Seca

Cerca de 1284 frases e pensamentos: Seca

Terra cavada, revolvida em seus "machucões" , mesmo depois de tanta "sufocação" da seca ainda cheira a água suja.

Inserida por FranciscoFerreira

O vento dá uma sacudida nas nuvens, aquela que estão mais escuras, manda para outro lugar e vira aquela desordem de seca.

Inserida por FranciscoFerreira

Mudança.

Se o tempo não for arisco
e o bom vento soprar
o sertanejo vira o disco
pra ver a chuva chegar
abastece o São Francisco
e o sertão não corre o risco
da seca lhe devorar.

Inserida por GVM

Chuva sertaneja...


Vieram silenciosas, adentrando a madrugada
Leves em chão estradeiro, que passa gente e gado
Tamborilando gotas por sobre palhoças e carroças


Ouvia silente, da janela, o canto da chuva
Saudava em sorriso a água bem vinda que convidava
Lentamente, o dia amanhecia nos passos de sertanejos

Águas caindo, mergulhando o solo rachado, sem vida
Era a garantia de colheitas... canas, sabores
Eram chuvas de março, breves, leves, ávidas


Crianças em colos, beatas em procissões de fé
Passos sobre aquele mundão um dia rachado
Sem flores, cumpriam promessas de esperança


Era já passado a poeira, as lágrimas, a dor e sede
Nasciam nascentes, sonhos de colheitas
Findava, em presente do céu, a eterna espera


Descri do que via, fiando, quiçá, ser sonho
O tempo das águas, das correntezas era chegado
De cumprir o destino: dar vida às sementes


As águas eram bem chegadas, findando tardanças
Alegrando o seco abandono, encerrando aguardos
O rio virou mar, mar de passar peixes e barcaças

Inserida por mucio_bruck

Senti satisfação quando ele me chamou, uma espécie de orgulho de mim mesma por ter algum tipo de poder sobre ele , exercer sobre ele alguma espécie de atração. Contudo, em momento algum meu coração palpitou , minhas mãos suaram e meu corpo tremeu. Isso fez eu me sentir como uma árvore oca e seca judiada pela geada , como se meu coração tivesse secado e não houvesse deus ou homem que o fizesse florir de novo. Talvez não haja.

Inserida por audreyponganborteze

Há risco mesmo quando decidimos ficar parados. A sensação de que existe uma neblina a nossa frente não vai passar se não a invadirmos. É respirar fundo e saber que não estamos presos ao ponto de partida para o qual podemos retornar. Há o momento de seguir. Taquicardia. O estômago que embrulha. Suor. Boca seca. Incerteza. É uma corda bamba. Um caminho que se encerra no final de uma batalha para um novo trilhar. Podemos, agora, até voar. E quem pensou que a palavra seria descansar?

Inserida por MARTAPACHECO

Água e verde!

É bonito ver nosso chão
com as árvores frondosas
como é linda a plantação
sem as secas maliciosas
e com água no sertão
a vida ganha um milhão
de coisas maravilhosas.

Inserida por GVM

Léguas!

É pouca água que tem
mas é ela quem sustenta
são léguas de terra além
pra buscar água barrenta
e é assim num vai e vem
que a gente se mantém
nessa seca violenta.

Inserida por GVM

Dizem que a água vai acabar, mas aonde poderia ir além da atmosfera, se é a mãe da terra? O curioso é que só quando a seca histórica chegou ao sudeste do Brasil, tornou-se preocupação de todo mundo!

