Sonetos Pablo Neruda

Se eu pudesse dar vida as minhas lembranças, eu teria um paraíso que nem mesmo os deuses poderiam igualar.

É só querer percorrer o caminho que as estradas naturalmente aparecem.

Os atalhos são frequentados por estultos que passaram a existência inteira na indolência e nas fétidas mordaças erigidas pela ignorância.

Quem se adaptou melhor as mudanças senão aquele que bebeu o néctar da liberdade de ideias, engolindo a criatividade de forma irresponsável e intrépida para vomitar pensamentos inusitados e tipicamente excepcionais?

A característica mais acentuada de um ignorante é querer refutar com ódio e furor, aquilo que nunca poderá compreender (e admirar).

Cuidado com os introspectivos: eles são os príncipes da criatividade e os paladinos áureos da inovação.

Sem curiosidade, o espirito do homem desfalece e morre.

Esse é o meu conselho aos jovens que carregam a ternura: jamais saiam de suas casas antes de se conhecerem íntima e profundamente.

A verdade é um demônio que não pode ser exorcizado, pois deve possuir os corpos daqueles que aceitaram a possessão da legitimidade imparcial.

A beleza é o ópio da mulher.

O principal conhecimento é sempre aquele que você aprende sozinho.

O amor perfeito nasce para viver eternamente. Jamais contempla a morte, esmorece ou perde suas chamas originais.

O preço de ser digno vale cada centavo.

É fácil encontrar antídotos para as doenças mais graves, basta extirpar os malditos laboratórios.

Palavras são mais do que ações, dado que nascem na alma, crescem no espírito e morrem no coração.

Meu sonho é em encontrar amigos do tamanho das minhas orações.

Um homem cego não é aquele que foi impedido de enxergar o mundo com os próprios olhos, mas sim aquele que podendo viver intensa e intrepidamente, decidiu se acovardar e passar toda a existência na escuridão.

A hipocrisia mantém as colunas do inferno inabaláveis. Todo sujeito que fala uma coisa e pensa outra faz parte do pestilento exército das trevas.

A ingenuidade das mulheres me constrange.

Existem muitos livros espalhados pelo mundo, mas só um se comunica com os seus leitores: a Bíblia.