Soneto 12
SONETO SENTIMENTAL
Eu poeto e poetarei sempre como poeto
Uma poesia de amor é o bem que se tem
Cheio de encanto, e da poética vai além
Onde nos há de ser aquele sentir secreto
Porta da sensação, que se abre no soneto
Sentimento de poesia e paixão, também
Nos acolhe, e pro viver, nós faz tão bem
Porém, tem de afazer do medo discreto
Um amor! que bravo, que bom que belo
Ali está a emoção, o ter, vamos facilitá-lo
A estimar-nos em galardão de estimá-lo
Assim, não se pode versar sem conhecê-lo
Pois, é singular querer haver, e ganhá-lo!
E, és sentimental até na ilusão ao perdê-lo
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/05/2021, 13’02” – Araguari, MG
SONETO AO INVERNO
Inverno, do cerrado, mirradas manhãs
Em brumas, frias, enfadas e maçantes
Sentimento turvo tal o som de tantãs
Oposição certa ao ardor dos amantes
És com melancolia, arriadas em divãs
Da prostração. Os dias dessemelhantes
Desbotadas as florescências temporãs
Poética fria, suspiros e duros instantes
E rufla o chuvisco pelo chão imaculado
Tremulando a terra, sensação solitária
Faz-te fundar, ó invernada do cerrado!
E no horizonte, a imaginação tão vária
E, no pensamento a saudade cortante
Sussurrando ao vento, o amor distante...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/maio/2021, 09’58” – Araguari, MG
SONETO DE AMOR VIVENTE
Todo amor vivente em mim foi afeito
Tudo em mim dum amor vivo foi dito
Emanou do espírito e me fez infinito
Ser, pois, todo amor tem divino jeito
Tão muito de amor trovou meu peito
Suspirei, fui fácil em amar e fui aflito
E, em cada voto o meu poético grito
Tenho defeito e, também o conceito:
Sou amor, ao ser amador, - o ofereço!
Amor mais que coubesse tenho dado
Esse devoto amor que não tem preço
E se por tanto dar não me fiz amado
Fui querido a quem sobe ter apreço
Assim, vário, me restei enrabichado...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2021, 15 de junho, 17’42” – Araguari, MG
SONETO ESCANCARADO
Ainda que a saudade aperte o peito
que tenha sons n’alma retumbantes
esbravejo esse canto inda sem jeito
e, sem me ligar aos maus instantes
Temo a falta, tão pouco ter preceito
brado os sentimentos, os vibrantes
do coração, assim, nesse ato afeito
vivo a estimar, sensações faiscantes
Também verso suspiro, e como sei
os reais, os doídos, aquele cruciante
certo estou que, contudo, te amarei
E, cá escancaro a emoção alucinante
que expõe o soneto que nunca te dei
com cheiro, gosto, toque de amante!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09 março, 2024, 17’40” – Araguari, MG
QUANDO O SONETO CHORA
Nas estrofes do soneto, a tristura
Suspira, choraminga na dura dor
Unhando no verso afiada ranhura
Dês que dá à sensação, dissabor
Quando o verso lacrimeja, e figura
O desagrado, o pranto é um temor
Sente o desencanto, beira loucura
Duma poética desiludida no amor
Há pesares extensos no caminho
Saudade, embatucando o sentido
Martelando o que não tem alinho
Chora o soneto o instante partido
Da vida, versando cada cadinho
Protelando o versejar tão doído!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10 março, 2024, 14’20” – Araguari, MG
UM SÓ SONETO
Somente um soneto cru, precário
Poetizando a sensação repartida
Tão singular, vazio, tão deficitário
E, aceita calmamente a dor doída
Qual a um verso em um relicário
Intocável, inerte, exilado da vida
Ferido em espinho, sem itinerário
Sangrando aquela paixão partida
Somente um só soneto bem podia
Nas estrofes o sentido arrebatado
Embalado com poética na poesia
Fazendo palpitar o canto, cantado
Dando asas a ilusão, e que voaria
Nas rimas do coração apaixonado.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
11 março, 2024, 20’04” – Araguari, MG
SONETO DO RIO BAGAGEM
A saudade é levada pelo Rio Bagagem
Na correnteza tão cheia de modulação
É canto, é sinfonia, cadência e emoção
Pelos seixos e húmus, poética viagem
Na moela das galinhas de sua margem
Tem diamante! Lenda ou verídica razão
O que voga é que pulsa ingênua a ilusão
Rio encantado, sensação, rútila imagem
No coração, uma serenata melodiosa
Estrela do Sul, teu leito, terra formosa
O borbulhar é história e n’alma cafuné
Assim, em tuas águas, vez em quando
Aquela sorte, a esperança vai lavando
Rio do irradioso diamante, bagageiro é.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
06 abril, 2024, 20’39” – Araguari, MG
*para a prima Lêda Brasileiro Teixeira Vale
ALEGRE SONETO CONTENTE
O meu alegre soneto contente
Canta, celebra, e feliz da vida
Esquece o peso, vai em frente
Na sua satisfação destemida
E nesses versos, tão presente
A extensa felicidade incontida
Que adentra a alma da gente
Alastrando na emoção sentida
O bem estar é são, tem clarão
Fazendo da vitória, boa razão
Enchendo de ovação e clamor
Meu alegre soneto, bem sabe
Que agrado, sensação, cabe,
Na fortuna dum grande amor!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
17 abril, 2024, 17’44” – Araguari, MG
VERSOS MURCHADOS
Pelo soneto saudoso vou versejando
Verso choroso de emoção carregado
E pela poética a agonia vai passando
Suspira, sussurra, ah! sentir danado!