Inserida por Kllawdessy

No Recanto Abandonado

O sol ardido no meio da tarde pulsando sobre a cabeça despreocupada de quem anda pela secura do chão como se fosse um carneiro. Um caminho aleatório tomado em meio à grande planície vasta carente de vegetação, perdida entre serras e serrado, sob o céu azul sem nuvens estalando o capim marrom, que se mistura ao vermelho do chão qual o vento sopra poeira no horizonte camuflado pela distancia.
A boca seca, sedenta por um gole d'água, seca cada vez que o cigarro de palha é tragado insaciavelmente para dentro dos velhos pulmões batidos dependurados entre as costelas salientes da esguia figura andante. Muito ao longe ouve-se o ar calmamente balançando a fantasmagórica dimensão de terras infindáveis que estendem-se preguiçosas por quilômetros trazendo o som de alguns insetos perdidos e pássaros solitários á caçá-los.
Embriaga-se de espaço, de tempo e altas temperaturas. Cambalea-se pisando sobre as pedras soltas, esqueletos de outras terras, outros tempos. Vê turvamente uma sombra dançando à frente, uma pequena árvore avulsa tomando o eterno banho de sol do verão sem fim no mundo esquecido onde ninguém vai. Sentindo-se convidado a sentar-se à sombra, automaticamente tira mais um pouco de fumo e vai enrolando mais um longo palheiro, que é apetitosamente devorado em seguida.
Junto ao estreito tronco, sentado, magro, fumegando um rastro de fumaça aos céus, pensa que é capim, enraizado no solo árido onde nem rastos vingam. Como toda rara vegetação do lugar, deseja água, olha para o céu e não consegue ver nem uma nuvem, fecha os olhos e tenta apalpar as profundezas do chão, estica suas raízes até onde consegue alcançar, mas nada encontra. Torna a olhar para o céu, e fita a vastidão azul tão infinita e inacessível quanto a terra estendida ao longo das distancias incontáveis deste lugar nenhum.
O entardecer vai esfriando e entristecendo o coração de mato do pobre sujeito que adormece em meio a ventania que sopra areia sobre suas pernas como se fosse o coveiro dos sertões misturando-o, transformando-o em rocha, levando o pó de sua existência a se espalhar para além de onde se possa juntar. Adormecido, não vê a noite seca chegando aos poucos, matizando o céu profundo que se escurece atrás das cortinas de poeira.
Sonhando tão profundamente quanto suas raízes de capoeira, entra em contato com o pequeno grupo de plantas ao seu redor, aos poucos sintonizam-se e passam a relembrar das chuvas passadas, do alvorecer umedecido, do frescor da noite, das flores e dos pássaros. Logo protestam contra o clima, pois engolem seco o passar dos dias ouvindo chover nas serras ao horizonte na espera de que o vento traga algumas gotas, e morrem aos poucos pelo castigo da insensibilidade da natureza com aquele vasto recanto abandonado.
Passado algumas horas da madrugada tal manifestação foi surtindo efeito, os ventos cada vez mais fortes vieram varrendo ilusões das esquecidas planícies enquanto as nuvens relampiosas jorravam feches de luz escondendo toda escuridão embaixo dos pedregulhos. Em poucos minutos a água desabava ferozmente contra o chão fazendo levantar a poeira que era lançada pelos ventos em redemoinhos dançantes num espetáculo que aos poucos tornava-se medonho. Apavorado o homem desperta com os olhos esbugalhados, cheios de areia, e num pulo deixa de ser capim e passa a ser folha, flutuando pela tempestade, esperando pousar sobre um lago, se o acaso lhe desse esse prazer. Era a última coisa que desejava, para descansar em paz no fundo da água, tornando-se barro, alga, limo esquecimento.

Inserida por crislambrecht

Como o corpo não aguenta dias sem água
A terra implora por alguma gota
O vento seco espalha o monte de terra no chão
E vira poeira...
Poeira...
Poeira seca...
Dias sem chuva...
Dias de sede...
Dias de seca...
Aquela roça antes, tão sonhada
Agora deserta e silenciosa
O gado morrendo nos fundos da fazenda, antes formosa
A grama que era verde, hoje é terra vermelha e fina
A esperança nos olhos do menino e da menina
Olhando pro céu
Esperando a chuva cair
Esperando a poeira baixar
Como se eles nunca tivessem nascido
Crianças fantasmas na seca...
Miragem no horizonte seco
O solo não fertiliza mais nada do que se planta
É como se a seca arrancasse do fundo da terra tudo o que é vivo
E como se tudo o que sobrasse fosse pó

Inserida por Grila

Nordeste Chama.

Sei que você tem fama
de ter um chão sofredor
do sol que arde em chama
apagando o verde da cor
mas teu povo não reclama
meu nordeste quem te ama
reconhece o teu valor.

