Selar Amor
"O homem é sempre o homem; a parcela de inteligência que possa ter raras vezes conta, ou não pode ser admitida em absoluto, desde que suas paixões se desencadeiem e ele se veja acuado nos extremos da sua humanidade."
A Vida é Essa Eterna Busca Por Algo Que Nos Preencha. E as Vezes Nos Deparamos Com Que Nos Faz Sentir Vazio e Sozinho Acompanhado. Estamos Buscando Algo Que Deveria Ser Natural, Mágico e Tranquilo, Mas Que Foi Corrompido Pela Vaidade.
Às vezes a dor é tanta que a alma quer sair correndo do corpo... Fugir para um lugar, não necessariamente o Paraíso, mas qualquer lugar que sejam teus abraços....
Sem limitações
A tua beleza, me tira o fôlego,
A tua vontade, algema as minhas limitações é pura liberdade,
Não há fronteiras para os meus desejos, em pensamentos vou a loucura, ao vivo eu te vivo com uma força descomunal, com um amor sem igual.
Um brinde ao tempo!
Um brinde ao tempo, pela sua forma saudável e natural de ensinar, de fazer voar, cair e levantar
Um brinde ao tempo, pelo presente das memorias, pelas passagens de pessoas saudosas, pelas despedidas sem fim,
Um brinde ao tempo, pelas lágrimas, por o livre arbítrio nas escolhas, pelo turismo que fiz em tantos corações e lugares,
Um brinde ao tempo, por me apresentar ao amor, por me agraciar com a sabedoria e pela oportunidade de acrescentar tanta essência na minha trajetória de vida
Literalmente leve
O silêncio me ensina a olhar holisticamente,
O tempo tem me dado posse sobre o saber,
Com as palavras ganho leveza,
Com o amor, estou ganhando o direito de apreciar a vida.
Dia de festa
Café da manha ao ar livre com o canto dos pássaros pousados nos pés de manga a frente, que grata surpresa!
Nossa você caprichou no bolo de mandioca, esse queijo qualho tá uma delícia! Olha a cara desse pão caseiro, ou desse doce de ambrosia, perfeitos.
Amor passa o suco de laranja, veja um avião passando entre as nuvens, é engraçado ou parece que ele está fazendo desenhos nas nuvens, uau! Um coração deve estar homenageando alguém. Que loucura amor ele fez o seu nome com os dizeres parabéns e felicidades. A, a, a, a! Você esta chorando, eu só queria te surpreender nessa data tão importante do nosso aniversário de casados, me sinto vivendo nas nuvens e é lá que preferi te mostrar o meu presente, assim como para o mundo inteiro poder ver também, parabéns!
'ABELHAS'
Sob a mesa amarroada,
abelhas polonizam a carne crua.
Zumbidos ao redor de um copo caído parece infinita cena.
Embebidas com o cheiro acre,
destilado,
decalque...
Próximo a elas,
papéis jogados,
acolhendo a letargia de algumas,
veemente saboreando seu pedaço de carne.
Asas parecem bater mais fortes,
volúpias,
vaidades, ...
Para onde fora o própolis?
Sem significado,
os papeis sofrem:
abelhas já mortas,
sem voo,
empalhadas pelo próprio 'mel' que criara.
Vilipendias,
caminham lentamente na emoção...
Parado na reflexão,
a casa de palha observa-me petrificada.
Serás casa nos dias que virão?
Ou apenas lembranças de rodas dentadas?
Tudo será abelhas,
engrenagens?
E em meio a tantas,
sopeio as que ainda restam.
Mas outras voam sem rumo,
sempre a procura,
carnes cruas,
colmeias...
Tinha tudo e nada. Felicidade e castigo. Paraíso e inferno. O extremo disso tudo está além. Não tem rotas. Apenas acontece. Não dá para abraçar o que está íntimo e ao mesmo tempo distante. Nessa imensa e inóspita vida, somos gigantes e marionetes ao mesmo tempo.
'VOCÊ'
Tão desconhecida
Mas que existe aqui
Aqui próximo
A latitude pouco importa
O importante é que existe
E pode se tornar extensa
Tão extensa que...
