Se eu Fosse Algum Rei
E quando me disseram quem eu era, tive a coragem de esquecer. Porque só assim pude me lembrar de quem sou.
MINHA PESSOA (soneto )
Eu sou o do fio da meada perdido
O que poeta devaneio e quimera
Verão ou inverno é só primavera
Neste fado, sonhar, é permitido
Emaranhado, pensado, eu quisera
Em exequível gratulação ter vivido
Mas olhar amargo me foi servido
E tal refutado, tive sorte megera
Aos olhares um quase despercebido
Impelido pra muito além da biosfera
Espírito enlutado, dum senso sofrido
Nas tiranias, choro, sou pessoa sincera
Áspero, sem ser, de amor sou provido
E no querer mais, me tenho em espera
Novembro, 2016
Cerrado goiano
EU (soneto)
Existem vários eus no meu eu
E de tão perdido, anda sozinho
No sonho joga sorte, coitadinho
E assim, sem ter norte, é plebeu
Se sou mal interpretado, fulaninho
É do fado este fardo triste e forte
Tal ímã do azar que rêdea a morte
Bulha quem sou na fé e no caminho
E que destino este agre e de recorte
Da alma esfarrapada e sem colarinho
Que chora os porquês, sem ter porte
Porém, sou o que sou, além do mocinho
Alguém de coração que com amor importe
E que nesta tal vida, andeja de mansinho
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
05'55", cerrado goiano
Eu conto
Cá na minha poesia eu conto contos
Eu conto nas entrelinhas desencontros
Nos sub textos a ficção de reencontros
Eu conto várias buscas de encontros
Conto as dores sem ter descontos
Eu conto os devaneios e confrontos
Faustos atos, reticências e pontos
Os sonhos em forma a serem prontos
Tricotados no amor em prespontos
Cá só não conto segredos de contrapontos
Particulares, os que deixam tontos
Estes só a mim mesmo... Eu conto!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
11'04", 11 de junho, 2012
Rio de Janeiro
SONETO NA PRIMEIRA PESSOA
O nosso eu, está em constante luta
Que eu em mim, agora vai portento?
Se sou quem sou, não sou momento
Pra ser quem sou, no eu tive conduta
Em nada fiz pro eu estar desatento
De fora ou de dentro, da vida recruta
Se não vago, eu, sempre na labuta
Pois, o tempo é eterno ensinamento
Quem é este em mim que o ser imputa
Pois, o diverso é mais que juntamento
É sentimento, num tal zelo sem disputa
Não hei sabê-lo se houver "divisamento"
Afinal, se há partilha há também permuta
E meu eu: é fé e amor num só complemento
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
10 de agosto, 2016
Cerrado goiano
EU, EU MESMO (soneto)
Eu, nos cansaços, as saudades
quantas as lembranças estilam
que o passado no exato pilam
assim, cheios de passividades
Afinal, tudo no tempo expilam
eu, eu mesmo nas fatuidades
duvidei, imperfeito, vontades
me levaram, na baixa bailam
Pois tudo é eu, sem metades
eu sou eu, e nada anteviram
e do meu eu, sai as verdades
E eu, que no eu, me inspiram
dele um passado, variedades
que do uno eu, “áses” extraíram
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
SER QUEM SOU (soneto)
Ora (direis) ser quem sou! Exato.
Me perdi no caminho, me achei, no entanto
A cada passo, erro e acerto, vários o relato
Vou andando, o atrás se desfez por encanto
E o tempo vai passando, veloz, enquanto
O pensamento recusa ser apenas um ato
Cintila. E, saudoso, o trovar é um pranto
Na solidão de ser, em um poetar abstrato
Direis agora: Incoerente e louca quimera!
Que não quero ser quem sou? Que sentido
Pois ser quem sou, deixei de ser o que era...
E eu vos direi: Amando o amor sou valeria
Pois se amei, o meu afeto não terá partido
Assim, pude ouvir e entender minha poesia
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
agosto de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
CERRADO E EU
Céu, vastidão e ventos, encanto dispersos
Pequizeiros, buritis, campinas verdejantes
Sertão de cascalhos, fontes borbulhantes
Lenhosos grossos, galhos tortos diversos
Fascínio e graça. Místicos antros imersos
Gramínea, ipês floridos, relvas rastejantes
Abundante é a fauna, cristais coruscantes
E vós, cerrado, que velais os meus versos
Cá estou tomado, e então te faço saber:
Saudade eu senti, e não posso esconder
O tal sofrer que na saudade é sem fim...
Cá estou, e suplico, ao extenso horizonte
As cachoeiras, o entardecer no desponte,
Que te conte: - sempre estiveste em mim!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 de maio, 2021, 09’22” – Araguari, MG
Assim eu
Nada fui tão igual
Nada tive ovação
Nada foi excepcional
Nada encontrei em vão
Sempre fui usual
Sempre fui exceção
Sempre fui atual
Sempre fui exclusão
Um solitário nunca só
Um amante sem paixão
Um alegre de dar dó
Um genuíno de tradição
E neste novelo de nó
Aprendi a poetar grão a grão
Num poético efeito dominó
Assim eu, indizível emoção.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14/05/2016, 03'35" - Cerrado goiano
A GENTE
Eu e tu: soneto e eu, poética repartida
Em duas estimas, duas estimas numa
Aí sentida. Tu e eu: ó versejada vida
De duas sortes que em uma só resuma
Prosa de partilha, cada uma presumida
Da alma contida, conferida... em suma
Essência na essência, sem que alguma
Deixe de ser una, sendo à outra medida
Duplo fado sentimental, a cuja a sina
Que na própria paixão cada uma sente
A sensação dum aquinhoar da emoção
Ó quimera duma poesia integralmente
Que infinitamente brote da inspiração
E, suspire na inspiração infinitamente...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26, agosto, 2021, 11’03’ - Araguari, MG
POSSA EU...
