Sonetos de Amor

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⁠DESEJO OCULTO

Enche-me de amor, de sorrisos no rosto,
Dos enganos que a vida desfaz...
Deixa-me acreditar em mim, me faz
Sentir o teu cheiro de flor, de gosto.

Beije-me a pele fria a esquentar, sem dor,
O meu coração, a mágoa triste,
Deixa-me acreditar que em mim existe
A paixão eloquente ao seu mesmo amor

Que dizes sentir ao teu peito, oh! Querida,
Ao mesmo tempo, a saudade imensa,
O despertar da minh'alma em tua vida.

Enche-me de esperança ao te encantar
O corpo, a boca, o que sente e o que pensa,
Deixa-me ser teus desejos, o som, o ar.

Inserida por acessorialpoeta


SEM AMOR

Um dia, quando me ver passar nesse mundo
Todos esses que agora não enxergam
Os meus ais, as minhas lidas, que me restam,
Serei eu de amor notado e profundo?

No caminhar dessa estrada, sou moribundo
Que vagueia sussurrando aos que passam:
"Viram um velho sem amor e tão imundo
A suplicar os corações dos que não prezam?"

Não tem ninguém a responder nem a notar!
E eu me vejo a um reflexo murmurar:
Nesse caminho, dos meus ais, ninguém sorriu!

Já cansado, e a desistir da longa estrada
Vou sonhando pela longa madrugada
Sem quer notar o meu amor, que ninguém viu.

Inserida por acessorialpoeta


NA SOLIDÃO DO MEU AMOR

É vazio o desejo, o amor, e a alma.
Mas não há mágoas por estes sentimentos...
Em ti, o riso me faz paixão e acalma
O coração, sem quer me ver tormentos...

Vagueando tristezas por ter na palma
Das minhas mãos cansadas, os lamentos,
São por vezes dispersos aos intentos
Das mentiras que carrego dentro d'alma.

Perdido nas ilusões posso vir a morrer...
Mas de ilusão, mesmo morto, eu possa ter
Além-mundo o teu querer à minha verdade.

Moras ainda no vazio dos meus desejos,
De alma morta à minha boca são teus beijos...
Na solidão, meu amor, tu és saudade.

Inserida por acessorialpoeta

⁠PERFUME

– Hás de chorar-te neste caminho...
Disse-me o fantasma do amor:
"O que sentes neste coração, velhinho,
Por ela, é a vida que criaste em dor!

Por que queres agora sorrir? Baixinho
Está a bater em teu peito um furor
Carregado de encantos, e, sorrindo
Hás de buscar-te o meu esplendor...

Pois, tu não sentiste aquele perfume?
Foi ela quem de propósito o deixou
Para que continues a brilhar em sonhos!"

– A esmo, vulto que inspira-me o lume!
Estrada de mentiras, p'ra ela, eu sou.
E, na ilusão do meu amor, eu a componho!

Inserida por acessorialpoeta

⁠" TRANSPARÊNCIA "

Me vens como te gosto: na evidência
de que darás do amor que te acompanha
e, sem pudor qualquer, chama, me assanha
me vindo na mais clara transparência!

Não há maldade alguma na barganha
pois que, desta paixão, temos vivência
e a mais completa e extensa experiência
de forma que a clareza, assim, nos ganha.

É transparente a alma, o olhar, a fome
que, de desejo intenso, nos consome,
a sede, a força intensa da atração…

Na transparência vens, sem véu, sem medo,
sem restrições em ser o meu brinquedo
pois que já tens nas mãos meu coração!

⁠" GUERRA "

Por vezes é o amor quem pede guerra
e invade o território, mina o chão,
se põe como em tocaia, em prontidão,
e, de querer, a minha paz desterra!

Se impõe à mente, ardente de paixão
e, qualquer sensatez, lança por terra,
reluta, avança, espera a hora, enterra,
e nesse embate vai até a exaustão.

Me arrasta inconsequente nessa luta
buscando que eu desfrute da disputa
e traga, por espólio, o outro cativo…

E entre suspiros fartos e gemidos,
sem que os desejos fiquem reprimidos
o amor se faz cruel, forte, lascivo!...

⁠" IN MY MIND "

Ainda és tu, presente ao pensamento,
a me agitar o amor a todo instante
qual se o viver não fosse-me o bastante
pra tão intenso e forte sentimento!

