Somos Passaros de uma Asamario Quintana

Amas ou não uma mulher, mas não sabes porquê. Como hás-de poder saber a razão do bem e do mal?

O destino é uma lei cujo significado nos escapa, porque falta uma quantidade imensa de dados.

A civilização é um progresso de homogeneidade indefinida e incoerente rumo a uma heterogeneidade definida e coerente.

É uma complicação se quem faz a massa do bolo é o sapateiro e quem costura as botas é o doceiro.

Uma nobre amizade é uma obra mestra a dois em que não é possível discernir o que pertence a um ou a outro dos colaboradores.

Afirmar que os nossos êxitos são devidos à Providência e não à habilidade, é uma esperteza mais para aumentar, aos nossos olhos, a importância desses êxitos.

Qualquer carreira no mundo artístico é uma montanha-russa, e muitos sucessos resultam da combinação de várias circunstâncias felizes. Mas deve existir algo mais também.

Quando uma pessoa má pratica o bem, pode avaliar-se por tal esforço todo o mal que prepara.

Antes de desejarmos fortemente uma coisa, devemos examinar primeiro qual a felicidade daquele que a possui.

É necessário que os princípios de uma política sejam justos e verdadeiros.

Talvez que o mal no universo não passe de uma censura que Deus faz a si próprio.

Em política, toda a poesia é uma mentira à qual a consciência se recusa.

Nenhum lugar proporciona uma prova mais evidente da vaidade das esperanças humanas do que uma biblioteca pública.

No mundo, a tirania e a injustiça começaram por uma coisa infinitamente pequena.

Para criar deve existir uma força dinâmica, e que força é mais potente que o amor?

A quietude... É o bem daqueles que escolheram para sempre uma parte do seu destino e que enjeitaram a outra.

A violência que fala é já uma violência que procura ter razão; é uma violência que se coloca na órbita da razão e que começa já a negar-se como violência.

Os nossos êxitos mais felizes têm uma mistura de tristeza.

Uma vez que estes mistérios nos ultrapassam, finjamos ser os seus organizadores.

Pouco vale a crítica que acredita só poder julgar uma obra de arte conhecendo as circunstâncias em que ela nasceu.