Sinto a tua Dor
Alforria
Na escuridão meus dedos são tomados
Aperta minha dor
Esmaga minha angústia
Amores são olvidados
Nos sonhos insanos e profanos
Esquecida num tempo de ilusões
Busco nos arredores das senzalas
Desejos aprisionados
Nas celas tristes e frias
De uma noite cálida.
Nas sombras onde passo
Mal vejo com nitidez a nuance
Do corpo que percorre a madrugada
Na busca do que perdeu
Encarando os fatos com largos passos.
Que prazer há se ao nosso redor, a dor, a desavença, o ódio, a desilusão, ronda como se fossem moradores, devastando o mais produtivo terreno. Sê a luz do caminho e busca a sabedoria para entender a magnitude da vida.
Colorimos a vida com cores fortes e intensas, para que a escuridão não intensifique o período de dormência das coisas. Somos a intensidade das cores e vivemos para dar vida ao mundo dos sonhos.
Minha liberdade se compara com a da água. Ela ultrapassa os obstáculos, sem se importar com a dor e consegue chegar ao seu destino sem cicatrizes.
A dor é um sinal. Sinal de que precisamos estar alertas e mudar. Mudar interna e externamente. Seguir novos rumos e buscar novas oportunidades. Fechar o que terminou e abrir as portas para que o novo entre.
A felicidade é uma dor insuportável. Um grão de areia dentro da ostra. Machuca, dói, arranha, mas quando a encontramos, torna-se suportavelmente bela.
No amor, não há dor. Apenas a leveza de entender que ele é a parte mais sensível de toda a história.
A dor da transitoriedade das coisas
Tende a nos massacrar e nos torturar.
Entendamos, o sofrimento é construtivo
E nos elevará ao patamar máximo da vida.