Trova e canta o canto, assim, rimando
Com a rudeza do vazio, tão atordoado
E a alma do sentimento vai murchando
Deixando sem comando o ritmo do fado
Guarda escondido dentro desta poesia
Um tesouro de amor, outrora de alegria
E, a paixão de um romântico coração...
Nem se compara os dias tão elevados
Versados aqui sem reação, despejados
Murchados e, sem qualquer percepção.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
23 abril, 2024, 19’45” – Araguari, MG
DE SONETO EM SONETO
De soneto em soneto vai o tempo já passado
Do versado fado, as ilusões, na ridente aurora
Dos cânticos encantados, e canto enamorado
De uma poética cheia de sensação de outrora
O tom que no estorvo se sentiu abandonado
O perfume na lembrança, que lembra agora:
O amor perdido, a infância ida, ali arruelado
Na recordação. Ah! tudo vivente a toda hora
Apressado, fugaz, e o versar vai observando
Cada linha, um toque de memória, morrendo
No tempo, guardado na emoção, até quando
For somente uma lembrança, ainda sendo!
E, de rima em rima aquela ocasião rimando
O soneto na saudade e a toada desvalendo.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24 abril, 2024, 07’39” – Araguari, MG
MEU POBRE SONETO
Ele sussurra com uma dor sofrida
Que esmaecido chora na emoção
Tal a uma lágrima na falta sentida
Que bate forte o apertado coração
Ele canta com a sensação pendida
Dos urutaus, que cantando em vão
Entoam cantos de sisuda despedia
Soando saudade adentro do sertão
Um versar gemido e de melancolia
Que rola na trova com árida agonia
Com frios sentimentos superficiais
Meu pobre soneto, tão moribundo
Que quer arrebatamento profundo
E vive o sonho, que não volta mais.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 abril, 2024, 18’17” – Araguari, MG
*à amiga Lucineide S. Ghirelli
TACHO (soneto)
Quantos doces em alquimia
Colher de pau, a calda densa
A ferver, compotas na dispensa
O tacho em sua eterna poesia
Queima a lenha, ferve a água fria
Nas labaredas estórias pedem licença
E nós sabores, só tu fazes a diferença
Das caldas, doces, deleitosa iguaria
Os açucarados da infância, delicia
O tacho ora quente, ora esfriando
Se espirrando, não foi de malicia
É sua natureza, da receita, mando
Mexe, remexe, expectativa, perícia
No fogão de lenha ele é comando...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 de maio de 2020 – Triângulo Mineiro
LACRIMANTE
Soneto, vivo tão só, numa rudeza
Onde o versejar se dilui em pranto
Longe do prazer cheio de encanto
Aonde a minha poética está presa
As rimas são ao verso só incerteza
Tristeza, onde o meu sofrer é canto
No entretanto, o amor é tanto, tanto
Em uma poesia frágil e tão indefesa
Ando inquieto, o coração com desejo
De um sussurrar tão de ele distante
Que endoida, e que na paixão a vejo
Em cada uma das linhas, um instante
Que retumba pelo ar, tal a um realejo
Solitário, com o impar tom lacrimante.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
07 maio, 2024, 18’44” – Araguari, MG
MÃE (soneto)
Amar com um incondicional amor
Ser eterno que merece ser amada
Notadamente, dama predestinada
Nada espera, tudo dá. Tom maior
Duma generosidade no seu melhor
A tua paixão é sempre apaixonada
É encanto duma poesia encantada
Abraço abrigo, solução de uma dor
No louvor a mãe, o muito é pouco
O pouco é nada, a aba, tampouco
Nos ampara, e a nós eternamente
Não tem limite, da vida é imolação
Do filho comunhão de teu coração
Bondade e ternura, infinitamente!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
12 maio, 2024, 11’29” – Araguari, MG
SONETO EM PRANTO
O amor que eu cantei ardentemente
Em uma saudade agora o improviso
Pois arranca-lo da poética foi preciso
Para não recuar, fiz-te contundente
Na sensação o sentido tão pendente
Nos versos, inconveniente, indeciso
