Silêncio
Silêncio que Respira
No ruído das máquinas,
busco um silêncio que respira.
Onde a alma não se explica
ela apenas é.
Há pixels que brilham,
mas não iluminam.
Há palavras que gritam,
mas não curam.
No fundo da ausência,
escuto o que o mundo enterra:
a ternura do instante,
a fé sem altar,
a justiça sem plateia.
As mãos vazias,
que não postam, não vendem, não imploram
essas sim, sustentam o invisível.
Essas escavam a verdade
que o ouro não compra
e que os likes não alcançam.
Na palma da mão, não carrego espadas,
mas sementes.
E mesmo que a terra esteja dura,
é nela que insisto em plantar
o impossível.
Porque há um Deus que não cabe em dogmas,
um amor que não vira tendência,
e um eu que não quer mais performance
quer presença
Saudade do nosso silêncio
enquanto existe o som
do nosso corpo,
somando um ao outro,
criando caminhos
para se explorarem.
O inverno do mundo e a primavera da alma
Enquanto o inverno veste o mundo de silêncio e frio, a alma escolhe seu próprio caminho. Nem todas as estações seguem o calendário da natureza, pois dentro de nós, o florescer é eterno.
Lá fora, a neve cobre o chão, gelando passos, silenciando vozes, mas aqui dentro, um jardim desperta, tecendo cores em meio à escuridão.
Quando nos libertamos das amarras da matéria e tocamos a essência mais pura do nosso ser, uma primavera eclode, delicada e infinita, nutrida pela luz da consciência que nunca se apaga.
A primavera não espera calendários, nem pede permissão ao tempo cruel, nasce onde há esperança guardada, sob o véu do inverno, floresce fiel.
O inverno se instala, mas o que sussurra o coração sobre suas próprias estações?
A calmaria é o maior estado de loucura. O silêncio absoluto, a vontade de não falar, de não ouvir, é torturante. Você se perde nele como num mar sem fim. Mas então surgem sons abafados ao longe, ostinados que quebram o silêncio. Pessoas ao seu redor começam a chamar seu nome. Aos poucos, te puxando de volta, forçando você a abandonar o conforto do silêncio. O mundo não tolera a paz por muito tempo, e te obriga a responder, a existir...
Quem sabe ouvir, arranca lições até do silêncio,
em longos períodos em que minhas cordas vocais não respondiam, descobri que o silêncio diz mais do que a fala vazia, o som ausente convida à empatia e ao olhar atento, mas poucos aceitam esse convite. Esse aprendizado me faz valorizar quem permanece em silêncio para compreender, em vez de falar sem escutar.
Sinfonia de Tinta e Som
O silêncio abre a cortina com dedos de veludo,
e a tela vibra, branca, como um palco por nascer.
Surge a clave de sol —
pincel do maestro no ar.
Violinos riscam linhas finas de Van Gogh,
com traços febris e estrelados,
um allegro de girassóis que giram
em espirais de luz sobre o compasso.
Violões sussurram à la Matisse,
curvas leves, cortes de sombra azul,
tocando a alma em arpejos de recorte,
como quem dedilha o silêncio entre cores.
Cellos choram em tons de Rembrandt,
escuros, profundos, dramáticos,
traçando caminhos entre luz e sombra
como se cada nota fosse um rosto em claroscuro.
Pianos desenham Mondrian no silêncio:
geometrias exatas em preto e branco,
uma fuga de Bach em linhas retas,
com pausas vermelhas que pulsam como vida.
Saxofones sopram Dalí —
melodias que escorrem derretidas,
sonhos líquidos em forma de som,
onde o tempo dobra ao ritmo do jazz surreal.
Tímpanos e baterias explodem Pollock,
pingos e pancadas de cor
em ritmos livres, sem métrica nem medida,
onde o caos é a própria harmonia.
Trompetes brilham como Klimt,
dourados, exuberantes, cheios de ornamento,
onde cada nota é uma joia cintilante
em solo de paixão e mistério.
