. Minha vida estava parada, sem clima, sem sal. Eu estava cego, ceguinho, cegãozinho. Seus olhos me deram vista. Eu agora vejo através dela e as paisagens e lembranças que guardo através do meus olhar que na verdade é olhar dela, é sublime, não tanto quanto seu cheiro ou sua pele leve, sublime como...
...estar com sede e beber água!
Que seus olhos me amparem, pois essa mulher é surreal e consegue me fazer sentir arrepio com seu sorriso risonho. Não tenho palavras difíceis, comparo-nos ao mar, sol, lua, algodão doce, pudim, coca-cola, um bom cochilo, milk shake
, tudo mais!
Sou infantil, imaturo, molecas, mas sem seus olhos, Dona. Eu não seria eu.
Agora lembra de uma bobagem boba e sorria de leve ou pesadamente. Seu sorriso é meu alimento, então ou ri ou morro. Pra finalizar: És a essência do meu ser.
Na glória esqueceu de mim. Na dor, não.
A casa que dá abrigo em dias de tempestade também pode desabar.
Luz Suja
O ideal era não precisarmos usar o clarão para ver as manchas que os males da vida causaram na alma, pois a luz feriu.
No porão escuro e empoeirado que podemos nos encontrar por conta dos desamores, infortúnios e de tudo mais, não queremos luz, não queremos nos vermos, apenas não queremos quem nos deixou aqui.
Nesse instante o brilho não parece precioso, caloroso, mas se não seguirmos o brilho dessa luz que vai ficando suja com tanto rancor, não sairemos daqui.
Não sairemos do fim.
Ficaremos batendo na mesma porta na esperança do que passou voltar, entretanto a vida grita que o passado não voltará jamais, nem mesmo para abrir a porta e apagar a luz que fere.
A luz suja segue firme no calabouço onde os fracos não conseguem sair por estarem amarrados com correntes de desespero.
Aos sábios digo: Quebrem a corrente e limpem a sua luz para ver o que vem pela frente.
Limpem a alma das manchas causadas.
Limpem a luz suja.
(parábola de tempo)
Existia um velho homem apelidado de "Espelho".
Então, quando estava prestes a completar seus 98 anos de vida foi perguntado sobre o que gostaria de ganhar em seu aniversário.
Esperou, pensou e nada falou. Calado, apenas olhou pro seu bisneto e sorriu de leve como quem viu Chaplin fazer graça.
Tentando levantar-se da cadeira de balanço, ficou cansado com as tentativas e achou melhor ficar sentado e olhar o tempo.
O garoto deixou Espelho em frente ao tempo que passava lentamente e buscou um violão para cantar uma música para ele.
O dono da casa velha sentiu o som das cordas tocarem e arranharem sua alma fadigada e chorou como quem viu Charlie recitar um poema bonito de amor.
Ele olhou no rosto do seu amado bisneto e refletiu os sentimentos.
O garoto chorou em frente ao Espelho que mostrava-se infinitamente amoroso naquela hora.
Então, quando estava prestes a completar seus 98 anos de vida foi perguntado sobre o que gostaria de ganhar em seu aniversário.
Esperou, pensou e falou: - Não quero uma janela pra enxergar o mundo. Quero um periscópio que me faça ver sobre a alma.
Um piano era o símbolo que levava a minha noite embalada por desamor.
Percebi que deveria ter aprendido a tocar violão, pois ela amava o som das cordas.
Mas por que não a amar a música tão somente.
Passamos noites dançando e ela não se importava com o som pesado do piano e nem se quer alegrava-se quando ouvia a leveza do violão.
Custei a acreditar que o desencanto não era pela música e nem tampouco pelos instrumentos que soavam as canções.
Custei saber que ela sentiu o abandono e a despedida do meu olhar verdadeiro.
O tom da minha vida havia partido sem deixar acordes e melodias no caminho.
Entorpecido pela angústia, orei.
