Sonetos de Saudade

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JESUS

“Eis que sou o quem nada humilha,
O quem de tristeza sorri, se faz perdão;
De amarguras complexas ao coração;
O quem a Deus os envolve, maravilha.

O quem de luz os faz findar a guilha,
Quem de torturas nada sofre em vão;
Que de pecados, sem cair ao chão,
Os eleva, os aquece, e o caminho os trilha.

Sou aquele que na estrada sã da coragem
Os santifica, numa única e santa imagem,
Quem de sangue os deslumbrou na cruz!

Sou aquele que de esperança os corteja,
Quem da fé ao Espírito-Santo os almeja
Aos meus braços no santo-dia: sou Jesus!”

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AO FINDAR DOS DIAS...

Que tantos fossem os meus pecados
Dentro de mim ao rogar os céus...
Que tantos fossem, imaculados
Nos olhares puros dos santos meus!

Que tantos fossem de bens amados
Dentre a alma do querer, meu Deus!
Que tantos fossem, os seus rogados
Sob a imensa luz dos olhos teus...

Que imortais seriam quaisquer bens...
E no vagar da noite, sem ninguém,
Seriam os meus olhos de imenso amor!

Que os dias imprecados de morte,
No meu rogar de alegria, de imensa sorte
Seriam ao findar, sem imensa dor!

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VERSO OCULTO

Que humana, então, fosses de amor?
Adverso à tua paz e à tua glória
Vem-me teus sorrisos a memória,
Vem-me tua saudade à minha dor!

Que de imenso fosse seu esplendor
Aos meus versos plenos de história,
Que de paixão imensa e notória
Fosse-me a mais imensa de ardor!

Então, contudo, compulsiva e triste
Fosse a mim o que de hoje existe
Nesse meu honrado coração perdido!

Que desejo, então, fosses de arder?
Que de palavras se põe a perder,
Amor, dentre um verso nunca lido!...

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ERROS...

Quem diz: é amor demais! Extinta paixão
Que enriquece tristezas, desejos e medo!
Pelo cerne enlouquecido, o coração
Não se impõe de existência um segredo!

Quem diz: é paixão demais! Extinto amor
Que empobrece sorrir, lágrimas e sofrer!
Pela alma corrompida, a dor
Não se absorve de alegria um viver!

Sentimentos complexos e equivalentes,
N’um existir eficaz a consumir o espírito
Por fantasmas vulgares, dependentes,
N’um despertar sem sentir por ser dito:

Amor! Paixão! Desejos loucos e plenitude,
Só se têm; quem se impõe, em virtude!

Dolandmay Walter

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VAZIO

Silenciosos dias pregados de saudades,
E imaculados, e incandescidos, de ardor;
Quais reprimidos, de vaidades,
Quais gracejados sem mesmo amor,

E de paixões, desejos, de insanidades,
E incompletos, cobertos, sem esplendor;
Quais fiem de tais realidades,
Quais escuros, e puros, a mesma dor...

Julgados, e infinitos, no mesmo arder,
Aos quais me pus enlouquecer
Na imensidão complexa de seus segredos...

Que inovados sejamos, sem mesmo amar,
Que insanos sejamos a vaguear,
Na compreensão finita de vossos medos...

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NA LUZ DOS ALTOS

No dia em que eu nasci à imensidão,
Um notado azul feito o do mar
Fulgiu em meu peito: cor de coração
Não é vermelho se não é amar.

Rugiu em mim, o fantasma escuro,
O qual eu encontrei às trevas-além:
Dos meus céus, sou um servo-zen,
Como um santo real e de verso puro.

Vagueando notas, avejão prisioneiro,
Na escuridão sem voltar à cor:
Da voz da estrada o luar mais cheio.

Dos meus ais, sou inseguro e triste,
Mas desse notado o que existe,
No buscar da vida o meu cerne-amor.

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PARA SEMPRE...

Em mim, não há amor maior que o seu!
Que, portanto, o que eu sinto vou cantando
Nas promessas que te vou debulhando
Aos desencantos do que nunca me viveu...

Em mim, tudo o que se passa vou amando
Sem engano ao teu querer, que se ergueu
Dentre o meu peito, que antes, ao teu
Nada era de amor, nada era me encantando.

Pecados maiores eu não haverei de amar,
Pois, contudo, orgias que em mim vive,
Encontra-se no que em ti se põe a edenizar.

