Sorriso sem Graca

O conhecimento é uma arma letal, porque ele mata a ignorância, abre a mente com um corte cirúrgico promovendo ao indivíduo debilitado intelectualmente o risco de uma vida cheia de novos horizontes e proporciona efeitos colaterais devastadores no que tange à capacidade de habilita-lo a interpretar, subjetivamente, situações e contextos com os quais ele convive, permanentemente, como num estado de coma, sendo nutrido, dentro do seu mundinho das mesmices, com certezas suspeitas e hábitos improdutivos que baixam a imunidade da amplitude do saber e o mantém no vício epidêmico da repetição. Após um autodiagnóstico, a automedicação, também, pode ser administrada. A persistirem os sintomas, cabe uma overdose de iniciativa na busca pelo conhecimento como tratamento revolucionário. Num breve tempo, o indivíduo se sentirá curado do vírus da ignorância e terá sob controle as suas taxas de oxigenação cultural cuja a função é revigorar os seus órgão vitais os quais têm como finalidade retirar do seu olhar a membrana que cortina a sua liberdade e a sua independência quanto indivíduo integrante de uma sociedade doente.

Busque a sua cura, ou a sua LOUcura, mas saia da UTI.

O aspecto emocional do ser humano fica mais leve e muito menos desgastado, mesmo frente aos contratempos peculiares das relações, e da própria existência, quando ele opta, de um modo geral, por levar uma vida com mais naturalidade. Dá menos trabalho esta escolha, diferente de quando a opção é posicionar-se sobre um tablado mantendo um sorriso constante nos lábios, apesar de, eventualmente, estar com o seu íntimo estraçalhado, bem como o seu desejo interior de mandar todos às favas.

O dinheiro é capaz de comprar quase tudo, ele tem o poder, até, de comprar a justiça dos homens, contudo é impossível comprar a justiça divina ou subornar o Tempo para que Ele não aplique as lições que precisamos aprender. Dinheiro é coisa séria e deve ser tratado com o devido cuidado, bem como lhe ser atribuído, apenas, o valor necessário para manter o ser humano em conformidade com os valores morais que o protege dos danos pelo seu mau uso.

O múltiplo conhecimento, pela sua própria natureza, estimula a mudança de pensamento, de comportamento e de entendimento sobre tudo que nos cerca, porém a ignorância que paralisa não deixa de ser uma benção na vida daqueles que optam por se manterem estáticos frente aos novos horizontes. As transformações, para alguns, são como monstros que ameaçam o conforto promovido pelo seu desinteresse em tudo que transita pela pluralidade, o que, também, não deixa de ser um direito quanto opção de vida.

E então o Tempo vem
E mostra quem é quem
Quem é de verdade e do bem
Não tente provar a ninguém
Valores à quem te desdém
O Tempo é um vai e vem
O falso nunca vai muito além
Cada um escolhe o que lhe convém
E deve ser feliz naquilo que lhe retém
Só não deve reclamar, porém
Da escolha do outro também

Considerando a sua verdade interior, você diria que o oportunismo, a mentira, o fingimento, a traição, a manipulação, a vaidade, a futilidade, a chantagem emocional, a covardia, a omissão, a revolta, a indiferença, o desprezo, a arbitrariedade, o egoísmo, o materialismo são sentimentos e comportamentos os quais você se orgulha de nunca ter tido? Qual a cor da paz da sua alma, é branca?

A culpa é uma excelente adestradora de mentes e uma controladora implacável da consciência.

Certamente entre os trogloditas havia sonhadores que tinham esperança na humanidade.

Quem não faz drama, não demonstra sofrimento, não reclama da vida e não vivencia uma tragédia não ganha colo. A solidariedade humana é seletiva.

Amizades sempre surgem a partir de conexões sinceras e se sustentam através da troca de sentimentos mútuos e verdadeiros, mesmo diante de pensamentos adversos. O coleguismo surge a partir de conexões de conveniência e se sustenta pela falta da troca de compromisso mútuo com a verdade apesar de haver pensamentos comuns entre as partes.

O casulo é confortável e protetor, mas só como borboleta se ganha o mundo e podemos desbravar, através do exercício da liberdade de ser, horizontes, cores, aromas, formas e movimentos jamais imaginados quanto lagarta.

Na vida, todos nós temos as nossas conveniências as quais justificam alguns dos nossos comportamentos, mas ser infeliz por conveniência é uma das maneiras mais desprezíveis de sermos fracos.

O saber promove mudanças. Ele muda conceitos, atitudes, opiniões e comportamentos. Ele liberta o pensamento padrão e rompe as amarras da interpretação conduzida por terceiros e sob as rédeas da incoerência imperceptível. Por outro lado a mudança costuma assustar, promover o terror pelo novo e por esta razão muitos preferem o conforto da ignorância, esta, que muitas vezes se apresenta como uma benção que deve ser motivo de "graças".

Prefira a companhia das borboletas, desde que você não seja um urso, porque vai ser muito difícil para elas fazê-lo voar, mesmo que este voo seja pela alma, por uma questão não só da sua natureza de urso, mas, especialmente, porque o seu tempo de hibernação é longo demais e os sonhos não se permitem existirem que não seja enquanto estivermos acordados. As borboletas não se permitem ser casulos por muito tempo.

As pessoas estão cada vez mais com menos tempo, graças a otimização do tempo nos App's de mensagens que faz com que o tempo seja perdido com futilidade, e o tempo que sobra não dá tempo pra nada

Liberdade não é só se libertar das prisões, mas, especialmente, ter o poder de decidir não voltar nunca mais para elas.

É claro que o sol nem sempre vai brilhar ao amanhecer, mas sabemos que ele existe, que é fonte de luz, de energia e de brilho e que nos oferece o seu melhor em grande parte da nossa existência, então, nos dias nublados, como uma demonstração de gratidão, sejamos solidários e façamos, nós mesmos, o nosso dia brilhar como forma de reconhecimento pela dedicação daquele que eventualmente não pode estar presente, mas que, independentemente do tempo que permanece ausente, jamais muda a sua intenção para conosco e para com o planeta, que é transformar tudo numa vida brilhante.

Enquanto ainda existir como opção para o ser humano de se prestar à serviços sexuais como condição para se promover na sua qualificação intelectual não será possível considerar que a sociedade está avançando no conceito de relacionamentos. No fundo, o que acontece é mais do mesmo de todos os tempos, porém repaginado, assim como na comunicação abreviada e através de emojis. Na pré-história já era assim que funcionava, via sinais.

Poucas pessoas nasceram com dom para administrar a sua liberdade, por esta razão uma parcela enorme dos humanos são capturados pelas prisões sociais, materiais, familiares, sexuais, profissionais e afetivas. Em todos os segmentos há cárcere, e alguns de nós sobrevivem confortavelmente em todos, ou na maioria deles.
As borboletas são exemplo para poucos, uma vez que emocionalmente pode ser conveniente permanecer nas cavernas do próprio interior, levando em conta que, quanto indivíduos latentes, nos assemelhamos mais às características de um urso.

A adaptação aos novos recursos, dos novos tempos, para estabelecermos a relação social se faz necessária, porém é dispensável a bestialização na troca e no conteúdo.