Por não ter final feliz, orei.
Por minha vida ser um triz, orei.
Porém chorei, quando em uma noite deixei de orar e não pedi com clamor pra Deus mudar a canção que o meu ser amava entoar.
A ribalta da noite virou penumbra e o amor de quem cantou por anos, silêncio-se, pois agora nem sequer uma nota sou.
Silêncio sou.
Palavras Incalculáveis
Criar resultados com paixão não são males impostos sobre a alma.
Alianças existem para desdenhar dos infortúnios.
A divisão entre a cama de agora e o futuro do pra sempre se perder em uma soma de dar abraços, de querer beijos, de apenas ter um cobertor pra dois.
O afeto verdadeiro e o chamego priápico desenham obras valiosas com vestígios de raízes que subtraem o temor da saudade.
Pressuponho: Multiplicar a si para agradar a outrem é a forma de gratidão mais rentável que há.
A simplicidade do amor é saber somar duas pessoas e o resultado ser uma única vida.
Clamor do Entardecer
Em meu viver você é o sol.
Por isso não se vá, meu amor.
Não me deixe na penumbra.
Preciso da sua luz em mim, pois sem você, meu bem, o que sou sem você senão lua escura.
Porém contigo sou luar ensolarado.
Pássaro: O Último Cântico.
Quando estive caído em um chão tão quente e distante do mundo, o qual levou minhas asas, a minha fé se salvou.
Caído como um renegado ao céu, chorei como quem canta bonito, suplicando perdão.
Levei a beleza da chuva que molhava meu corpo, e deixei a morte lenta sussurrar seus vestígios em meu último cantar.
Em meio a pena do meu fim, me vi renascer sabendo que:
A fé são asas que mantêm o voo.
A fé usa o calor dos nossos sonhos como escudo contra a frieza dos desamores.
A fé faz a distância ser mais confortável que a presença de falsos abraços.
Meus olhos molhados com lágrimas repletas de lembranças eram sorrisos despedaçados.
O vento levou meus cânticos.
O inverno meu maior afeto.
Voaram como anjos os meus filhos e netos.
Na memória eu vou ficar de quem tem o meu retrato na alma.
A vida é um voo pelo céu ao entardecer, é voar cantando amores sem pensar nas dores que outra aurora poderá trazer.
O Último Hoje
Hoje senti um aperto no peito.
Mil mãos me empurrando contra um muro de esquecimento.
Eu tentei me manter firme.
A dor chegava, o riso perdia, o amor lembrava, e a saudade beijava, o coração gritava, a memória chorava e ainda assim a fé existia.
Hoje feri minhas mãos com os espinhos de uma flor venenosa.
Ardeu, sangrou, e como uma chuva de vermelhidão de dor...
Lavou meu céu e tirou seu brilho.
O pássaro posou, a nuvem não apareceu, o sol escureceu, o dia me esqueceu, e o céu que era teto iluminado virou chão apagado.
Hoje senti na pele as palavras dos adeus seguidos!
A última canção preferida agora são abraços sussurrados, são luzes me guiando ao final do pra sempre.
Ouvi teu "até logo", senti tua mão na minha, olhei com o olhar perdido, pois olhar no fundo dos teus olhos pela última vez eu jamais queria.
Hoje descobri que já não sei se quero mais ter hoje.
A Carta da Minha Tristeza
Em uma conversa com minha tristeza descobri que ela é boa.
A tristeza me ouviu e me abraçou como uma despedida.
Ela é charmosa, perigosa e me atraiu aos seus abraços.
Sua música é boa pra dançar e me deixou de pernas cansadas.
Quando desfaleço, na cama deito, e deitei, porém me aqueci com o cobertor da saudade.
A tristeza me fez dormir..
Quando acordei estava escuro, ainda não era mundo, pelo menos o mundo que sonhei.
A tristeza me fez lembrar...
