Sinto falta do meu Passado

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Eu não estou no mundo para brincar de ser cristão. Sei o peso e as implicações da missão que professo. Lamento que hajam impostores, mas ao admitirmos a existência do falso, por premissa, concordamos que haja também o verdadeiro. E na mesma simplicidade com que iniciei essa jornada, irei finalizá-la, ciente do lado a que pertenço!

Inserida por pastoreinaldoribeiro

SONETO TRISTE II

Eu estou assim: da tristura cativo
Intrusivo num túnel dum calvário
Rodeado de sentimento solitário
Mesmo entre olhares como vivo!

Do peito rezam vozes num rosário
Da casa um silêncio tão opressivo
Frio, sem graça e, sem incentivo
Que lá fora fracasso no itinerário

Olho-me num soluço pensativo
E vejo sonhos perdidos no diário
Desfolhado num jardim subjetivo

E me pergunto: por que o cenário?
Quando é meu tempo? Respectivo!
Pois, se o tempo no tempo é vário!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
05/02/2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Adeus ao cerrado

Oxalá
Que eu volte então
Para o poetar de lá
E assim na retribuição
Só saudade sinta de cá

Oxalá
Que de lá eu só despeça
Em breves idas ali e acolá
E então volte bem depressa
Sem ter que servir de escala

Uma coisa é certa, a gratidão
O cerrado foi recompensa
E um bem ao meu coração

Luciano Spagnol
Maio, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

No fim do horizonte do cerrado se escuta o mar

Inserida por LucianoSpagnol

Se a despedida
é inevitável

Que seja
com até breve

e não lamentável

Inserida por LucianoSpagnol

Passo a passo

Eu vim passo a passo errando
Parei no cerrado, hoje solitário
Chão árido, místico templário
Me vi na sorte contemplando

Então pus asas no imaginário
Em vagidos ocos, murmurando
E como peregrino venerando
Em silêncio, orei neste sacrário

E assim o meu poetar ficou perdido
Entre sonhos aos sons estradivário
Devaneando em suspiros indefinido

Já fiz o que vim fazer, involuntário
Fui nobre reverência e saio provido
A alma cheia de um amor solidário

Luciano Spagnol
Maio, 24 de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O dia é como bolha de sabão, linda majestosa colorida, se não apreciar com celeridade, estoura... E já passou!

Luciano Spagnol
poeta do cerrado
cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Ah! Se todos entendessem,
que a alma transmuta e a morte vence.
Teriam o amor como pertence...

Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Minhas rimas sumiram, mas minha varinha de condão continua aqui, de sobreaviso, esperando seu riso...E quando ele chegar já não ficarei indecisa, virarei poetiza!

Inserida por Bichodomato2018

Quero, como quero viajar na escura carruagem da noite
E chegar escoltada pela luz de uma iluminada madrugada

Inserida por Bichodomato2018

MEUS VERSOS (soneto)

Meus versos, o vento no cerrado ganindo
A angústia da alma vozeando melancolia
O silêncio fraguando rimas na monotonia
Duma solidão, da saudade indo e vindo

São a trilha do fado escrevendo romaria
Desatinadas, o meu próprio eu saindo
Das palavras de ansiedade, intervindo
Com minha voz sufocada, do dia a dia

Meus versos são a migalha cá luzindo
Na sequidão do vazio que me angustia
Que há entre a quimera e o real infindo

Meus versos são colisão com a ironia
Do choro e da alegria no peito latindo
Meus versos, minha voz, minha valia

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CANÇÃO ILUSÓRIA

No mistério do cerrado
estórias e mais contos

E, nos contos, alados
e, nos alados, pontos

nos pontos narrativa
e, elas, em confrontos

entre a quimera e o real
no voo da imaginação viva...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ITINERÁRIO

Ainda deslizam fantasias pelos
meus cansados, tristes dedos,
na saudade vã do passado,
em copioso senso alienado.

Todos os dias ainda presente
no pensamento descontente,
a insistente dor na inspiração,
ó doidivanas e dura sensação.

Não sou mais do que um peregrino
viajante solitário no meu destino,
que a sorte me guia de mão dada,
pelos devaneios da vida, mais nada...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MONÓLOGO

Para onde vão os meus lamentos
se já não mais me escutam?
Que terra vã e sem sentimentos
de ilusão. Pra onde iriam?

