Sou Besta com a Falsidade de uns
Acenda o farol! Pedi exaustivamente... Pedi a luz para me guiar diante o mar revolto. Pedi a firmeza de uma luz para não perder o rumo.
E quando a escuridão parecia não ter mais fim, eis que surge você para iluminar tudo em mim...
Vivo com dois mundos em mim. Me divido entre esses mundos que muitas vezes me parte... e partida não sei por onde seguir.
Intimidade
Intimidade não é somente
Roubar os beijos grossos
Da mulher que passa e – sem fôlego –
Perder a noção do perigo!
Intimidade não é somente
Maldizer os deuses que saíram de férias,
Levando consigo o adeus
A imortalidade e a graça!
O íntimo pode se revelar
Na distância (real ou aparente)
Entre as almas, os sapos – pois tudo que
Respira se entende sempre!
Ah!
Se todas as andreias fossem deia
Se todas as poetas fossem musa
Se todas as prosas fossem poesia
"E" de era uma vez
Muito engraçada a história do “era uma vez”! Antigamente as estórias começaram assim: “Era uma vez”. Hoje em dia, as estórias começam assim: “Era uma vez”.
Os tempos mudaram, mas o “era uma vez” continua o mesmo de sempre. No máximo, sofreu uma leve adaptação: “Era uma vez agora” ou “era uma vez antigamente”.
O fascínio que essa expressão exerce sobre nós remonta ao passado, aos contos de fadas, às narrativas orais. Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho...
Como resistir a tanto encanto e inocência juntos?
Pensando bem, a atração do “era uma vez” deve estar no “era” – pretérito imperfeito do verbo ser. Tanto que, sem o “era”, teríamos “uma vez”. Ou seja, uma expressão adverbial sem expressividade. E estilo.
Aliás, tão sem graça quanto estas: cada vez, certa vez, de quando em vez, de uma vez, de uma vez por todas, de vez, de vez em quando, de vez em vez, em vez de, muita vez, por sua vez, por vez, etc.
Agora, experimente assim: “era” cada vez, “era” certa vez, “era” de quando em vez...
Que está esperando? Mergulhe fundo no encantamento!
Escolhas
I
Como escolher entre
O doce e o eterno?
O doce que embriaga
Como vinho e aperta
O coração no momento
Mágico da paixão;
O eterno que transcende
A vida e a morte,
Como maná que
Aplaca a sede de amar;
Como escolher entre
O cheiro e o paladar
O útil e o agradável
O beijo e o inefável?
II
Como escolher entre
O medo e o desejo?
O medo que rasga rente
Com suas garras e punhais;
O mesmo medo que
Jamais intimida os casais;
O desejo que é dor e
Prazer a um só tempo;
Apetite ardente mesmo
Quando em passatempo;
Como escolher entre
O riso e o meio-tom
O toma-lá e o dá-cá
O áspero e o vulgar?
Tão Romeo quanto Juliet
I
Eu perdi, mas foi você quem explodiu dentro de mim
Eu morri, mas será você quem ficará para sempre
repetindo nossa canção de ninar, viu, Juju, Juliet?
II
Eu esqueci, mas você é quem cuidará do nosso
elefante branco
Aprenda com ele, “tão curto o amor e tão longo
o esquecimento”!
Aprenda com ele, tão leve o amor e tão pesado
o envolvimento!
Aprenda com ele, tão doce o amor e tão amargo
o sofrimento!
Você já teve aquela sensação de “era isso que eu precisava ouvir hoje”?
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