Sou Igual a minha Irma
Perdi a capacidade de assombro
mas continuo perplexa:
esta cidade é minha, este espaço
que nunca se retrai,
mas onde o ardor da antiga
chama, que me movia no mínimo
gesto?
Esperei tanto, no entanto, esvaem-se
na relva, ao sol, no vento,
os sonhos desorbitados,
parte da minha natureza
sempre em luta com o fado.
Perdi também no contato
com o mundo, pérola radiosa, vão pecúlio,
uma certa inocência;
ficou a nostalgia de uma antiga
união com o que existe,
triste alfaia.
Não conheci o desterro,
mas sei a quanto obriga.
Vivo na minha terra,
embora desencontrada. Quem sabe
de mim, quem me ouve
o que não digo, quem segura
a rédea de meu sonho, permitindo
o risco da vertigem, o perigo
de conhecer o abismo?
Minha felicidade vem de quando estou só
e ninguém me interrompe no poema,
essa espécie de transfusão
do sangue para a palavra,
sem qualquer estratagema.
A palavra é meu rito, minha forma
de celebrar, investir, reivindicar:
a palavra é a minha verdade,
minha pena exposta sem humilhação
à leitura do outro,
hypocrite lecteur, mon semblable.
Em Amsterdam na Diezestraat 6
alguém me espera alguém me quer
alguém dá vida e brilho à minha vida
tão dividida que mal se define entre
aquilo e o que.
Alguém me espera entre tulipas
alguém me espera entre folhas tombadas
sob o sol sob a chuva sob o frio
alguém me espera espera espera.
Alguém constrói a sua casa
como artesã-abelha delicada;
sobre o sofá um quadro, uma explosão,
que cada dia mais entendo, cada ano mais,
e outros móveis, cortina,
cozinha, um banheiro
todo branco.
E para mim um quarto, uma cama,
um edredom azul, uma escova,
papéis e muitos outros objetos,
telas tintas um pedaço de ferro,
outro de ouro, outro de aço.
Alguém de longe me acena
com uma lareira acesa.
Meus passos seguem o seu amor
O seu santo amor
E a minha alma se enche de luz quando reconheço que nada sei sobre o amor.
Estou disposto a aprender,
Por isto te busco
Quero ser luz.
Minha mente anda tão perplexa e confusa, a sensação é como se eu estivesse preso em um labirinto, gritando por ajuda mesmo sabendo que ninguém irá poder me socorrer.
Os romances e histórias cheios de finais felizes iludiram minha alma de poéta. Foi abrindo a janela do tempo que percebi, tem gente que não dá pra brincar de pique esconde, ela mesmo se acha o tempo todo. Sabe o que e seu mundo hoje, amanhã pode não significar nada, antes que me digas alguma coisa, eu te amava como se não houvesse amanhã, eu Não impeço o cair das lágrimas no hoje mais esqueça os motivos delas amanhã,Viver e o nosso trabalho de todos os dias o que fica e a experiencia adquirida. Sendo assim digo eu a meu coração; Sonhe, acredite, crie, imagine. Mas viva um dia de cada vez, e acredite o hoje é o tudo que você tem. Boa noite.
Com o tempo eu estava a me acostumar.
Mais o vazio era grande de mais para aguentar.
A minha força começou a drenar.
Já não conseguia mais me levantar.
Queria poder continuar.
Mais não podia caminhar.
Estava preso em frente ao céu sem luar.
Olhando para onde não havia nada no lugar.
Queria poder sonhar.
Queria poder acordar.
Minha alma não queria funcionar.
Ao ver o tempo passar sem sair do lugar.
A partir dali queria me matar.
Não há ninguém que poderia ajudar.
O tempo estava a passar.
Novamente eu tentava caminhar.
Preso na minha própria sombra naquele lugar.
Remédios não iriam adiantar.
Eu fiquei sem acreditar.
Queria ter asas e voar.
Na mesma hora.
No mesmo lugar.
Estava sozinho no silêncio no mesmo lugar.
Não conseguia escutar.
Não conseguia falar.
Queria me cortar para sair do lugar.
Mais o que iria adiantar?
Tentei procurar.
Por saídas no mesmo lugar.
Mais estava difícil de encontrar.
Queria que existisse algo para me ajudar.
Mais era o fundo do poço o lugar mais difícil de escapar.
Afundando nele vi uma luz a brilhar.
Parecia ser a ultima gota de esperança que havia no lugar.
Sem medo vi que era a unica chance de escapar.
Com todas minhas energias comecei a me esforçar.
A acreditar que a luz poderia me guiar.
As paredes comecei a escalar.
O caminho a trilhar.
Até a um final chegar.
E com felicidade pude ver a luz do luar.
By: Marcelo J. F. Britto
Você foi a melhor coisa que já desapareceu da minha vida.
Ah, como amar é estranho. Às vezes, sendo que na maioria dessas vezes, amamos um alguém mais do a nos mesmo. Será que está certo? Não. Deve-se mudar esse conceito cultural de que amar cabe a doar mais do que receber. Volte lá trás, ou alguns dias, semanas, e pense: Como eu aceitei mudar quem sou para acompanhar aquele(a) que não moveu palitos para se criar um antro amoroso saudável, como pude alimentar essa ânsia cotidiana de mandar mensagens e não receber em troca. Eu mudei a cor do meu cabelo para agrada-lo, eu fiz a barba para ficar parecido com seu ator preferido, e não obtive ao menos um elogio, como me prestei a isso?
É ridículo o quanto amar é ridículo.
Dói pensar que nossa juventude, essa geração coca cola, cedeu as rédeas e se afunda em beijos vazios, sexo ingênuo, noites a dois que mais parecem comercial de anticoncepcional, alertando: Transar sem proteção resultará em dois jovens sem pretextos amorosos que iram foder e gerar outra vida, sendo que eles mal sabem o que fazer com a própria. Adverte: Não aceitamos devoluções.
Dói ver que loucuras de amor nos dias de hoje, são estampadas na primeira página do jornal com o slogan "Matou por amor". Esquece esse papo furado e romantizado de Van Gogh. Nem tudo são girassóis, e você não vai arrancar a orelha para provar seu súbito amor, no máximo vai xingar muito no Twitter.
Eu quero a sensação de mãos dadas, dos olhos de jabuticabas se encarando, e não encarando smartphones.
Ame.
Vento, leva a minha voz
E vê se encontra o meu amor
Nada faz sentido nesse mundo sem o seu amor
Me sinto assim meio sem rumo
Viajo no meu disco voador
Te procurei no oceano
E quase que eu me entrego a solidão
Devo estar vivo porque existem pessoas que dependem não minha força de vontade mas da minha persistência.