Aí, tudo está tão cego, esquecido!
Me perdi nas teias do mundo
quando no mundo tentei o infinito
e o infinito era só um segundo...

Para onde vão as minhas palavras
se versadas pra vida e não pra morte.
Quem ou alguém me escutavas?
Acho que nada, nem a sorte!

Então, o que pode, quem me acode?
Se nem de porre há resposta
ou tão pouco o fado é custode...
Pois, a alma na dor está exposta!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO PERDIDO

Eis-me aqui no silêncio do cerrado
Longe de mim mesmo, na dúvida
Extraviado na incerteza da partida
Sem amparo, com o olhar calado

A solidão me assiste, tão doída
Pouco me ouve, pouco civilizado
Tão tumultuado, vazio, nublado
São rostos sem nenhuma torcida

Dá-me clareza de que não existo
Numa transparência de ser misto
No amor e dor no mesmo coração

Como um roteiro no imprevisto
Sem saber como se livrar disto
Velo por aqui sentado no chão...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

BORBOLETA (soneto)

À flor de lobeira do cerrado, azulada
Voa a borboleta erradia lentamente
De asas tal multicor do sol poente
Num dueto de um balé na estrada

É tão imponente e é tão refulgente
No horizonte rubro, em uma toada
Que hipnotiza o ver e mais nada
Doidejando o encanto da gente

Só a flor, o que importa, a ela atada
Somente! E ao seu redor indiferente
Onde ali, a vida se faz multiplicada

Neste valsar vaporoso e inocente
Do diverso do cerrado camarada
Borboleta em voo, é o belo ingente!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A NOITE ACORDADA

Pelo cerrado a me conduzir
ia eu pela noite sozinho
sem sono pra dormir

Ia eu pela noite sem dormir
solitário e tão quietinho
sem sono e a refletir

Eu ia sem sono sem concluir
pela noite sem caminho
sozinho e tentando sorrir

E se ao sono tento aderir
a noite comigo juntinho
caminha tentando coibir

Eu sozinho pela noite a ir
sem caminho, pintainho
e sem sono para dormir...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VOEJAR (soneto)

Como deve ser bom voar, no céu planar
Asas ao vento no cerrado, solto ao léu
Tal periquitos, e sobre corcel no tropel
Fechar os olhos e sentir o paladar do ar

Ir acima dos buritis, ipês, num carrocel
Resvalar nas estrelas, na nuvem pairar
Revoar como as aves, e assim delirar
Em quimeras, qual estórias de cordel

Deve ser uma rara sensação ímpar
Pros sem asas uma falta bem cruel
Que só na ilusão, possível esvoaçar

Só queria voar! Ter asas de papel
Poder ao sonho de Ícaro ocupar
E com ele então: voejar... voejar!...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

FRIO (soneto)

Arrefece o cerrado dentro do frio
E cada bafejo é o frio no caixilho
Da ventana, escorrendo no ladrilho
Mais frio, n'alma causando arrepio

Me encolho neste frio chorrilho
Que ascende o inverno em feitio
Ouvindo em anexo um assobio
Do vento, eriçando até o fundilho

E lá fora é frio que atulha o vazio
Cá dentro o gelado em trocadilho
Em coro com o friasco tão bravio

Sinto chiar na vidraça num gatilho
De frio, sombrio este tal tão vadio
Aquentado com o chá e sequilho

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

EXALTAÇÃO AO CERRADO (soneto)

Retorcido, bem se sabe. Mas encantador
nos seus planaltos, berço extraordinário
desabrocham ipês, pequis no seu cenário
de um chão cascalhado e forrado de flor

E neste imenso entrançado, e tão vário
a vida luta com garra, resistência e ardor
tal como gladiador, ou um guará solitário
o cerrado é aos olhos ato transformador

Nada o impede que seja do belo apogeu
se o belo no encanto o encanto acendeu
e fascina, do dessemelhante embaixador

Deus o pôs, de um nobre a um plebeu
riscando o horizonte com a luz e breu
em uma quimera de paixão e de amor!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol