Soneto da Falsidade de Vinicius de Moraes
Qual o sentindo da vida?
Nós somos programados com a ilusão de que somos alguém, quando na verdade todos nós somos ninguém. Se você olha para um quadro exposto, por exemplo de sua cidade em 1940. Várias pessoas andando na frente da igreja, saindo da missa. Naquele momento todos achavam que eram alguém, um advogado, um médico, um professor, mas quem sao essas pessoas hoje?
Ninguém, todos eles são ninguém, estão mortos, são apenas uma imagem.
E isso é imposto a nós, a idéia de ser alguém, Quem é você? Quem sou eu? além de pessoas buscando ser alguém, para ter dinheiro, ou até mesmo alimentar o próprio ego. E quem seremos nós daqui a alguns anos? Talvez apenas um rosto em um quadro de formandos, que alguém com os mesmo sonhos vai olhar e imaginar "quem são essas pessoas?".
A maioria vive em prol de conforto
A minoria vive em prol de sucesso
Raros vivem em prol de impérios
Angústia duma Rocha
Olha para mim, as cicatrizes em minha face,
as vê? Acha que é só um disfarce?
Que a dor não foi real?
Como esses estigmas que guardo,
o sofrimento ficou no passado,
mas o passado ficou em mim.
E a corrente presa em meu punho,
não vê que está enferrujada?
Meus olhos tremulos não te dizem nada?
Se estou certo, isso é só um rascunho,
o pior ainda está por vir.
Tem ideia da agonia que é gritar,
e ouvir o som ecoar no silêncio?
A razão por trás de um chorar,
a vaga esperança de um bom senso.
E você me pergunta a onde estão minhas lágrimas?
Foram petríficadas em meu rosto!
Não vê?
Eu sou só o que resta,
o estilhaço do que não presta,
a luz que esvaiu,
o mar que desertou,
a cruz que quebrou.
I.S.S
Finado
Tenho medo de acreditar no que dizem as vozes,
não que eu escute alguém,
só às vezes,
o tom que entoam os cem, me vem.
Medito, tentando assim achar a paz,
mas a sina, vem e corta,
a sede, vem e mata,
a fome, vem e come.
Resisto a vontade que insiste,
em tomar posse de mim,
ideias estouram no que consiste,
em fazer coisa ruim, para mim.
Grita, afirmando a voz da incerteza,
com razão,
já que eu não suporto ser,
e as vezes não.
Habita em mim a sorte,
do último suspiro,
vir com um leve e fino corte,
ou com o peso de um tiro.
I.S.S
Interferência
Certo de que dei-te todos os meus sorrisos,
e também a atenção,
não esperei nada em troca,
muito menos o seu não.
Perdi a cor e o riso,
deixe-me ao menos só,
eu e o meu cenho siso,
cuja graça de mim tem dó.
Nem meu grito consegue alcançar lugar nenhum,
na amplidão desse espaço,
meu eco não chega a canto algum,
eu não sei o que faço.
Dar um tempo do mundo,
abrir o mar com a cabeça,
emergir minhas ideias lá no fundo,
té que um dia eu te esqueça.
I.S.S
Comunicado de falecimento*
último suspiro de icarus.
Hoje às 23 horas da noite suja
repleta de marginais
o poeta que dormia feito coruja
foi baleado no beco dos irracionais
e em seu leito de morte
escreve na agonia
sua última poesia
relata que a morte é evento de sorte
pois liberta a alma da dinastia
de residir na prisão
lutando contra as correntes
e grades da condenação
bebendo veneno das serpentes
comendo a desnutrição
rabiscando nas paredes da cela
anagramas de um prisioneiro
clareando o escuro da mente à luz de vela
pagando o salário do carcereiro
esquece a rima de lado
ao falar de amor
embora prefira morrer queimado
do que se expor
logo finge sua loucura
ateia fogo no próprio reino
alegando insanidade à realidade dura
rosna dizendo que não ama
e grita "roma!" do avesso
assim constrói sua fama
os poetas que conheço.
Luto dos astros *icarus
O Sol apontou mais alto que tudo
grandioso, acompanhado por uma halo dourada
brilhou o dia todo
e saiu sem dizer nada
A Lua passou a noite encabulada
escondeu-se sob as nuvens
afastou-se das estrelas e do mar
e a penumbra não teve luar
Ouviu-se do galo o canto
o Sol vem chorando
e o dia foi de pranto
A Lua desaba no chão
o Sol desbota em tons de cinza
e a Terra arrependida grita pedindo perdão, perdão!
Céus e terra
Que fique claro
que eu endoidei
não é tão raro
meu juízo sofreu de infarto e pequei
gritei tão puto
que rasguei
o céu, mar e a Terra
dividi tudo em três
agora vivo assim... é amor, paz ou guerra!
[ ]
Vivo cantando aos ventos
jogando notas no oxigênio
entoando canção de momentos
Que se dane o prêmio
ame meu gênio
ou peleje com meu maldito boêmio!
icarus-
Assistir uma aula é bom, mas entende-la é melhor. Retribuir ao outro o que aprendeste excede o melhor, e essa é uma das funções do professor, porém nunca uma missão, já que esta sempre foi uma das atribuições
dos não professores.
Zuzuca do Salgueiro
Autor: Pezão da Timba
O tempo passou...
A voz do poeta ecoou
Em versos vermelho e branco
O vermelho sangue deu vida
E no branco da paz tão contida
Deitou a poesia no chão do terreiro
Sim... O tempo passou!
Mas o poeta ecoa
Sua voz no tempo que voa
Acorda a história
E a docê viva memória
Ressurge em raiz num Salgueiro
(2021, 19/outubro)
UNI-VERSOS
Uni verso e coração... fiz-me poesia
Uni verso e voz... fiz-me melodia
Uni verso e frente... fiz-me completa
Intensa
Imensa
ao uni-versos!
Ela reina no céu noturno
ele, no dia.
Ela, lua, sorri...
talvez sonhe o encontro
logo mais.
Talvez.
Pergunto-me:
por que os amantes
são inexplicáveis?
É manhã cedinho
ela não devia aparecer
eu sei...
mas o amor faz coisas
que até Deus duvida!
Um dos grandes desafios contemporâneos é de criar (e/ou de se tornar) pessoas fortes em um mundo de facilidades.
(Leonardo da Silva Garcia)
Se Cristo voltasse antes da minha conversão eu estaria perdido, se não voltasse um dia, como prometeu, eu seria consumido pela desesperança.
Tenho, portanto, a misericórdia nesta amorosa espera e o juízo na certeza da promessa. Seja como for, a cada dia que passa a misericórdia Dele me parece maior e o Juízo mais próximo.
NA ESTRADA QUE CAMINHAS
Nesta estrada que caminhas
Já não vista como antes
Onde tantas andorinhas
Que cantavam ao verdejante
Já agora, tão sozinhas
Voam ao longe bem distante
Restam lá as doces vidas
Mesmo sendo assim contidas
De esperanças num instante
Tão distante de um tempo
Em que o homem desatento
Com sua algóz destreza
Sucubiu a natureza
Com a mente tão errante
Mas Deus reconstrói
Tudo o que homem destrói
E o amor como um herói
Torna vivo e fascinante
E na estrada em que caminhas
Retornaram as andorinhas
E hoje são vista como antes
Pezão da Timba
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