Somos Passaros de uma Asamario Quintana
Quando uma mão abre, abre-se uma quantidade infinita de diálogos e arrombam-se infinitas portas da paz.
Era uma vez dois corações que teimavam estar sempre distantes, mas quando perceberam que o tempo não espera pelo amor, ficaram juntos para sempre.
Quem opta pelo luxo em detrimento do Amor, aparentemente vive uma vida de luxo, mas internamente vive dias de lixo.
A Expansão da Minha Alma
A Vida é uma estadia
tão breve e passageira.
É uma rajada de momentos
opostos à dormente ilusão.
Nas forjas dos elementos
inexplicavelmente: adentro
na consciência do sonho.
Carrego no meu peito
a expansão da minha alma
percorro todos os lugares
somente para te encontrar
e quando vejo o que procuro
— permaneço indecifrável —
a namorar com os teus olhos.
A Sobrevivente e Espessa Lágrima.
A dor é uma ilusão de carne.
É uma abstinência à insensibilidade,
como um consumo que circula na alma.
O álgido olhar que consome a vida
alimenta-se da estrábica melancolia,
descerra o escudo da existência.
Golpes suspensos nas pupilas,
marcham exaustos e condenados
num acrómico álbum de sal.
Revolta-se um pedaço de esperança,
cospe o grito pungente na valsa do chão
e ergue-se a sobrevivente e espessa lágrima.
Acróstico Susana
Sorvo o fundo dum enxuto poente
Uma claridade remendada por dentro
Saborosa e cosmicamente luarenta
Abastece o palato do meu poema
Nas horas inclinadas do horizonte
Arrastado pela surdez púrpura dos verbos.
Guitarra à Luz de Velas
O amor é uma nua canção
dividida em curtos fados
pela súmula pulsante do coração
que se ouve nos mares cansados.
No estreito silêncio das flores
murmura o pólen das pétalas
desfolhadas pelos acordes indolores
no rosto duma guitarra à luz de velas.
As arcadas cegam os claustros
que sustêm as paredes calcinadas
das celestes melodias dos astros
cantadas no sangue da madrugada .
Move-se pelo esquecido poema
a voz calada do poeta
propaga a luz verbal do fonema
na elíptica cauda do cometa.
Motim Plumitivo
A imortalidade é uma infinita solidão.
É necessário morrermos muitas vezes
para inferirmos que o íntimo da Vida
é um ápice cintilante, e renasce a cada instante.
As quatro subdivisões do ano morrem profundamente
no colo do mundo. Ressuscitam os seus padrões
climáticos pelas formas do sentimento:
perfumes melódicos que revelam o mundo interior
das almas. À superfície de um lúcido minério
todas as existências são instintivamente sublimes.
As pétalas da consciência coabitam os pensamentos
torturados pelas noites geladas dum solitário poema.
E assim permanece o motim plumitivo:
que escorre da minha pena.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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