Semelhante
Aquele que tem êxito em corrigir o seu semelhante será recompensado pelas boas obras que ele realizar.
Parece, com efeito, que, se sou obrigado a não fazer nenhum mal ao meu semelhante, é menos porque ele é um ser racional do que porque é um ser sensível, qualidade que, sendo comum ao animal e ao homem, deve ao menos dar a um o direito de não ser maltratado inutilmente pelo outro.
E urgia compreender melhor o desejo que me descontrolara, eu nunca havia sentido coisa semelhante. Se desejo era aquilo, posso dizer que antes de Matilde eu era casto.
Não há nada nobre em ser superior ao seu semelhante. A verdadeira nobreza é ser superior ao seu antigo eu.
Nota: A citação costuma ser atribuída ao escritor Ernest Hemingway, mas já estava em circulação alguns anos antes do nascimento do autor. Acredita-se que o verdadeiro autor seja o palestrante norte-americano W. L. Sheldon, apesar de ter sido influenciado por outros pensadores.
...Mais"O homem é a medida de todas as coisas." [Pitágoras]
"Ajuda o teu semelhante a levantar a carga, mas não a levá-la." [Pitágoras]
"O defeito é um monstro que não procria." [Pitágoras]
"Elege para teu amigo o homem mais virtuoso que conheces." [Pitágoras]
"Não te gabes de ser adorado por uma mulher que se adora muito." [Pitágoras]
"A verdadeira amizade significa unir muitos corações e corpos num coração e num espírito." [Pitágoras]
"O ser capaz mora perto da necessidade." [Pitágoras]
"Anima-te por teres de suportar as injustiças; a verdadeira desgraça consiste em cometê-las." [Pitágoras]
"Os afetos podem, às vezes, somar-se. Subtrair-se, nunca." [Pitágoras]
"A vida é como uma sala de espetáculos; entra-se, vê-se e sai-se." [ Pitágoras ]
"Os homens são miseráveis, porque não sabem ver nem entender os bens que estão ao seu alcance." [Pitágoras]
"As palavras são os suspiros da alma." [Pitágoras]
"Os amigos têm tudo em comum, e a amizade é a igualdade." [Pitágoras]
"O universo é uma harmonia de contrários." [Pitágoras]
"O princípio é a metade do tudo." [Pitágoras ]
"Oh, legislador! Não me dê leis para o povo, mas sim povo para as leis." [Pitágoras]
"Nada perece no Universo; tudo o que acontece nele não passa de meras transformações." [Pitágoras]
"Em três partes se divide o alma humana: em mente, em sabedoria e em ira." [ Pitágoras ]
"Não faças de teu corpo a tumba de tua alma." [Pitágoras]
"Uma bela velhice é, ordinariamente, a recompensa de uma bela vida." [Pitágoras]
"A amizade é uma igualdade harmoniosa." [Pitágoras]
O riacho,
Quem é capaz de adivinhar o futuro? A vida é semelhante a um riacho. Há quatro formas de encarar a coisa:
Algumas pessoas ficam extasiadas e inertes, admirando a silhueta do leito. Acabam sendo atingidas pelos respingos das alegrias e tristezas de seus amigos, familiares... Assim, vão assistindo a vida passar. Certamente, quando chegar o dia, elas serão abençoadas e aceitas de volta por Deus.
Outras, diante de tamanha maravilha de Deus, viajam em si mesmas, e partir de alguma percepção despertada por esse exercício de introspecção, vencem a inércia e acabam seguindo o leito da vida, por fora, descobrindo o quanto as quedas poderiam ser suavizadas pela profundidade de uma amizade ou amor. Concluem assim, que todos nós fluímos para o mar representado pelas mãos do Criador. Porém, como navegaram à margem, não absorveram da vida os elementos para a elaboração de suas pérolas. Ainda assim, haverão de ser queridas e aceitas por Deus, algum dia.
Há aquelas pessoas que mergulham de cabeça em tão acolhedor riacho. Vivem, sorvendo as experiências das profundezas, aprendem a nadar de diversas maneiras, vivenciando intensamente a plenitude no mundo das águas, com uma sede insaciável. Haverão de ter visto a vida de dentro, espalham seus sorrisos e lágrimas por todos os lados, e devem chegar às mãos do criador completamente ébrias. Porém, enquanto nessa circunstância, não conseguimos distinguir certas “pedras” no caminho. Com isso, se faz necessário ir ao cais para curar os ferimentos. Descobre-se aí o quanto as margens da vida podem ser estranhas a um “peixe”. Ainda assim, tu poderás contar com o Supremo, que ti receberás de braços abertos.
