Soneto da Saudade

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APENAS UM VERSO (soneto)

Enquanto o dia no cerrado embotava
Em mim cavava o emotivo submerso
Dos porões dos medos que eu meço
Nas incertezas, que dá sorte brotava

Na aridez da saudade, ali disperso
No soluço d'alma a sofrência rolava
E na linha da recordação eu deitava
Aí, o sertão se tornava meu universo

Neste vazio a solidão por mim urrava
O destino rimava quimeras no averso
Então o coração amortecido chorava

Assim, eu com um olhar transverso
Devaneava sonhos, e lacrimejava
Pedaços de mim, forjando o verso!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

ASSIM QUISERA EU (soneto)

Assim quisera eu, outra sorte
Ter o agrado dum amor afora
Sem o silêncio jaz de outrora
Onde o eu a alguém importe

De sol à lua, da vida à morte
O tempo veloz, age: e, agora
Se fico ou se vou dali embora
Nas asas dum sonho aporte

E logo, aquele: o ter podido!
Partido na saudade que chora
Chapada numa vil recordação

Assim, eu, poeto aqui perdido
Ideando! Devaneando na hora
Saudoso de ti: ignota paixão...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano.

CERRADO EM PRECE (soneto)

Cerrado é a candura do tardar do dia
Quando a poesia dos sinos, em trova
Choram o clamor do donzel ave maria
Canonizando ao encanto a boa nova

O sertão de alma sempre em prova
De messe varia no chão em teimosia
Toda a glória, resignação que renova
Do sereno à sequidão que então ardia

Da tua fulgência aos olhares é certo
Tua imensidão nos faz tão pequeninos
Céu de estrelas, em divinos pirilampos

E em uma prece a Deus Pai, decerto
Enaltecemos. Estes júbilos tão divinos
Da pluralidade de seus remotos campos

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro, 14 de 2018
Cerrado goiano

DELÍRIO (soneto)

Descalço, mas pro cerrado não cabe tento
Em no teu chão, a total admiração extasia
E, em frêmitos pasmos, o meu olhar dizia:
- suntuoso, com todo possível argumento

Cantam os jatobás, encantados, ao vento
Fremente, os Joãos, Marias... os bóias-fria
Vão nos caminhos, cada qual na teimosia
Fazendo do dia em um novo nascimento

Em suspiros, seriemas, num agudo grito
No horizonte se misturam com o infinito
Regendo a alma do sertão num frenesi...

Neste fazer arrepiar em um doce arpejo
Na admiração, a diversidade em cortejo
Tudo se cala, ordena o delírio... Obedeci!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06/11/2018, 06’06”
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

REDUNDÂNCIA (soneto)

Por que me vens, com a mesma rima
Por que me vens, sofredora na trova
És porque vive assim querendo prova
Ou, então, lembrar-me da autoestima?

Por que levanta a tua voz, que sova
O coração, já amassado. Me anima!
Pois é tu, que do amor me aproxima
E não o contrário, a que me reprova

Vens acordar o que repousa fagueiro
O que de melhor há no poético raiar
O que vive romântico, assim, faceiro...

Ah! esqueçamos o que possa tardar
Nas tuas linhas eu sou o seu cavaleiro
E de minh’alma a doçura quero poetar

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

NUME... (soneto)
(8 de março, Dia da Mulher)

Há na mulher um ser de grandeza
que é de luz e de espírito bendito
a tua criação é o divino na natureza
tua prestante alma é todo o infinito

Um mistério de força e de pureza!
Um coração em espasmo erudito
rasga-se em amor de terna firmeza
e de toda geração o melhor escrito

Deus transmite o Teu olhar por ela
cada rebento a vida em harmonia
e a Gênese do afeto em cada abraço

pois, no seio de mulher ou donzela
dela o amparo, patrona companhia!
Nume... que nunca rende ao cansaço.