Fazendo desta emoção algo preciso
Deixando na prosa suspiros somente
E peno. Restrito sinto toda a carência
Não há mais a trova que amava tanto
Zanzo. Um andante na sobrevivência
Assim, padece o meu amoroso canto
Em lágrimas um versar em sofrência
E, para chorá-lo o soneto em pranto.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
16 maio, 2024, 19’37” – Araguari, MG
LOGO
Soneto pleno de amor, e desejo
Vivenda do coração, e festejada
Divina posição, na alegria selada
Que poeto com agrado e ensejo
Que emoção que no sentido vejo,
É está? Pois é sensação amada
Fazendo da ternura sua morada
Ornando a simpatia com cortejo
Feliz, assim, de haver-te ao lado
Da admiração, imaculada e clara
Invade a todo tempo a leda cara
Ah! severo fado, dá-me o abraço
E ao sentimento tão apaixonado
O amor. Paixão, apressa o passo!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 maio de 2024, 17’38” – Araguari, MG
BUSCA
Ó soneto, ó cântico, sonoro, tão amoroso
Ó toada d’alma que cantarola apaixonada
Encantada, de doce sentido a tanta soada
Sede, num poema tão desejoso e formoso
Socorre a inspiração sem pouso, o penoso
Fado desenfreado do trovador e a vexada
Sensação ao dispor da dor. Sê camarada
Dê asas a ilusão, e o sentimento calmoso
Cadê aquela rosa poetada, agora perdida
Dantes sentida, sonhada, plena de ternura
Quero a textura daquele amor com poesia
Traga alegria, alegoria inteira com fartura
Tangendo no peito uma compassada via
Coberto de emoção e poética com doçura.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29 maio de 2024, 15’50” – Araguari, MG
ROGAÇÃO
Quando, como uma explosão, fulgura
no soneto o esplendor de uma paixão
arqueja no verso o desejo e a emoção
numa poética suspirosa e com ternura
quando, sair desta sedosa sensação
na inspiração não terás mais ventura
a poesia se entregará a total loucura
duma saudade, do aperto, da solidão
e a ardência do doce beijo, emudece
o coração em prece, suspira e chora
naquela entoação chorosa, tão doída
delira um silêncio, e a dor se oferece
sentimental o amor na prosa implora
o versar amante, outra vez na medida!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 junho 2024, 17’11” – Araguari, MG
AUTO SONETO
Rima soneto, o meu eu sem detrimento
Diz ao verso a perfeita e a real melodia
Se de sintonia, alegria ou de nostalgia
Traz à flor da pele o capricho do talento
Revela que sou sensações em categoria
Da alma, da emoção e do pensamento
Na dor, amor, que eu sou toada e alento
Anatomize o meu eu poético com eufonia
Vai soneto, me revelando a cada tento
Em loas de aprazimento duma parceria
De que na prosa eu vivo de sentimento
E neste último terceto, desta biografia
Deixo a minha paixão pelo letramento
No meu encruzar, imortal, só a poesia!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22, agosto, 2016 - cerrado goiano
QUANTO POSSO
Quem o lê, ó soneto, extasiado e manifesto
sentimento de zelo nos vossos versos belos
envoltos em encantos mágicos só por lê-los
embriagando o olhar com o poético contexto
E neste ato sentimental, um romântico gesto
cheio de toque, de cheiro, e o teor em tê-los
agradando o sentido no agrado em contê-los
e, então, sentirá a sedução, deixando o resto
É o amor, com o amar, ao amador, mesclado
com emoção, inspirando o que é tudo vosso
um coração apaixonado, que a ti, reverência
Porque é tamanha a paixão, e tão afortunado
destino, em dar-vos a devoção, quanto posso
fazendo pouco o simples versar desta poesia.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
06 julho 2024, 15’16” – Araguari, MG
💡 Mudanças reais começam com uma boa ideia — repetida com consistência.
No canal do Pensador no WhatsApp, você recebe diariamente um lembrete de que é possível evoluir, um hábito por vez.
Quero receber