Soneto da Saudade
Soneto, “fim de aventura”
— Repentinamente a alegria transformou em entristecimento
— O riso converteu em lamento,
— Surgiram lágrimas e abatimento
— Momentaneamente, o que era paz, se transformou em tormento
— Inesperadamente;
— Na expressão extinguiu a luminosidade
— O afeto converteu em incerteza, não havia mais tanta clareza
— Os encontros converteram em preocupações, já não faziam diferença!
— inusitadamente;
— A solidão se fez presente,
— habitou o coração
— A vida, perdeu o sentido, naquela aventura que estava vivendo.
— Aquela fantasia, perdeu a razão, senti estar sofrendo.
— Imprevistamente, o vento levou, terminou!
Rosely Meirelles
SONETO PLATÔNICO
Por eu saber que nunca serei teu tema
permita que te diga algo, poeticamente
por tímido ser, deixo no acaso reticente
suceder cândidas juras, través do poema
Não me queira mal, neste frouxo dilema
pois, não sabes que te amo loucamente
e que de teu doce olhar sou confidente
e servo, com o coração eivado de selema
O meu verso está cheio de ti, adorativo
Imagina-te, vive com fascínio pensativo
Em cada cântico uma ode a lhe compor
E, se sorris olhando-me inteiramente
Parece-me que estás a ris unicamente
Por supor que nunca serei de ti, amor...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 setembro, 2022, 15’41” – Araguari, MG
TRISTURA (soneto)
Triste é redigir a poesia, com sofrência
Daquele amor que se conheceu um dia
O amor inteiro, de cortesia, de quantia
Vê-la desvaísse sem qualquer anuência
Triste é ter prosa na saudade, chateza
Daquela ausência que já fez suspirar
Do coração calado, outrora a palpitar
É ter o verso murmurante de tristeza
Triste é tanto silêncio, falta no versar
É o amor sem a poética para se amar
São os cânticos poetizados com ilusão
Triste é a recordação sem recapitular
A inspiração que não quer mais falar
É redigir a poesia, triste, sem paixão!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24 setembro, 2022, 22’05” – Araguari, MG
Soneto da laetitia
Em Veneza a laetitia em tudo reina
Mas com o tempo ela há de estiar
Assim como as lindas flores, com o tempo hão de secar.
Entre as papoulas italianas o inverno tem de chegar
O templo de laetitia é onde hão de descansar,
Até o inverno da tristeza por fim acabar
No tempo há dois caminhos, que levam a dois pergaminhos
Que por mais que parecidos são distintos
A amizade e amor são separados
Mas por uma linha tênue são ligados
Mas no fim ambos levam ao mesmo caminho
A laetitia os recebe com apreço
Os que ousaram cruzar a linha
E por fim chegar ao romantismo
Soneto ao Conde de Monsaraz -
E escuto à noite, na Voz do Universo,
cálido, certeiro, feito de Estrelas,
uma Voz que ecoa, deixando-me imerso,
num manto doce de tímidas procellas:
"... há uma Paz infinita na solidão das herdades,
ó Alma das coisas mortas,
eu sinto que me confortas,
nos campos, quando me invades ..." *
E há um silêncio sinistro e misterioso
que me escorre a Alma num pálido sentir,
ora doce ora amargo, ora alegre ou doloroso ...
E sinto em mim, às vezes, vacilante e audaz,
essa voz Eterna, doce, a sorrir,
do Conde de Monsaraz ...
Tens em minha Casa um lugar onde podes pernoitar sempre que venhas.
Tens em meus braços um ninho de amizade que te espera.
Tens em minha Alma outra Alma que sempre esperará a tua Alma ...
*Quadra de António de Macedo Papança, Conde de Monsaraz. IN Musa Alentjana - 1908
A tua beleza é tão imensa e a sua humildade compensa a linda jovem que és.
E neste soneto tentarei analisar a formosura que me fez decantar sua sublime beleza sob o meu olhar.
Dona de um lindo sorriso,
Assim como as mais lindas tarde de domingo,
Trazes na alma um grandioso feixe de luz que a todas as almas sedentas dela, tu as seduz.
Garota tão doce e de um nobre coração,
quisera ser o príncipe em sua vida e partilhar dessas entre outras boas emoções.
A tua alegria, o teu doce sorriso,
que tantos os contemplo.
Você tem a doçura das flores e o cheiro dos campos,
O amor sincero entre tantos encantos,
Quem me dera ter ao meu lado,
aquela que com um carinhoso abraço descansaria minha alma entre tantos obstáculos.
