Tag carvalho
Te ver chorar
Te ver chorar
É ver o mar
E não poder mergulhar
É ver um um rio doce secar
E não te levar pra alto-mar
Te ver chorar
É ver uma rosa murchar
E não poder te tocar
É te ver em espinho
Procurando um caminho
Te ver chorar
É não ver o sol nascer
Para poder aquecer
É ver a noite chegar
Sem ter pressa de me deixar
Te ver chorar
É me afogar
Num mar de desejos e sentimentos
É ter a praia por perto
E não saber como alcançar
Te ver chorar
É te perder na escuridão
E te sentir no coração
É querer seu sorriso
E enfrentar o que for preciso
Te ver chorar
É ver a palavra faltar
E falar com um olhar
É querer te beijar
E ter medo de errar
Te ver chorar
É viajar em você
E encontrar um destino
É ouvir sua dor
E falar meu amor.
Amaranhão
Amar-te-ei, Amaranhão
Porque me perdi
Contando estrelas
E me encontrei sonhando tê-las
Amar-te-ei, Amaranhão
Na poesia do seu luar
A cada aquarela do pôr do sol
E no encanto do seu olhar
Amar-te-ei, Amaranhão
Para sempre sem parar
Onde o sempre não tem fim
Vive amor e não me canso de falar
Amar-te-ei, Amaranhão
No infinito do seu olhar
No sonho do seu sorriso
Que Deus me permitiu amar
Amar-te-ei, Amaranhão
A cada sol; no intenso calor
Porque é dele
Que vive em mim a semente do amor
Amar-te-ei, Amaranhão
E me leve pra bem longe; me leve pra alto-mar
Onde eu encontro meu abrigo
E me recuso a voltar
Nas águas do teu rio, Amaranhão
Mergulho pra (re)encontrar
O que sua correnteza levou
E a vida me ensinou a amar
Amar-te-ei; Amaranhão
Até um fim
Pois você é
Um Maranhão de amor
Em mim.
"UM DEVANEIO PRA VC"
AS VONTADES QUE PARECEM NÃO TER MAIS FIM
O DESEJO QUE NOS UNE
E ESSE TEU CHEIRO QUE NÃO SAI DE MIM
TEU ÊXTASE QUE ME ENVOLVE
TUA BOCA QUE ME BEIJA...
NOS TEUS BRAÇOS, ONDE ME PERCO E NÃO ME ACHO.
ME DEIXA TER ESTA OVERDOSE DE VOCÊ.
ME DEIXA TE PERDER E TE ACHAR EM UM INSTANTE
ME DEIXA SER TEU INSTANTE
ME DEIXA IR,SEM SABER SE VOLTO MAIS...
PORQUE EU SEMPRE VOLTO
MESMO SEM SABER.
Verônica
Ela havia chegado há pouco, e não trazia consigo nada além de empenho e curiosidade. A nova estagiária da redação, assim como a antiga aprendiz, passeava pelo escritório sem que a sua presença fosse notada. De fato, nada entre as atividades que desempenhava poderia ser classificado como essencial ou imprescindível, e somente quando faltava alguém se atrevia a confundir o seu nome.
Mas Olindo não caiu na armadilha que a rotina preparara, e logo percebeu que a nova aquisição da empresa tinha algo que lhe perturbava. Talvez a tranquilidade e a discrição com que ela transitava por um local revestido de exposição lhe desafiassem a veia jornalística, ou quem sabe não se tratasse de alguma qualidade da garota, mas de algo que lhe faltava.
Poderia ser a pouca experiência de vida que lhe impunha a falta de idade, o silêncio de cada palavra que não saía da sua boca ou a ausência de um traço característico, uma identidade. O mistério crescia na cabeça do jovem redator, e apesar de não conseguir lhe tirar o sono, a busca por respostas sempre foi um prazer ingrato que nunca encontra fim.
Dois meses após a entrada dela no jornal, Olindo reparou que, pela primeira vez, a moça usava uma blusa de mangas curtas. Não deu grande importância, afinal, não entendia conceitos de moda e muito menos sabia a forma como as pessoas se expressavam através do vestuário. Entretanto, a diferença de estilos lhe chamou a atenção, pois era, até então, a única mudança perceptível.
Dias depois, durante o horário do lanche, ele foi até a cozinha da redação pegar um café para mandar embora o sono. Enquanto apertava o botão da garrafa para encher o copo plástico que tinha nas mãos, perdeu-se por um minuto olhando pela janela e descuidou-se a ponto de queimar o dedo indicador. Quando virou-se para olhar a queimadura e sussurrar um palavrão, notou a presença da estagiária na copa, conversando com Roberta, que não era conhecida pelo bom humor, mas olhava de forma esperançosa para a amiga.
- Agora você pode ter uma vida normal, finalmente vai conseguir enxergar a beleza das pequenas coisas! Aproveite que ele saiu do caminho de vocês, e tenha só pensamentos e ações positivas!
Olindo ia para sua sala tentando juntar a nova peça à trama que tinha construído, quando Verônica lhe deu um sorriso. Foi o sorriso mais tímido que alguém poderia dar. Aquele em que as bochechas se inflam de vermelho, e o corpo se retrai ao mesmo tempo em que a alma aparece.
O quebra-cabeças estava incompleto, mas nada mais faltava.
Pessoas são olhos, narizes e bocas,
pessoas são mundos. pessoas são loucas
Pessoas são universos dentro de "eus"
Pessoas são versos que caem de Deus"