Violas, discretas, tocam Turner em siena,
horizontes de brumas, um adágio em dissolução,
onde a névoa dança com os graves
como se a cor tivesse eco.
Harpa, Debussy em pastel,
translúcida, etérea, quase ausente,
como a aquarela de Monet ao entardecer —
um lago onde o som pousa como uma libélula.
E assim entra toda a orquestra:
fagotes de Goya, flautas de Renoir,
contrabaixos de Caravaggio,
clarinetes de Cézanne, violas d'amore de Botticelli...
O maestro, agora metade músico, metade pintor,
com batuta de tinta e partitura em pergaminho antigo,
abre os braços para o gran finale:
um tutti de cor e som que arrebata o tempo.
E no último compasso,
quando o pincel repousa,
a música permanece no olhar —
como um quadro ainda molhado,
como um som que ainda ecoa.
Tamara T Guglielmi
Quando a vontade de desistir sussurrar no silêncio, lembre-se: todos carregam feridas, invisíveis, mas reais. Na escuridão das crises, essa dor compartilhada é a ponte que me une ao mundo, minhas lágrimas, embora mudas, dançam no coro silencioso de almas que teimam em seguir, mesmo quando tudo pesa.
A densa aura visível
afastaria olhares impacientes.
E, em pétalas de silêncio,
meu isolamento floresce.
Força não é silêncio infinito. Entre a armadura e o pranto contido, Deus sorri ao meu desabar em segredo.
Na noite chuvosa, a sonata se dissolve na chuva, um murmúrio que envolve o silêncio onde me escondo. Cada acorde é um suspiro que congela o tempo, abraça a dor calada,
faz da angústia um manto suave
que me protege entre gotas e sombras.
Minha voz, ferida e firme,
rasga o silêncio das telas frias,
onde almas se perdem na superfície, e o vazio dança disfarçado. Palavras são flechas lançadas na sombra da indiferença.
Quando o mundo me afunda,
a música clássica me resgata, faz do caos, compasso, da dor, silêncio. Em cada nota,
reencontro o passo que quase perdi.
"A vida é o palco onde o amor dança em
silêncio — e cada gesto sincero é um milagre
que o tempo jamais apaga."
"Refém de Mim"
É madrugada e o silêncio grita,
me aperta, sufoca, me limita.
A cama parece um campo de guerra,
onde o travesseiro é refém da minha tristeza.
Me perco nos olhos que não estão,
no amor que finge que foi ilusão.
Mas eu sei... no fundo eu sei,
que amar não é erro, mesmo se eu calei.
O telefone não toca, ninguém vem,
o peito pesa, ninguém me mantém.
Meu avô luta, minha vó se perdeu,
minha mãe se apoia no que restou... eu.
E o emprego, e a vida, e as contas, e o mundo...
Tudo pesa num segundo.
Queria sumir, ser fumaça, desaparecer,
mas, mesmo querendo, não sei nem como fazer.
Tem dias que penso em ferir minha pele,
como se ela pudesse gritar o que minha alma não consegue.
Mas no fundo, lá no mais fundo,
eu só queria um abraço, um colo, um refúgio seguro desse mundo.
Se poesia é pra curar, que ela me cure,
se é pra salvar, que ela segure.
Que cada palavra seja um sopro de vida,
que me lembre que apesar da dor...
eu ainda respiro. Eu ainda existo.
E talvez... só talvez... isso já seja um sinal de que ainda há caminho,
de que não acabou, e que eu não tô sozinho.
Tomar remédios é andar sobre um fio. Cada comprimido é um pacto, uma promessa de silêncio na mente, mas também o risco de naufragar mais fundo. É um mar instável, uma química que tenta domar os monstros, mas às vezes os alimenta. Vivo entre marolas e calmarias artificiais, tentando não me perder no balanço frágil do que chamam equilíbrio.
Tem dias em que o cansaço pesa e a vida parece uma canção repetida. Mas mesmo nessa rotina silenciosa, há um fio tênue de esperança, o sono que acolhe, o descanso que renova, e a certeza de que, a cada amanhecer, uma nova nota pode surgir na melodia.
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