SONETO A SOLIDÃO
jjclemente <j.j>*
Olhar perdido no horizonte
Buscando alguém que não existe
Mão estendida sobre a fronte
Assim eu fico quando estou triste
Então dirás meu velho amigo
Estás sempre triste, ou és um sonhador
Amo a solidão assim te digo
Como o jardineiro ama a flor
Não só a amo, eu busco a solidão
Sou assim é assim a minha natureza
Da qual não dou satisfação
Vejo nela até beleza
Uma beleza de iludir meu coração
Coração apaixonado e cheio de incerteza.
SONETO
Primai, ó soneto, rimas e refrões
Incendiai de estro o pensamento
Exulte a sensação com fomento
E tenhas fluência nas emoções
Vós, poética, rolai vosso intento
Bardo, cantai as doces canções
Vossas, vindas d’alma, e ilusões
De amor, cheio de encanamento
Num dilúvio de validade, o infinito
Tito, amoroso e de leve calmaria
Ao som do carinho que é bendito
E, então, nestes sonidos divinos
Ter em si as premissas da poesia
Autêntica e hábil, de puros hinos!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 de abril, 2022, 21’56” – Araguari, MG
Vamos tentar contar as estrelas que Bilac ouvia...
Com este soneto, procuro prestar uma homenagem
ao nosso Príncipe dos Poetas.
Osculos e amplexos,
Marcial
CONTAR ESTRELAS AO LUAR
Marcial Salaverry
Em noites enluaradas,
até o brilho das estrelas é maior,
inspirando almas apaixonadas,
para viver o amor melhor...
Não amar, seria o pior,
e com as carícias desejadas,
uma lição que sabemos de cór,
é bom amar em noites estreladas...
Além de amar, vamos estrelas contar,
parafraseando Bilac que as ouvia,
melhor para a paixão controlar...
Contá-las, para melhor o amor viver...
Ao lado da pessoa que amamos,
Contá-las para melhor as saber...
Marcial Salaverry
NATAL EM SONETO (dezembro)
24 de dezembro, uma noite tão presente
Noite Cristã, zelo ao Pequeno Nazareno
Um amigo amor, um desígnio tão pleno
A infância em recordação, inteiramente
Nestes veros meu cantar doce e ameno
No pisca-pisca de sentimento inocente
Lépida cantiga, total sensação que sente
Mesa posta, nossa gente, o crer sereno
Ó Menino Nazareno, sentido, confiança
Aquela verdade que nos traz esperança
Aquela inspiração que nos dá devoção
E, no coração o tanger do fervor imerso
Neste emocional, só um pequeno verso:
Dum soneto de Natal em devota canção!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 dezembro, 2022, 19’42” – Araguari, MG
Soneto, Falam as Flores!!
— Passo o tempo cuidando das flores, um belo colorido que chega a fazer ruído!
— Existem abelhas em meu jardim, polinizam sem parar…
— Fazendo a vida a brotar, “núm” vai e vem frenético estimulando a vida a nunca parar.
— Elas também incentivam o jasmim a embelezar.
— Existem borboletas de diversas cores!
— Sobrevoando as flores!
— Cuido de meus amores!
— Tenho um Deus cuidando de mim, amor sem fim!
— Admirando as flores!!
— Fico encantada com as alfazemas, que me inspiraram a escrever poemas.
— Às vezes as palavras fogem, mas as flores falam…
— Amo o perfume que elas exalam!
— Rosas-brancas, rosas-vermelhas, rosas-amarelas, são poesias vivas…
— Que posso ver, sentir e admirar, da minha janela!
Soneto alforria
— Com toda serenidade, deixei de
dar ouvidos a palavras vazias
— Desfiz as amarras, me libertei das garras.
— Soltei a laçada, que permiti que me enlaçasse algum dia.
— Que me mantinha aprisionada, difícil até respirar.
— Joguei fora as consternações,
aquelas que faziam sangrar meu coração,
e me punham a chorar,
causando aflições.
— Na esperança de me libertar.
— Joguei tudo pra água do mar levar.
— A maré levou, a maresia deteriorou.
— Tudo se foi na imensidão.
— Deixando livre, e leve o meu coração.
— Agora posso dizer-te
— Sou uma flor fascinante,
— Que estava presa a um coração horripilante.
— Que com alforria, agora, sim, VIVE!
