Saudades do Amigo de Infancia
SONETO DA VOLTA
Estou de volta, intento por aqui ficar
nos caminhos busquei novos planos
no passado ficou a chaga a sangrar.
Sim tive erros, e também enganos...
No perdão, pude então saber perdoar
tudo é veloz, e passa por nós os anos
assim, o fado me atendeu para voltar
pois, nas orações remi de meus danos
Nas minhas desventuras, soube amar
nas tristuras, agora quero dias ufanos
por lá fechei o ciclo de ter que cuidar
Na mala, pouco trago pesares tiranos
pois, aqui está a meada, o meu lugar.
Estou de volta, sem enredos profanos
Luciano Spagnol
FELIZ DIA DOS PAIS, aos presentes e ausentes, em nossas vidas contundentes...
SONETO AO MEU PAI
Oi pai, escuta minha voz dai distante
A saudade é redundante, é impotência
A falta de teu tom forte me é constante
A vida sente a lacuna da tua existência
A roseira do jardim é lembrança radiante
Ter tido os teus ensinamentos, essência
guardadas no peito aqui tão palpitante.
Neste dia dos pais, a minha reverência
Ei pai, perdoa as falhas por mim operante
Se fui negligente foi por pura contingência
Pois, no meu amor és um amor gigante
Nas minhas veias corre a tua aparência
Na concepção o que sou, teu semelhante
No coração, a nostalgia de tua ausência...
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
Amor...
Vem! Não me deixes aqui tão só
num tal vazio laço de um uno nó
e no silêncio que fere com solidão
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO COM QUIMERA
Estás onde, amor? O peito clama
a tua imagem nos desejos chora
a poesia sem ti assim vai embora
o leito está morno, e sem chama
Fico imaginando teu olhar agora
no meu olhar enflorar em rama
invadindo meu corpo, que flama
em afagos de tempos de outrora
Vem! Não me deixes aqui tão só
num tal vazio laço de um uno nó
e no silêncio que fere com solidão
É um amor tão ausente que dá dó
na afável emoção faz um forrobodó
e traz ganido no saudoso coração
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
SONETO TEMPORAL
Querer os sonhos dos dezessete
Quando já passou dos cinquenta
É quimera que pouco se aguenta
Já as horas, nos estende o tapete
De repente, tão frágil, e tão atenta
A vida nos põe atrás dum colchete
Deixa de dar rosas num ramalhete
Pra dar a proximidade dos setenta
É o tempo no tempo por um filete
Pensamento com voz barulhenta
E expectativa grifada num bilhete
Os passos tintos na cor magenta
A idade lenta, o querer em falsete
O amor, ah o amor, este ementa
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
FRONTEIRA (soneto)
Em cada rosa, sempre existe espinhos
Nos árduos caminhos, também vitórias
Na humildade é que se escreve glórias
E com amor no amor se tem carinhos
Somos breve nestas águas transitórias
Para que seja leve, deixe os desalinhos
No tempo, tão valioso, e tão torvelinhos
Então, sê a figura mor de suas histórias
Nutre-se do néctar de querer mudança
Pois cada instante da vida é esperança
E a cada espera, objetivos e memórias
Perder ou ganhar são só da vida aliança
Tente. Persevere. Ai terás mais bonança
Trace nestas diversidades as trajetórias
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
EU POETO, ELA POESIA (soneto)
Não sou só, os poemas são companhia
Sempre comigo, falam com a inspiração
Traz lá de fora o diverso numa multidão
De cores, e sabores, em total demasia
Sou poeta! Na reta: curva e ondulação
Num labirinto de devaneios como guia
Aquecidos pela chama duma tal magia
Do doce amor, saídas do meu coração
Sim, não estou só: eu poeto, ela poesia
Que vive em mim numa eterna emoção
Se estranho ou comum, a mim sacristia
Nesta verve, não sei o que é ter solidão
Se assim me compraz, não tenho ironia:
Pranto, canto ou nostalgia, só questão.