Amor maior que o meu não haverás de viver,
Pois, de mim, há em ti o que nunca tive;
Não há amor no mundo que nos possa ser!...

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SONETO DE SEMPRE

Vai, mas antes, dê-me um beijo, meu amor,
P’ra que’u não esqueça do seu rosto
Mesmo que me seja a tanta dor,
Lembrarei por todo sempre do seu gosto...

Por tanto o nosso amor fora composto
Aos jardins, imenso feito flor
Tanto fora de amplidão e esplendor,
Sem mágoas, sem mistério, sem desgosto.

Não entendo te acabar tão cedo assim
Esse tão forte sentimento, dentro de mim
Não haverá d’outro ardor o mesmo ar...

Vai, mas antes, dê-me um beijo, oh, querida,
Que um amor forte assim em sua vida
Não haverá quando velhinha de lembrar...

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NOSTALGIA

Eu só queria, em mim, entender
Porque pagãos me perseguem...
Atiram-me fogo, chamas erguem,
Quando me veem em algo vencer!

Será que ainda vou compreender
Como tudo invejar conseguem,
Até o motivo porque me seguem
Numa empáfia sem nada dizer?

Talvez sim, quem sabe no infinito,
Eu ouça, nostálgico, algum grito
Dizendo que querem amar alguém!

Ou, talvez, quem sabe, já amam...
Uma vez que não se enganam
O tanto que eu vos amo também!

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MEU LIVRO

O tempo passa... Que pena o tempo
Não se disfarça, não me persiste...
O tempo passa... Lá vem o vento
À minha face, que nada existe...

E vem o tempo... Que não é tempo...
Olha ela aí, — minh’alma triste...
E vem a noite; meu sentimento
N’ la sem lágrimas que me resiste

...Visão sem olhos, corpos sem luz,
Amor sem cor que não traduz
O espaço fúnebre de seu infinito...

Lá vai a vida... Tempo sem nada...
Sem quer paixão nem gargalhada,
Vão-se em fólios, desejos, e mito...

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MEU DESEJO

Ah, se tudo fosse como o seu esplendor...
Se o seu brilho intenso fosse escolhido
Para a minha alma de desejo escondido,
Para o meu coração tão cheio de amor...

Ah, se tudo em mim fosse ao seu primor...
Se o seu livro eterno nunca fosse perdido
Da minha alma, o seu poema mais lido
Seria deitado ao meu tão nobre langor!...

Mas tão intensa não é toda louca paixão!
Escolhe o riso mais displicente e vão,
A face rústica, sem quer saciar um beijo...

Nada é como a minha loucura dependente,
De olhos fechados, no beijar da gente...
Ah, se tudo fosse como é a ti meu desejo...

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SEM TER VOCÊ

No infinito mundo em que eu vivo
Sem ter ao meu amor o teu amar
De esse profundo sentir eu sou perdido
Nem mais na noite eu sei sonhar...

De tudo o meu coração já tão ferido
Não faz dormir sem te lembrar
Nem qualquer instante corrompido
Faz me querer se não ser você voltar...

Das promessas já sou dependente
Por tão pedir que esse amor da gente
Volte a ser em nós tanta paixão...

Nada é mais para mim nesse mundo
Do que este sentir já tão profundo
Sem ter você, oh, meu amor, sou solidão!

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AMOR NOTADO

Depois de tanto amor, com tão constância,
Sem mais esquecimento, sem mais provar,
Você vem até mim sem quer distância,
— Eloquente aos teus prazeres por me notar...

Depois de tantas saudades, de relutância,
Com tão mais sentimentos a me enlevar
Você vem até mim em elegância
De o meu coração, por te ver, pulsar...

Tantos desejos, tanta paixão, tantas orgias
Sou aos teus olhos, sou aos teus dias,
Mas nunca tive de você o que têm de mim...

Depois de tantos anseios, de tanto querer,
Tanto mais amor, sinto em você, —
Endoidecida a me enxergar, sem ter mais fim...

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O VELHO POETA

Depois que me deste o entendimento, mudo,
Sem se quer mover a tua boca
P’ra escrever o febril poema, da musa-louca,
Oh, Poeta, tanto me fez sonhar de tudo!

Ansiedade absoluta! De sol e de luar, contudo,
Estranha no meu peito, essa voz rouca
Que gritas ao mundo: rosa-viva, alma-mouca;
Ruiu ao nada, — amor sem conteúdo!