Soneto de ano novo - Sergio Ramoz
Feliz 2023, ano novo que se aproxima
Cheio de esperança, saúde, fé e amor
Que o futuro traga muitas bençãos
E que a gratidão esteja sempre em nosso coração
Que possamos enfrentar qualquer desafio
Com coragem e determinação
Que possamos valorizar cada dia
E encontrar motivos para celebrar
Que possamos ser gratos por tudo o que temos
E compartilhar nossas bençãos com os outros
Que possamos amar incondicionalmente
E construir uma vida plena e feliz
Que este novo ano seja um tempo de renovação
E que possamos encontrar alegria e paz
Feliz 2023, que sejas um ano maravilhoso!
ROSEIRA {soneto}
Embaixo de uma roseira, apreendo a poesia...
Poesia que faz da roseira uma trepadeira...
Vi uma rosa ao chão escura, da vida se ia...
Vi outra Viçosa que ainda da vida sem beira...
A pobre roseira posta pelo jardineiro arqueada,
Contemplava a vida de focinho pro chão.
Jardineiro desavisado, roseira chateada.
Sua sensibilidade não o chegara então?
O homem sempre destoando a natureza.
Seria a rosa morrendo, o próprio mal?!.
Seria o chão, não o chão, mas "a profundeza"?!
Qual rosa conhece o mal na verdade?
A que estava ao chão morrendo ou...
A outra Viçosa, ou o jardineiro de meia idade?..
poeta_sabedoro
BORBOLETA MAGICA {soneto}
Cintilante como uma centelha de luz
Brinca e esnoba rebolando aquém
Seu brilho atraente como se aduz
A um expectador pelo seu desdém
A borboleta graciosa vive ao natural
Sua casa e' regada de flores, flores
Não, não plástico industrial- artificial
Sua beleza e' posta viva, sem dores
A existência deve ser sempre plena
Não cabe a isto negociar a saúde
Assim como o mundo tal nos alude
Sempre plena, e quando só amena
A vida deve ser sempre como magica
Uma borboleta voando sendo trágica
poeta_sabedoro
Soneto: Sonho
O vento sorrateiro na janela
Sem paciência grita
Escuta o eco do medo
A vida desafiando os espinhos
O tempo passa ligeiro
A voz é engolida a seco
A coragem salta do peito
O sol floriu um sorriso
Os sonhos fazem o caminho
A esperança faz a rega
A paciência faz o ninho
É assim quando continua de pé
Nada acontece sem luta
Nada acontece sem fé
Autoria #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 26/07/2022 às 08:00 hrs
Manter créditos de autoria original _ Andrea Domingues
soneto de neve
solto sua mão
mas acho que vou te encontrar
no inferno, pode ser
na terra ou no mar
neve grossa
estamos afundando
me perdoe pela arrogância
mas acho que vou continuando
me perdoe, me perdoe
poque eu segui o riacho
pensando "um dia eu te acho"
assim como a neve
que não derreteu por completo
e que não conseguiu dizer adeus.
SONETO BEM-AVENTURADO
Deixa poética que eu cante mais um canto
De amor, simples que seja, tonto e sedento
Porém, que seja com todo belo sentimento
Composto de alegria e aquele doce encanto
E, assim, um poetizar leve e sem desalinho
A desejar o solfejar num ritmo de verdade
Paixão, aquela que nos deixa com saudade
Que não seja com fatuidade, e sim carinho
Consinta, afinal, ó poética... é só um canto
Cantado dum Bardo que quer tanto, tanto
Os versos certos, se certo, então, eu juro!
E, que traga sentimentalismo, o momento
E tão mais que um canto, um sacramento
Bem-aventurados versos dum amor puro!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 agosto, 2022, 14’02” – Araguari, MG
SONETO INCOLOR
A poesia, que um dia me cobriu de amores
Hoje silente na sensação e tão cheia de não
Entoando transgressão pra versos pecadores
Tão perdidos e tão desamparados na solidão
Inquieta. Mas vai aonde o romantismo fores
Pra então sentir e auscultar a voz do coração
E assim carregar os poemas e as singelas flores
Do jardim da imaginação, sem morrer a paixão
Dores, rumores, temores, no versar presente
Que deixa a rima despovoada, nua e ausente
Quando se só queria a emoção dum amador...
Na sofrência que voa duma dura imaginação
A tristura, chama está, duma rude desafeição
Então, poetando o acaso num soneto incolor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 agosto, 2022, 20’40” – Araguari, MG
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