Aqui comigo, ainda presente, amante
e cúmplice de todo o meu tormento
já que, a paixão, tornou-se sofrimento
se te manténs ausente e tão distante.

Errei, eu sei… E não tive o perdão
que me traria a paz ao coração!
E tudo não me sai, enfim, da mente…

Presente em pensamento, aqui comigo,
concedes, para o amor, o teu abrigo
pra sermos um agora e eternamente?

⁠" ESCONDIDO "

Do amor, vaga nas sombras, escondido,
seguindo em seu disfarce improvisado
temendo pôr alguém, junto, ao seu lado,
talvez por ter, seu coração, ferido!...

Repulsa tem de, um dia, ver-se achado
nos braços de um desejo seu querido
e se encontrar, pela paixão, rendido
por novamente, louco, ter amado.

Prefere, então, manter-se em seu segredo
fugindo o tempo todo nesse medo
de que o amor, de novo, o reconheça…

Assim, vaga nas sombras, lá, sozinho,
fugindo de outro alguém no seu caminho
e crendo que não mais, amar, mereça!

⁠" CHAMADA "

Pra onde, o amor, me direciona e guia
eu sigo a sua luz, quando perdido,
pois seu consolo farto oferecido
é escudo certo em que meu ser confia!

Em seu fulgor, amparo está contido
e me é por segurança dia a dia
trazendo-me a esperança e a alegria
ao coração, por vezes, tão ferido.

É certo que me aponta a eternidade
e me assegura da felicidade
que ainda me há por vir ao fim da estrada…

Me direciona e guia, a luz do amor
por onde quer que o meu destino for
e eu seguirei fiel à sua chamada!

⁠" NÃO MAIS "

Eis que um esquenta o outro e vice-versa
quando há sincero amor, cumplicidade,
se o sentimento é forte de verdade
e a alma está, nesse desejo, imersa!

Se aquece, o que é paixão, felicidade,
nos braços, beijos dados, na conversa,
e o frio da solidão, assim, dispersa
mantendo o fogo da sinceridade.

Quando há o afeto puro, uma aliança
de se manter o amor que os afiança,
supera-se as geleiras desta vida…

Pois que um aquece o outro ao próprio peito
num relacionamento assim, perfeito,
não mais havendo frio que lhes divida!

⁠" DELÍRIO "

Tomei a flor do amor entre meus dedos
e lhe senti o perfume me doado!
Rendido, o coração me foi tomado
seguindo, da paixão, vozes e enredos!...

Que faz, um pobre ser, se apaixonado?
Se perde pela noite em seus segredos
e assim fui eu, por entre o val dos medos,
depois do amor, enfim, me ter tocado.

Bailei com as estrelas e o luar
sentindo todo o corpo flutuar
qual se não mais houvesse a gravidade…

Cheirei a flor do amor, pra meu delírio,
e a cruz tomei por sina e por martírio
sem mais pureza casta e ingenuidade!

⁠" ACABOU "

Foi lá nos tempos postos na elegância
que fez-se forte a mágica do amor
e colocou o mundo ao seu dispor
ao exalar sutil a sua fragrância!

Mudou tudo o que havia a se compor
em nova e inexorável substância
e o cosmo lhe acolheu sem relutância
qual se o feitiço desse-lhe vigor.

Tudo era romantismo, efervescência,
paixão voraz coberta de inocência
num sonho de perfeita sociedade…

A mágica acabou! Perdeu o efeito
e tudo se esvaiu qual se desfeito
o amor um dia exposto à sua vontade!

⁠" PERGUNTADO "

Que nos dirá o amor, se perguntado,
aos ver-nos frente-a-frente, qualquer dia,
depois de nossa intensa rebeldia
pra com tudo o que tem nos ofertado?!

Será que nos verá com alegria
pesando, prós e contra, o resultado
ou nos dará por chão predestinado
sentença contra nós por heresia?

Pois que, pensando bem, culpa não tem
se não encontra o amparo de ninguém
já que o proclamam causa de sofrer…

Se perguntado, o que dirá o amor
ciente que só ele é o redentor
da cruz que decidimos nós viver?!