ÚLTIMOS VERSOS (soneto)

Na poesia luzente, hoje triste e fria
Onde os versos eram para a gente
Na poesia feliz, que ti trovei um dia
Para sonhar, já perece, eternamente

Achei (ia perpetuá-la) à nossa valeria
Intocada a rima de amor contundente
Aquele olhar, sussurrado em melodia
Que nos fez delirar a alma ferozmente

E doravante, chora, a prosa na solidão
Que, outrora, era de convivo tão leve
Agora, cheias de rancor e de embraço

Aquele abraço que escrevia emoção
Que trazia sintonia, e hoje tão breve
Ó inolvidável amor, desatou-se o laço!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/03/2020, 10’57” – Cerrado goiano

⁠Soneto à maneira de Camões

Esperança e desespero de alimento
Me servem neste dia em que te espero
E já não sei se quero ou se não quero
Tão longe de razões é meu tormento.

Mas como usar amor de entendimento?
Daquilo que te peço desespero
Ainda que mo dês - pois o que eu quero
Ninguém o dá senão por um momento.

Mas como és belo, amor, de não durares,
De ser tão breve e fundo o teu engano,
E de eu te possuir sem tu te dares.

Amor perfeito dado a um ser humano:
Também morre o florir de mil pomares
E se quebram as ondas no oceano.

⁠O AMOR (soneto)

O sentimento é uma formosa safira
Rútila, que o prazer do sentir enseja
Onde a emoção a companhia deseja
E no coração, aceso, flamejante pira

Tal harmônica lira, na poesia suspira
O abraço cativa, com o olhar se beija
E na amizade, ele, o afeto, assim seja!
É ardor com mimo que n’alma delira

É sempre magia e também é donário
Aquele singular poema no seu diário
Ternura e sedosa flor, enredado voo

Na companhia obrigatório alicerce
Onde no caule do bem ele floresce
Só quem tem, quem um dia amou!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03/08/2020, 20’01” – Triângulo Mineiro

⁠SONETO (amor)

Se eu fosse o amor, a eternidade eu seria
Um daqueles tempos de romance de outrora
Aos desencontros eu nunca chegaria
E dos minutos eu faria mais que a hora

O melhor da paixão está na quimera
Do olhar que é desviado e que olhou
Dos beijos dados (ah, quem me dera!)
Eu seria o amor infinito, que não passou

Eu seria esse amor literário
Cheio de novela, nunca solitário
Que todos espera sempre no coração

Numa esperança sempre desejada
Que no querer é promessa renovada
Com pitada de cumplicidade e ilusão

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/08/2020, 12’12” – Araguari, MG
paráfrase autor desconhecido

Soneto de autopostumação

Sensações póstumas devem ser reconfortantes,
pelo alívio do sofrimento de uma vida inteira,
tornando todo o peso do dia a dia uma besteira,
uma vez do outro lado nada mais será como antes...

Preocupações de outrora em vida serão irrelevantes,
parte de uma extinta realidade passageira,
meu espírito, móvel velho em que se tirou poeira;
renovado, fará de angústias e mágoas coisas distantes...

Não há medo, confio no que mereço, por tudo que fiz;
a morte é um processo natural, calmo e bem-vindo,
finalmente terei a chance de ser bem mais feliz...

Ao partir sei que a caminho do maior estarei indo,
será bom, jamais vi uma caveira com semblante infeliz,
todas espontaneamente estão sempre sorrindo.

Soneto de metamorfose

Vida de lagarta.... Total limitação...
A sina de uma existência asquerosa,
de uma condição naturalmente desairosa,
melancólica, frágil e sem opção...

Destino de incomoda sujeição,
uma vida sofrida, triste e morosa,
de uma falta de perspectivas pavorosa,
onde há apenas a morte como solução...

Quando minha alma, este fulgor tépido;
de meu velho corpo irá se separar;
meu caixão, morada do cadáver fétido;

será o casulo que irei abandonar;
e estarei livre, me sentirei lépido;
borboleta pronta para voar.

