Se eu Tivesse Asas
Não é cafona dizer "Eu te amo", é uma confissão heróica. Não é cafona dizer "Eu sinto sua falta", é humildade emocional.
Eu sempre tive uma necessidade repulsiva de ser algo mais do que humano.
- Mas eu gosto dos inconvenientes.
- Nós, não. Preferimos fazer as coisas confortavelmente.
- Mas eu não quero conforto. Quero Deus, quero a poesia, quero o perigo
autêntico, quero a liberdade, quero a bondade. Quero o pecado.
Eu não sei, eu não sei o que me motivou, eu não sei o que me motivou a ser deste jeito, eu não sei, eu não sei, mas provavelmente eu serei deste jeito até morrer.
Eu tenho um argumento: sou do gueto. escuto Rap, provavelmente 2PAC. me amarro em Enimem, mas prefiro Sabotage, Rap é compromisso e também minha viagem.
Pois sob a escuridão tem uma luz tentando fortemente aparecer, e eu sei disso porque eu vi um pouco brilhando entre as emendas.
Ontem eu quis gritar pro mundo o quanto eu ainda te amo, o quanto eu ainda sinto falta de ouvir você me chamar de princesa e de me dar um abraço apertado antes de ir embora. Ontem eu passei o dia pensando em você e lembrando do seu sorriso, e da maneira que você ficava tímido quando eu te chamava de lindo. Mas eu não podia, porque ontem, como muitos outros ‘ontems' que já se passaram, você não está mais aqui, e eu vou ter que continuar negando todo esse sentimento único, porque está errado sentir tanta falta assim. Hoje já me sinto menos desesperada, menos apaixonada, e até acho que não te amo mais hoje, mas isso só dura enquanto hoje é hoje, porque assim que esse momento virar ontem, tudo volta pro início desse texto. É muito difícil tudo isso, por que é como diz minha querida Tati Bernardi, "...nunca passa, mas quase passa todos os dias".
Por quase noventa anos andei entre os meus e entre os seus. O tempo todo pensando que eu era completo comigo mesmo, sem perceber o que procurava. E sem encontrar nada, porque você ainda não estava viva.
Me deparei com a pergunta: por que eu não escrevo mais? Não escrevo mais porque todos os meus textos são sobre você. E eu me cansei disso, digo: de você. Cansei de exaltar suas qualidades e até mesmo inventar algumas. Cansei de escrever sobre a falta que você me fazia e ainda faz, por mais que eu odeie admitir isso. Cansei de escrever pedindo desculpas e sobre sua falta de percepção. Eu preciso seguir com a vida, só que dessa vez, sem você. E pra que isso aconteça, eu preciso desatar esse nó que me prende a você. É por isso que eu não escrevo mais. Não escrevo porque você ficou no passado e infelizmente, o momento qual estou vivendo, se chama presente.
Eu vejo tanta poluição, em um mundo onde não existe amor, não existe paz, não existe nem dor, existe apenas uma disputa onde as pessoas jogam seus valores no lixo tentando parecer melhor que os outros.
Disse que se tudo desse errado eu tinha pelo menos o consolo de que eu acreditava, de que eu realmente pensava que isso podia ser o melhor para mim, de que preferi arriscar e tentar uma história só minha a passar a vida realizando planos que nunca foram meus.
Talvez as coisas não saiam do jeito que eu quero, mas eu não devo me arrepender da esperança que eu sinto e da vontade que eu tenho.
Nota: Trecho do poema "Quase", muitas vezes atribuído erroneamente a Luis Fernando Veríssimo.
Você não sabe que não sou boa pra você?
Eu aprendi a te perder, mas não posso me dar ao luxo
Rasgo minha blusa para estancar seu sangramento
Mas nada, nunca, te impede de ir embora
Tem música que eu adoro, mas acabo esquecendo, escuto depois de muito tempo e lembro como ela é ótima. Passo dias ouvindo e tentando entender em que momento eu parei de escutar. Te reencontrar é assim.