Eu preciso sorrir do fracasso de um palhaço sem graça que com uma cara pintada tentou fazer feliz uma criança irritada, que chorou descontrolada.
Na vida dê um sorriso por nada.
A tristeza me fez pensar...
Eu preciso dar uma flor ao meu amor.
Um bilhete dizendo: Você me faz sorrir, meu bem.
Eu preciso ver o sol nascer, brilhar, tocar a alma e ser coberto por uma chuva boa, chuva que cai dentro do meu coração e molha meus amores escondidos, e faz brotar em minha mente saudade de tudo que ainda não vivi.
A tristeza me fez falar...
O céu está bonito, meu bem.
Vá se divertir no mundo de meu Deus.
Por fim, convide sua tristeza pra uma conversa franca, pois ela tem muito a ensinar.
P.S.
O segredo é clamar, e assim transbordar de esperança um mundo em sequidão de amor.
Com lágrimas,
Tristeza.
Quando o Amor Usa Fogo Como Artifício.
Ela encantou-se quando o viu.
Ele era fogos de artifícios pra seus olhos puxados.
Era mesmo.
Ela o admirava, pois nada melhor para os olhos que uma beleza pura, repleta de cores que atrapalham a mente de um jeito bom.
Ele era fogos de artifícios pra ela.
Quando o viu pela primeira vez, pensou: Meu Deus, ele tem as emoções que eu preciso. Ele colore meu céu e me queima por dentro.
Por fim, para não alongar esta história da pólvora, irei relatar os últimos detalhes deste romance que guardava toda energia em um canto no peito para explodir depois.
Ela encantou-se quando o viu.
Ele era fogos de artifícios pra ela, pois ele apareceu, encantou e depois apagou-se como quem não queria mais ficar aos olhos dela.
Elvis Danilo, em 1 dia / desta / vida.
Há um bom tempo atrás...
Um casal comum vivenciou dias de tormenta. Após a separação criou-se uma guerra.
Então os dias se passaram e os ataques que no começo da batalha pareciam não se findar, agora já não tinham mais forças.
Ele prepotente, certamente não ousaria em desistir assim. Ela Orgulhosamente não podia deixar os outros vê-la vencida por um amor antigo.
O amor tem validade?
O tempo foi passando e após longos dias de combate, o tempo foi senhor e trouxe cansaço para aqueles dois que bem lá no fundo não queriam guerra.
E o que fazer agora que já não existiam armas para lutar?
Eles se decidiram.
E ao invés de continuar com aquela tempestade sem chuva, calor sem sol, se entregaram.
Não nego que vi tudo isso acontecer e fiquei feliz quando ouvir que a solidão que sentiam por estarem longe um do outro, se atacando com mentiras chegou ao fim e depois da guerra eles preferiram morrer juntos.
Estou parado.
Nada mais faz sentido.
Cheguei em frente a porta e vou partir.
Agora é a hora que me despeço, lá fora traz saudade por isso estou aqui dentro de mim, parado e querendo que o sentido existisse, mas não, mas não.
Estou sem destino, sem sentido, sem me encontrar em movimento. Adeus.
Agora é a hora que me despeço, pois não consegui fugir de mim, do meu triste orgulho virtuoso e aguerrido.
Adeus, por tudo agradeço, por mim padeço, por nós pereço, entretanto digo: - Agora é hora de partir. Sem fingir, omitir e se despir de mim. Adeus por tempos eternos. É tudo, é a última frase que diz: adeus, agora é a hora de dizer adeus.
O rádio anuncia a chegada da canção e não.
A canção se engrandece e meu coração perece, mas não.
Os tons dos seus acordes me prende na melodia que criei em meu viver e não.
Ouça agora o silêncio, pois ele é o maior dos sons e grita que não.
- Não é feliz quem vive sem adormecer nos braços de quem ama.
Sou a aurora de outrora que serve-se da luz da tua alma para amarrar o céu de cores vivas e me espalhar em busca do teu corpo abraçar ao se despertar.