Possa eu na poética assim: tu, comigo ao lado
e, ao sentimento, as sensações resplandecendo
aquele olhar tão sedutor no toque rescendendo
em versos de carinho, dum poetar apaixonado
No mimo me espalhar inteiramente, e aí vendo
os teus gestos, os cuidados, em mim pousado
o teu sussurro baixinho ao ouvido, e eu, calado
sentimental, encantado, alegre, do amor sendo
Que em cada trova, um trovar contigo repartido
e num valioso sentido a terna emoção prosada
a alma, o pensamento, para sempre, sucumbido
Então, o meu destino no canto fosse conteúdo
e cada verso: um detalhe, um sentir, mais nada
e nas entrelinhas, que possa eu, dizer-te tudo!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 de abril, 2022, 11’31” – Araguari, MG
Você se aproximou de mim com uma expressão de indignação e perguntou: "Por que você fez isso?" Surpreso, respondi: "Isso o quê?" Seus olhos ardiam com fúria enquanto você começava a falar com autoridade: "Por que você disse que não me conhecia? Por que mentiu?" Eu retruquei: "Eu não menti. Houve um tempo em que eu conhecia você profundamente. Sabia suas cores favoritas, seus artistas prediletos, percebia quando estava triste, zangada ou feliz. Detectava quando algo estava errado, reconhecia aqueles momentos em que você ficava em silêncio olhando pela janela do carro. Eu conhecia sua voz, seu toque, seus beijos. Eu sabia o que significava ser seu. Mas hoje, percebo que perdi essa conexão. Não sei mais quem você é."
Eu me equivoquei sobre você. Anteriormente, mencionei que não compreendia por que estava tão distante e que havia perdido o conhecimento sobre você. Durante um longo período, assumi a culpa e cogitei que talvez nutrisse sentimentos negativos por mim. No entanto, tudo mudou quando recebi aquela mensagem inesperada no dia do meu aniversário. Foi nesse momento que você demonstrou conhecer-me como ninguém mais. Apesar da distância que nos separa, você conseguiu decifrar-me como sempre fizera. Naquele instante, percebi que você ainda era a mesma pessoa pela qual um dia me apaixonei. Agradeço profundamente por isso!"
Não estou certo se posso suportar isso; simplesmente não sei se meu coração aguentará. Por tanto tempo, ansiava por sua volta, oh, se você soubesse o quanto desejei correr para você, mas me contive. Reuni os fragmentos do meu coração e segui em frente, mas então você retornou e a chama que acreditei extinta ressurgiu com a intensidade de mil sóis. Agora me encontro em uma batalha contra meu próprio coração, persuadindo-me de que você deseja apenas minha amizade. Estou correto, não é?"
"Então, como posso expressar a profundidade do meu amor por você, minha amada Yanet? Cada amanhecer era um novo capítulo de admiração e paixão infindável. Se pudesse, passaria horas a fio descrevendo os motivos pelos quais meu coração encontrou em ti sua morada: desde a tua beleza estonteante até a aura de luz que irradia de tua alma. Contudo, hoje me limito a reconhecer que, acima de tudo, era tua presença que me elevava. Sob teu manto real, eu me sentia inspirado a ser melhor, a dar o meu máximo. Era como se uma força inquebrantável, uma chama indomável, ardesse dentro de mim. Mas desde tua partida, sinto-me despojado, como se metade de mim tivesse sido levada consigo. Yanet, sem ti ao meu lado, sou apenas uma sombra do homem que já fui."
Eu sempre disse ao vento e ao mundo que te amava. Nunca perdi uma oportunidade de expressar essas três palavras com sete letras. Mas sabemos que dizer sempre é mais fácil do que fazer, e no amor não é diferente. Sempre pensei que teria que provar o meu amor por você, mas devo confessar que nunca imaginei que seria após sua partida. Sei que foi a vontade de nosso Deus e não me arrependo, pois aprendi verdadeiramente o que é amar! Aprendi a te amar de longe, no silêncio do meu coração. Meu amor por ti não diminui nem um milímetro, muito pelo contrário, sinto que te amo ainda mais. Posso afirmar que sei o que é amar, quando não se vê, não se toca, não se fala, apenas deseja o melhor para quem se ama e deixa claro que você está ali, sempre que a pessoa amada precisar. Você não é apenas minha namorada, você é a pessoa que me mostrou como é amar alguém. Agradeço a você e digo com todas as letras e formas: "Eu te amo".
A terapia na psicologia é a própria filosofia posta em prática: você só terá acesso às respostas das suas questões se você fizer perguntas sinceras de si para si mesmo.
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