Soneto:
Amor-perfeito é uma flor

Amor quase perfeito
Carrega dupla afeição
Um parece que voa
Outro tem os pés no chão

Ambos se sentem seguros
Os afetos que trazem no peito
Transformam cada ocasião
No momento mais perfeito

Uma dupla sincronia
Um ama a noite
Outro a luz do dia

Um amor quase perfeito
Mesmo sem razão
Um é poesia o outro a emoção
Soneto autoria #Andrea_Domingues ©

Todos os direitos autorais reservados 20/12/2019 às 19:40 horas

Manter créditos da autoria original #Andrea_Domingues

⁠Soneto do renascimento

Um instante, um olhar
Vi a lua tentando me banhar
A cortina de fumaça sobre céu
Mesmo assim conseguiu me alcançar

A lua, o silêncio e eu
Por detrás o mundo se perdeu
Era minh'alma se libertando
De todo deserto me soltei

Vi o sol acordar
Num instante, me olhei
Oh, finalmente voltei a sonhar

A maré baixou, eu levantei
Minh'alma se banhou
O mundo aquietou, fui eu que mudei
Autoria: #Andrea_Domingues ©

Todos os direitos autorais reservados 07/07/2020 às 16:40 hrs

Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues

Soneto da Beleza

não digo que tu és bela, porque
se dissesse estaria mentindo
a palavra que a sua beleza defino
não existe, mas a muito quer nascer

essa palavra é somente sua
porque só nascerá para você
feita sob suas medidas de florescer
aliás, feita sem medida nenhuma

porque sua beleza não pode ser medida
é algo que não pode ser classificado
nem mesmo pelos mais sábios Druidas

um pássaro que só pode ser apreciado
e quando chega a hora da despedida
o coração fica todo despedaçado

Soneto do Eu

sou apenas mais uma confusão
dentro de uma cabeça
entender talvez eu não mereça
porque estou cheio de explosão

amante da vida
e principalmente, amante do amor
dele já usufruí muita dor
mas sei que o bom vem em seguida

escravo do mundo dos outros
mas um escravo conciente
sou mais um no meio dos loucos

que está preso nas correntes
de muitos, sou o pouco
aquele que aprecia o diferente

SONETO DA FANTASIA
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Quando o escuro da noite cobre os teus passos
Tu segues sem embaracos pela noite vazia
Buscando a esperanca de uma alegria
Buscando prazeres de estranhos abracos

Segue as fantasias de um amor grande
Tentando mostrar alegria nos olhos tristonhos
Talvez procures os rastros de teus sonhos
Que tu perdestes nao sabes onde

E assim tu segues uma sombra invisivel
Desejando ser feliz na tua vida
Uma vida que ja foi linda e invejada

E assim tu desejas este sonho impossivel
Aumentando as magoas de tua alma ferida
Se iludindo em cada madrugada

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Cell(914)776-4867 - New York - USA

SONETO XVI

Como um doce a provar
Assim era o que sentia ao te abraçar
Uma doçe voz a te escutar
Quando ao meu ouvido vinha falar
E assim passei os dias com voçe
Nao havia melhor coisa a fazer
Se nao simplismente canatr
Que havia nascido pra te amar
E assim sem cometer enganos
Entre todos nossos arranjos
A ver estamos tentando
Chamando todos os anjos

Soneto para sua Felicidade


O motivo do meu sorrir é o teu riso,
E tuas lágrimas é o motivo do meu pesar.
Mas eu escolheria o meu pesar para que tu tivesses para sempre esse teu sorriso,
Mesmo que eu passasse minha vida triste e a chorar.

Seria o primeiro “triste-feliz” do mundo.
Triste por um motivo qualquer e só isso...
Mas feliz por ver teu sorriso se abrir para o mundo!
E todo mundo veria a ti com outro sorriso,

Alguns chorariam rindo ou sorririam chorando,
Mas a alegria que procede do teu riso,
Cessaria qualquer pranto!

Só o meu que continuaria,
Por que eu escolhi teu sorriso,
E preferi de qualquer vil tristeza o seu manto!

Soneto ao amigo


Ao descaso da vida te encontrei
Perdido por momentos de alegria
Entre duvidas eu chorei e ri
E tu, apenas ficaste ali, olhando-me...

Poderias virar as costas ao momento
Podias fechar os olhos ao trabalho
Podias passar um melhor momento
Mas não tu ficaste apenas, ali, olhando-me...

No teu silencio, na tua presença, fiquei forte
Nas tuas palavras sábias e severas de conforto
Ganhei a coragem de enfrentar mais um dia...

No teu abraço, no teu enxugar de lagrimas
Eu senti-me importante e curei as feridas
Que só tu, apenas tu o soubeste fazer...