Sempre Precisamos de um Amigo Brincalhao

Nasci velho e rejuvenesço a cada dia. Actualmente sou um jovem de sessenta anos.

Quando a ordem é injusta, a desordem é já um princípio de justiça.

Num voo de pombas brancas, um corvo negro junta-lhe um acréscimo de beleza que a candura de um cisne não traria.

Sou um homem simples. Tudo que eu quero é sono suficiente para dois homens normais, uísque suficiente para três, e mulheres suficientes para quatro.

O pessimista é um otimista com experiência.

As perguntas a que se responde com um sim ou um não raramente são interessantes.

É mais fácil para a imaginação compor um inferno com a dor que um paraíso com o prazer.

Quantos mais motivos de interesse um homem tem, mais ocasiões tem também de ser feliz e menos está à mercê do destino, pois se perder um pode recorrer logo a outro.

É assim que o mundo termina,
não com um estrondo, mas com uma choradeira.

Sei que pareço um ladrão...
Mas há muitos que eu conheço
Que não parecendo o que são,
São aquilo que eu pareço.

O governo é como um bebê: um canal alimentar com um enorme apetite numa ponta e nenhum senso de responsabilidade na outra.

A felicidade não é um luxo: está em nós como nós próprios.

A inveja é um vício mesquinho e sórdido: o vício do condenado que reclama porque o seu companheiro de prisão recebeu uma ração de sopa maior.

Vamos esquecer que existe um tempo e não vamos contar os dias da vida!

Há dois labirintos do espírito humano: um respeita à composição do contínuo, o outro à natureza da liberdade; e ambos têm origem no mesmo infinito.

Ousadia. Uma das qualidades mais notáveis de um homem em segurança.

A história é um romance que aconteceu; o romance é a história que poderia ter acontecido.

Os muros de pedra não fazem um cárcere, nem as grades de ferro uma jaula, porque o espírito inocente e tranquilo transforma uma prisão numa capela.

A melhor maneira de responder a um mau argumento é deixá-lo continuar.

Dizem que ofendo as pessoas. É um erro. Trato as pessoas como adultas. Critico-as. É tão incumum isso na nossa imprensa que as pessoas acham que é ofensa. Crítica não é raiva. É crítica. Às vezes é estúpida. O leitor que julgue. Acho que quem ofende os outros é o jornalismo em cima do muro, que não quer contestar coisa alguma. Meu tom às vezes é sarcástico. Pode ser desagradável. Mas é, insisto, uma forma de respeito, ou, até, se quiserem, a irritação do amante rejeitado.