E cantas, o desejo da paixão tristonha
Aos meus ouvidos, sem quer um carinho solto
De fragrância, me deixando a ermo...

E no silencioso mito que por vozes sonha
Vagueando à noite, reprimido e morto;
À poesia, já rústicas as velhas mãos eu tremo.

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MURMURAM...
(O Poeta e a Luz)

Como seres benditos que desceram
Sobre a terra dos pecados, malditos,
Vagueiam desesperados... E aflitos
Subjugam a santidade que perderam!

Anjos que às maldições se renderam!
Anjos que adormecem os espíritos
Em teus fólios de cristais, e fictos,
Sob a luz que desce me envolveram!

Julgam-se aos meus olhos claridade...
Por amor, e de paixão, e de vaidade,
Por trovador, embriagado, e absorto!

Os teus olhos são caídos à minh’alma...
Frios, por se esquentar a noite calma
Na falsa e morta luz do meu conforto!

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FILHA DOS ALFOBRES

Pois, que antes, aos meus dias de dor:
Pecador das trevas refugado;
Distanciando-me do sentimento-amor,
Vinde o meu tempo à luz do ornado...

Eis aquela rosa em botão, sem falsado,
Abutre da escuridão e do rancor,
Sem vida, nem perdão ao seu dispor;
Haverá por os teus atos ser julgado!

Sem sentimentos nem mesmo compaixão,
Julgo à tua memória dias em vão,
E aos céus dos santos, o enternecer...

Pois, agora, ventura tanta me abraça!
E antes que sejam teus dias à desgraça,
Peço a Deus perdão à vida, ao teu viver...

Dolandmay Walter


In sinopse: (do livro Além-Mundo)

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A TUA FALSIDADE

Que momento foi a alegria desabrochada
Do teu peito, donde antes não havia
Um só riso à tua face; rústica-apagada,
Qual na luz dos teus olhos não se via?

Momentos de alegria! Oh, meu amor,
Ao coração, que na penumbra de um riso
Ainda chora o descompasso duma dor,
Mas, por hora, alegre ao teu sorriso!

Trevas, veem os meus olhos à tua vida,
Que ainda não é minha; que ainda não é lida
Mesmo à suavidade da tu'alma alheia.

O sol, parecem os teus olhos cor da noite!
Que brilho, amor! Que fosse ao afoite
Da minha alegria, e da tua fosse cheia...

Inserida por acessorialpoeta

A CHUVA

O dia é tão mais nobre. Nesse dia,
Rompendo o pulsar tremente...
E sobre o luminar, o sol ardente
É n'alma um beijar de alegria...

Lágrimas dispersam ardentia
Ao tempo, olhos de toda a gente...
Vida pós vida, completamente
Em ricas horas de infante magia.

No horizonte há pássaros ao hino...
Erguem-se o cantar, que pequenino,
Alegra-se ao silêncio do arrebol.

Ao dia dourado, despercebido,
Risos de esperança são concebidos
Únicos, perfeitos, ao glorioso sol.

Inserida por acessorialpoeta

A MINHA BÊNÇÃO

Vida nua... mariposa das noites, fria
Qual um rio corrente, sem nada,
Sem destino e desvairada,
De caminho torto... de ardentia...

Vagueando curvas de pecados, fugidia
Em preces dolentes, maculada
Rompendo o sol, e desgraçada
Como as rochas vagas... de agonia...

Silêncio de bênçãos... branca alma
Arrastando saudades... sem talma
Poisando os pés descalço em dor...

Vida além... Ah, pobre vida além...
A vaguear no mundo... sem ninguém...
No mendigar dum só pouco amor.

Inserida por acessorialpoeta

POESIA CEGA
(O Ledor)

Não entendeu? -Sim, compreendi, amigo!
Sei o que sublimas tua mente desponjosa,
Pois que mais ousados que uma rosa
São os teus ouvidos aos meus sentidos.

Hipócritas palavras, cabeça maldosa
Habitas em seu corpo como um perigo
Daquele que ouvir asnos, mas bem contigo
Está tão brilhante alma, e magestosa.

Que nesta sagrada vida, da literatura,
Há quem não entende sabendo ler
Tantas coisas mais complexas e conjuras,

Que, quem não lê, sabe entender
O que vós digo, palavras vis, palavras puras
Sem que haja sentimentos a lhes dizer...

Inserida por acessorialpoeta

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