Te aqueço, pois nada seria justo para mim que sou uma rica obra de arte que sente falta da admiração dos teus olhos ao acordar.
Leva o olhar ao céu agora ou apenas feche os olhos e abra os braços, e sinta-me se for capaz te abraçar.
Sou o alvorecer dos teus sonhos e a imensidão da minha luz padece ao lado do sol que se empobrece quando beija o mar.
Meus tons impedem a penumbra, mas pela noite não clareio e deixo-me de recordação nos seus sonhos se envolver esperando levemente o nosso amanhecer chegar.
O olhar em si acredita nas palavras, pois enxerga a boca, não vê a mente e coração de quem lhe fala.
No fim existe um pedaço do início, pois a injustiça seria plena por não recordar do princípio do próprio fim.
Aos outros somos verão.
A nós somos um ano sem estação.
Aos outros somos a flor.
A nós somos aquela rosa que se despetalou.
Aos outros somos o sol ao amanhecer.
A nós somos uma vela a padecer.
Aos outros somos a imensidão do mar.
A nós somos o barco a naufragar.
Aos outros somos o riso enlouquecido.
A nós somos um palhaço esquecido.
Aos outros somos um beijo.
A nós somos apenas desejo.
Aos outros somos o céu e a lua.
A nós somos um mendigo no frio da triste rua.
Aos outros somos um bom livro vivido.
A nós somos apenas um bilhete perdido.
Aos outros somos tesouro valioso.
A nós somos uma pedra sem valor virtuoso.
Aos outros somos a porta aberta do amor.
A nós somos a trinca que prendeu-se em desamor.
Aos outros somos nós.
A nós somos a sós.
O circo fechou mais cedo.
Era um palhaço lindo e engraçado por si só, não precisa nem falar para a graça se notar.
Um palhaço vivo em sua maquiagem que arrancava do público alegria com libertinagem.
Hoje a lona está dobrada e a cortina arrancada, o palhaço que antes gargalhava agora nem se quer brinca de graça.
O que aconteceu, palhaço lindo e engraçado, diga-me o que aconteceu ?
O palhaço de um circo que agora não é seu!
Meu Deus, o que aconteceu a eu... ?
Erroneamente se queixando dos planos de quem o riso lhe deu.
A menina levantou-se e aplaudiu quando viu o embriagado palhaço que um dia naquele circo de teto azul e branco existiu.
Ela sorriu, ele também sorriu.
Andou pela calçada e tombou já pela madrugada, olhou ao seu relógio, mas em seu braço não encontrara nada.
Nós dedos sim, lá estava o anel que ele tanto fez rir para tê-lo ali, a noiva acrobata que também tem um anel assim fugiu amargurada por aquele pobre palhaço esquecer da graça.
Hoje ele ri de si, pois da vida o palhaço lindo já não tem motivos pra sorrir.
Um dia tudo passa, tudo. Até nós dois. O sorriso do garoto e as lágrimas da menina também se vão. Um dia os nossos pais, de repente filhos viram recordações em retratos que ficam para que ninguém os vejam, pois os amores se foram neste instante. A vida é memória rara. Seremos por tempos amor vivo em fotografias e livros, canções e no viver dos filhos. Hoje já somos memória. Já vivemos juntos uma vida repleta de momentos bons e ruins, pois essa é a graça. As ligações, e as mensagens, as flores com os bombons irão se tornar o que somos. O que te escrevo depois de lido será memória. Nós dois somos a vida, somos nossa memória. A vida é ter [memória].
Ontem à noite deixei um bilhete colado na porta do meu quarto.
Hoje, pela manhã, percebi que ele se desprendeu e voou pela janela.
Foi assim que perdi uma bonita mensagem de amor para escrever nesse livro.
Assumo que sou um autor de bilhetes frágeis, bilhetes que se parecem com os amores que somem ao amanhecer.