⁠" ASSIM "

Por certo foi amor expresso, escrito,
notório em teu sorriso, ali, discreto…
Te despertou, para outro alguém, o afeto
e um sentimento nobre, enfim, bonito!

Não haveria, eu, posto em secreto,
de abençoar-te o amor, raro, infinito,
que liberou, de outra paixão, o grito
e pôs-te o pé em tão feliz trajeto?

Contente fico aqui de ver-te bem
quer mesmo que nos braços de outro alguém…
Completa-se, portanto, a nossa história…

É sempre assim, o amor! Tem seu momento
e aquece-nos em puro sentimento
pra que nos permaneça na memória!

⁠" ANELO "

Ao longe vês, o amor, chegando a ti
em seu cavalo branco, então, montado,
e o riso teu se põe emoldurado
nos grossos lábios teus cor de rubi!...

O coração palpita acelerado
como a querer fugir mesmo, de si,
num galopar, qual o corcel, ali,
de encontro ao peito teu enamorado.

Percebes que chegou o fim da espera
tal como a cartomante te dissera
que, um dia, ele viria ao teu castelo…

Chegando vês, de longe vindo, o amor
para atender, de vez, ao teu clamor
e saciar ao que te foi o anelo!...

⁠" LÁ VAI "

Lá vai o amor que sonho, livre, leve,
num caminhar seguro, em alegria,
e leva o meu olhar que lhe cobria
mas que, contar-lhe o fato, não se atreve!

Carrega sua paixão cruel, vadia,
que nunca acaba, morre e nem prescreve
fingindo que virá me ver, em breve,
como o querer em mim lhe fantasia.

Que mal pode fazer-me, então, sonhar
que um dia, assim, virá me visitar
pra, enfim, ficar de vez aqui comigo?...

Vai livre, leve, o amor que sonho, enfim,
passando lá distante, pois, de mim
sequer pensando em dar-me o seu abrigo!

⁠" LEVE "

O amor torna mais leve o dia a dia
e tudo fica fácil, divertido!...
O peso, nele, agora dividido,
se torna risos, festas e alegria!

Assim, todo o prazer que é recebido
se enche, após, de encanto e de magia
vestindo a encantadora fantasia
que faz, o mau humor, tombar vencido!

É, pois, assim que vence os dissabores
minimizando o fardo, a luta, as dores,
e tudo o mais num relacionamento…

Mais leve torna, o amor, o que é da vida
e essa alegria, dele, recebida
e o que nos enche de contentamento!

⁠" GENIOSA "

Um gênio de mulher, bela, faceira,
intensa em seu amor, leal, honesta,
e, tudo em derredor, lhe é puro, é festa,
e sua alegria é benção costumeira!

Tem arte em suas mãos! A vida atesta
o quanto que é prendada! É costureira,
pintora, uma artesã… É bordadeira
e que, talento tem, ninguém contesta.

Porém, essa mulher de tanto encanto,
que se divide entre alegria e pranto,
insiste em ser, por vez, frágil, dengosa…

Rainha de seu reino, feiticeira,
levou-me, da loucura intensa, à beira
mostrando-me também ser geniosa!

⁠"CONFIES"

Te seguirei… Tu sabes! Por amor!
Qualquer que seja sempre o teu caminho!
Eu estarei, de ti, junto, pertinho,
a dividir de tudo: frio, calor…

O que estiver, de nós, em desalinho
iremos ajustar, sim, com primor,
e eu estarei presente, ao teu dispor,
te aconchegando a alma em doce ninho.

Somente por amor! Por nada mais…
Aportarei teu corpo no meu cais
o tempo que, em prazer, te refugies…

Tu sabes! Seguirei-te estrada afora
do entardecer até o romper da aurora…
Me creia, pois! Em tal paixão, confies!

⁠Perca

Poetei quanto o amor me guiava
Senti paixão e de perde-la temia
O sentimento nas veias percorria
Os versos eram de quem amava
Era poético, sensação se criava
E demais, mais a emoção pedia
E o verso sentia, e o versar saia
Latejando, a inspiração sonhava

Não era para ser, foi, se perdeu
No choro da poesia, sofreguidão
A retórica numa solidão, morreu
Que me agouro, outro o azarão
A omissão na prosa. Adquiri eu
Saudades. Na poesia, inanição!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
5 setembro, 2023, 6’45” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

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