Há um tipo raríssimo de pessoa que deixa pegadas nas margens, indicando que não é inerte. Dizem que ela só se banha na cabeceira do riacho, pois é onde se forma todo o fluido vital. Outros dizem que se trata de uma lenda, pois já correram toda a margem do riacho e nunca a viram. Certa vez, apareceu uma explicação através de uma criança e foi a que mais gostei. Ela palestrava a todos, afirmando a existência de tal pessoa, porém os adultos não a viam, porque, assim como as crianças, vez por outra se escondia entre as moitas das margens buscando solitude. A criança insistia em afirmar que já haviam se banhado juntos, na nascente, no leito e na foz do riacho. Ambas conversavam por horas e mais horas, assim admitia a criança. Ninguém acreditava. Quem mais poderia ter tanto assunto para conversar horas e mais horas com uma criança? A criança, realmente nunca havia sido vista em companhia de pessoa alguma. Muitos diziam que era seu amigo imaginário. Pois bem amiga, a tal pessoa, está em todos nós. A tal pessoa cresceu em nós, tornando-se esquecida e irreconhecível. O ser humano escolhe assim, viver à luz das equivocadas fantasias do seu bando. Devemos saber a hora certa do banho, a hora certa de caminhar e a hora certa de parar. Tudo na vida dispõe de uma medida. E quem dispõe do recipiente? Certamente uma criança.
Afabilidade e doçura!
A benevolência para com o semelhante, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que são as formas da sua manifestação, entretanto, nem sempre se deve confiar nas aparências; a educação e a vivência do mundo pode dar o verniz dessas qualidades, quantas há cuja fingida bondade nada mais é do que uma máscara para o exterior, uma roupagem, cuja aparência bem talhada e calculada disfarça as deformidades escondidas! O mundo está repleto de pessoas que têm o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são mansas nas condição de nada lhes machucar, mas que mordem a menor contrariedade; cuja língua dourada quando falam face a face, se transforma em dardo envenenado, quando estão por de trás.
Eu acho que o coração é semelhante a estas cordas [de violão]. Quando a dor é muito forte e você não consegue respirar, isso machuca, como se as cordas dentro de seu peito estivessem prestes a se romper. É como quando você segue tocando e forçando as cordas [do violão] ao limite, e às vezes elas se rompem. Às vezes você sente que elas nunca poderão ser substituídas. Mas se houvesse alguém para substituir suas cordas por você… sinto que suas feridas poderiam curar um pouco.
Há sonhadores e realistas nesse mundo. O certo seria cada um ficar com seu semelhante, mas, quase sempre, ocorre o contrário. Sonhadores precisam dos realistas para não voarem perto do sol. E os realistas… bem, sem os sonhadores, poderiam nunca levantar voo.
O crítico é semelhante ao ator; tanto um como outro não reproduzem simplesmente o mundo poético, mas integram-no, preenchendo as lacunas.
Os pais fazem dos filhos, involuntariamente, algo semelhante a eles, a isso denominam 'educação', nenhuma mãe duvida, no fundo do coração, que ao ter seu filho, pariu uma propriedade; nenhum pai discute o direito de submeter o filho aos seus conceitos e valorações.
Algo de semelhante ocorre com as moléstias da mente. Sempre ficam traços e empolas e, a menos que sejam efectivamente eliminadas, golpes subsequentes no mesmo local produzirão, não mais meras empolas, mas feridas. Se não queres ser propenso à ira, não lhe cultives o hábito; não lhe dês nada que possa contribuir para agravá-la. A princípio, fica quieto e conta os dias em que não estás irado: «Eu costumava irritar-me todos os dias; depois, dia sem dia não; mais tarde, a intervalos de dois dias e, logo em seguida, de três!» Se conseguires passar trinta dias sem te irares, faz um sacrifício aos Deuses, em sinal de agradecimento.
Da mesma matéria
Passemos a outra questão: o modo de tratarmos com o nosso semelhante. Como devemos agir, que preceitos ministrar? Que não derramemos sangue humano? Ao nosso semelhante devemos fazer o bem: aconselhar a não lhe fazer mal, que ridículo! Até parece que encontrar algum homem que não seja uma fera para os outros já é coisa merecedora de encômios...
Vamos aconselhar a que se estenda a mão ao náufrago, se indique o caminho a quem anda perdido, se divida o pão com o esfomeado? Mas para que hei de eu enumerar todos os atos que devemos ou não devemos praticar quando posso numa só frase resumir todos os nossos deveres para com os outros? Tudo quanto vês, este espaço em que se contém o divino e o humano, é uno, e nós não somos senão os membros de um vasto corpo.
A natureza gerou-nos como uma só família, pois nos criou da mesma matéria e nos dará o mesmo destino; a natureza faz-nos sentir amor uns pelos outros, e aponta-nos a vida em sociedade. A natureza determinou tudo quanto é lícito e justo; pela própria lei da natureza, é mais terrível fazer o mal do que sofrê-lo; em obediência à natureza, as nossas mãos devem estar prontas a auxiliar quem delas necessite. Devemos ter gravado na alma, e sempre na ponta da língua, o verso famoso de Terêncio: “Sou homem, tudo quanto é humano me concerne!”.
Possuamos tudo em comunidade, uma vez que como comunidade fomos gerados. A sociedade humana assemelha-se em tudo a um arco abobadado: as pedras que, sozinhas, cairiam, sustentam-se mutuamente, e assim conseguem manter-se firmes!
(Sêneca, in Cartas a Lucílio)
A teoria sem a atitude e consequentemente sem a prática, é semelhante a oração sem a ação, se torna vã!