Sonetos Pablo Neruda
Nós, os que perecemos, tocamos os metais,
o vento, as margens do oceano, as pedras,
sabendo que seguirão, imóveis ou ardentes,
e eu fui descobrindo, dando nome às coisas:
foi meu destino amar e despedir-me.
Amo-te como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma.
Nota: Trecho de "Soneto XVII"
Dicionário, não és
tumba, sepulcro, caixão,
túmulo, mausoléu,
és senão preservação,
fogo escondido,
plantação de rubis,
perpetuação viva
da essência,
celeiro do idioma.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde, te amo diretamente sem problemas nem orgulho: assim te amo porque não sei amar de outra maneira.
Nota: Trecho de "A Dança/ Soneto XVII"
Um homem só encontra a mulher ideal quando olhar no seu rosto e vir um anjo e, tendo-a nos braços, ter as tentações que só os demônios provocam.
Amar é breve, esquecer é demorado.
Escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca idéias.
Ainda que chova, ainda que doa. Ainda que a distância corroa as horas do dia e caia a noite sem estrelas, o mundo brilha um pouquinho mais a cada vez que você sorri.
Algum dia em qualquer parte, em qualquer lugar indefectivelmente te encontrarás a ti mesmo, e essa, só essa, pode ser a mais feliz ou a mais amarga de tuas horas.
Para que nada nos separe, que nada nos una.
Nota: Adaptação de trecho do poema "Farewell" de Pablo Neruda
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.
Nota: Trecho do "Poema 20" de Pablo Neruda
Podes cortar todas as flores, mas não podes impedir a primavera de aparecer.