Inserida por GVM

⁠A esperança do sertão

As vezes me lembro da última chuva
A maninha ainda tava na barriga da mamãe
Conseguia ver o sorriso de painho em seu rosto
Agradecíamos a Deus por cada gota de água que nos abençoava
Ainda tínhamos esperança

Gostava dessa época
Acordávamos bem antes do galo cantar
Miguel sempre resmungava das longas caminhadas até o poço
Ajudávamos papai até nossas mãos se enxerem de calos
Eu nem ligava, o importante era que nós estávamos juntos
Ainda tínhamos esperança

Depois que partimos de lá
Não se falava mais com vovô
Tentava chamá-lo, mas ele não respondia
Mamãe rezava mais uma Ave Maria, com os olhos cheios de saudade
Ainda tínhamos esperança?

Muito tempo se passou e a chuva no sertão não volta atrás
Olhando para baixo, vejo os registros das pessoas que já passaram por aqui
Olhando para frente, vejo a seca assombrar cada pedaço de vida desse nosso interior
Olhando para o lado, vejo a face de todos se apagando lentamente
Não temos mais esperança

Inserida por Rubiare

Hipocrisia exacerbada
Brasileiros, vestidos com a camisa da seleção brasileira, que representa uma empresa privada, cantando o hino nacional brasileiro , eclodindo aos quatro ventos brados de patriotismo. Isso é amor à pátria? Não. Isso é amor ao capital, ou seja , ao dinheiro . Portanto, ninguém está preocupado com o nordestino que perece de fome às margens do rio infértil, mas choram diante da hipótese de não mais poderem comprar um celular de R$ 2.000,00.

Inserida por NiltonSantana

Hoje meu Rio Grande do Sul chora sem lágrimas a escorrer sobre si. De tal virtude que irrigava os campos, agora seca ao desgosto e os maus cuidados. Mas se fortalece com o povo herói e forte que por si sustenta essa terra maravilhosa.
Povo que não se entrega mesmo que a luta pareça ser injusta.
De uma história heroica e de muitas batalhas não serás agora que irá se entregar, vamos juntos vencer mais essa luta...

Inserida por GregoriSchweig

⁠"Está amanhecendo para mais um dia de trabalho e luta. Quando tirar o leite e botar a palha seca de milho para o gado, vou nos cajueiros colher cajus para fazer um doce".


Toinha Vicentina

Inserida por antoniavicentina

Eu nunca tinha me dado conta do que as pessoas idosas têm de suportar! (...) Mas não acredito que um lobo vá me comer. Eu devo estar muito seca e dura. Isso já é um conforto.

Inserida por pensador

O sertão nordestino

Povo trabalhador e guerreiro
Homens e mulheres de fibra e hospitaleiros
Lutam contra a seca e seguem seu destino
Assim, é o sertão do povo nordestino

O sol castiga essa terra seca desprovida
O agricultor espera a chuva prometida
O gado, quase sem forças, se mantém inteiro
Água por aqui vale mais que dinheiro

Quando chove no sertão é uma festa
Hora de pegar a enxada e suar a testa
Os olhos voltam a brilhar de emoção
É hora de arar o roçado com todo o coração

O gado volta a ter água para sobreviver
O roçado todo verdinho da gosto de se ver
Agradecem a Deus pela chuva aparecer
Trazendo alento a um povo cansado de sofrer

Inserida por ivanildo_sales

⁠Mesmo que a gente se olhe de repente
e o amor grite no peito.
Mesmo que as nossas almas sintam
a junção e a correspondência.
Nem assim eu hei de expressar.
Decidi esfriar minhas emoções,
pelo prazer de lhe ver confrontar suas verdades.
Se eu pago todos os dias o meu preço,
é pra você arcar com as suas decisões.
O amor que continue dentro de nós,
talvez morra ou não resista ao tempo.
Mas quem sabe essa seja a sua didática,
um amor que não entra em curso,
mas estagna, seca, e morre por não ter desenvolvimento.

Inserida por TatianaGraneti

⁠Só uma tempestade para encharcar aquele coração árido.

Inserida por Jackepp