Desconhecida será pretérito
'PAREDES'
As paredes dizem muitas coisas.
São olhos que rodeiam.
Algumas parecem falar.
Presenciam.
Quando mudamos e elas ficam,
um pedaço fica ali.
Gravado.
Cada parede é um retrato
que tanto presenciou.
E quando se tem uma ligação íntima,
elas fazem parte.
É um velho amigo de infância.
Tantas lembranças vêm.
Algumas estão intactas.
Vigorosas.
Outras caíram.
Rachaduras perceptíveis
quando mal construídas.
Tantas escondem suas vulnerabilidades com tintas.
Têm aquele esplendor aparente,
mas por dentro, apenas resíduos.
Poucos não a percebem.
Ali. Parada. Muda.
O essencial é saber que,
elas permanecem vivas.
Com suas particularidades.
Fazendo parte das nossas vidas.
A maioria delas, sem importância.
'QUERER'
Queremos tantas coisas. Mas apenas uma é relevante. Custa-nos descobrir o que realmente é. Tem descobertas que assolam. É conveniente guardarmos a sete chaves, pois, pouco importa extravasarmos o que nos pertence. O contíguo sufoca.
Quisera termos a ingenuidade dos loucos. Sim. Desses que não se importam com a chuva e o sol. Temos mundos diferentes, porém, a direção é a mesma. E seguimos... sem saber o que realmente queremos. Sabemos, mas fingimos com habilidade. Que nosso eu extravase. Que sufoque. É isso que nos deixa parcialmente vivos: o querer que inquieta e o extenso caminho a prosseguir.
'PARÁGRAFOS'
Às vezes acordo na madruga e
ponho-me a pensar sobre o universo.
O meu universo.
Tão fechado.
Tão inóspito.
Aos meus tímpanos barulhos vários
e à minha inquietude o frio matinal.
Sou levado a filmes que
repetidas vezes já o assisti.
A melancolia e o desespero assombra-me.
Encoraja-me.
Olho para o reflexo embaçado no espelho.
Penso: já não sou o mesmo do café da manhã de ontem.
A cama há muito está vazia, exceto por uma sombra
que durante décadas não se achou.
Encontra-se perdida.
É uma alma penada com decreto temporário.
Aprisionada.
Não a prisão destinada aos malfeitores.
Quisera fosse.
É a prisão do inacabado.
Do incômodo.
Do inconformismo.
'CORAÇÃO?...'
Meu Coração
Sem Cor
Sem Ação
Mórbido
Diluído
Com presságios
Sem canções
Que não me levam
Olhar inerte
já cansado
Sem Reflexo
Que não é sábio
Que vive
Que não vive
Quebrado
'ELA'
A conheci. Foi assim que aconteceu.
Não tínhamos a chama que abrasa.
Tampouco a sensação que estarrece.
Olhares que não se atraem.
Invólucro que aquece.
A incidência diria que ela não iria fazer parte.
Destino insignificante e controverso.
Escória dos que esperam.
Foi assim que ela se apresentara.
Não perguntou se eu desejara ou se tinha remorsos.
Ficamos amigos. Não tinha outra saída a não ser
fingir-lhes amigos de sangue.
Nesses entraves, pouco lembro-me dela.
Gostaria de lembrar mais vezes, tê-la em meus
pensamentos com afinco, ultrapassar a mera visão
de mortal que és. Tê-la sôfrega aos desejos que aspiro.
Resultado do inesperado, ela representa pouco.
O pouco que imortaliza. Temos um pedaço em comum
que mais atraí que repulsa.
É isso que faz a heterogeneidade da vida.
A vida que não pedi, mas que agradeço.
Tenho aprendido tanto que, se me perguntarem quem sou, digo que não me conheço. Sou metade humano, outra metade tropeços.
O céu não é azul. As cores que pensara enxergar, não existem. O mar não é calmo. E as ondas com todo seu poder danificam. Tentei escrever algo gracioso, mas o inverso me veio assim sem coerência. ah inverso!... Existes realmente? Ou és apenas circunstância inventada por mim?