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
SONETO SILENTE
Dia nublado no cerrado com ventania
Nostalgia nos olhos alumia o nebuloso
Tal como folha seca me sinto fragoso
Na brisa árida dum céu de monotonia
Range o peito num cântico escabroso
Apofântico, sem firmamento na poesia
Num par romântico de solidão e euforia
Tal chuva escassa no sertão sequioso
Alvorecer sem brilho e luz com alegria
Trazendo imenso sentimento saudoso
E na disposição uma tão nada ousadia
Caminho soturno neste vazio rigoroso
De chão cascalhado e de desarmonia
Que o silêncio comutou, vinho precioso
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
UMA CANÇÃO (soneto)
Este meu trovar é para nós dois
Num poema aterrado no coração
Com versos cifrados na emoção
Ouça! E não o deixe para depois
É fruto da lembrança em inspiração
Que surge do que para mim tu sois
Não de um tal silêncio em vão, pois
Este, só faz saudosar e ter distinção
Se aqui no canto tem algum pranto
Saiba que é porque eu te amo tanto
E cada lágrima poetada é de paixão
Eis, então, a minha voz, entretanto
Leia nas entrelinhas só o encanto
E verás muito mais que uma canção!
Luciano Spagnol
21, agosto, 2016
Cerrado goiano
Esperar pelo tempo é um aprendizado. O rio tem o seu remanso. Quando desviado ele não tem avanço...
Luciano Spagnol
Mineiro do cerrado
AMOR POUCO (soneto)
Num amor pouco, parco é o afago
É não saber quão bom é o presente
Assim, poder a alma estar contente
E ter por alguém um sorriso largo
Aí, fica tão carente do sentir quente
Perde-se do alvo do farejado frago
Têm-se na solidão o gosto amargo
E ausência do beijo, de repente (roubado)
Sem amor, saudade é vazio selado
Dos rumos da vida se é deslocado
É mergulhar na luz sem densidade
E neste universo do eu tão calado
Desta redoma de um olhar isolado
Amor pouco, é ter-se pela metade
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
SONETO EM SENSAÇÕES
Amor é abstrato, figura do coração
É tal qual perfume grassando o ar
Promessa e jura apoiada no altar
Quando dois olhares num só são
É sentimento, que nunca é em vão
Traz sonho e nos faz assim sonhar
Faz picada no anseio, pra caminhar
Um desejo nutritivo para a emoção
Amar do amor vai além, é o gostar
Espírito numa perfeita comunhão
Dança que põe o sangue a dançar
Nesta atração há poesia e canção
Que invade o peito e põe a tilintar
E aos sentidos traz varia sensação
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Desaparecimento
Não deixe o silêncio te vencer
Velhice do fim deve ser ingente
Exista, concorde no mais viver
Creia, noite tem amanhecer
Respire com o olhar vivente
Tenha manhã para anoitecer
Pois, saudade, o justo é sofrer
Então, se oponha ao sol poente
Suspire, alente sem se render
Pai, o teu decesso, faz fender
O coração, é choro "sofrente"
Duma lágrima que quer ceder
Não saia do alcance... Tente!
Lute, tente pra luz não morrer!
De sua benção ficarei ausente...
Luciano Spagnol
Junho de 2014, 02'44"
Cerrado goiano
Parodiando Dylan Thomas
IPÊ AMARELO (soneto)
No teu fugaz aflorar. És partitura
Duma melodia cálida fulgurante
De etérea figura num semblante
No ápice duma passagem pura
Se ergue na paisagem, vibrante
Em efígie no cerrado, escultura
Tão cróceo de aparata candura
Num teor pomposo e insinuante
Ave ipê! Natureza na sua mesura
Aos olhos se faz guapo arruante
Ao poeta estro em embocadura
E neste Éden de aptidão gigante
Ao belo, a quimera se aventura
Numa viagem de visão alucinante
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Falar, é fácil de dizer
crer, é que é difícil
a palavra tem poder
e entender, ofício...
Luciano Spagnol
mineiro do cerrado
O viver é assim: mares, marolas, ondas, tsunamis... Surfar é o segredo.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
O SONHO
Posso ouvir o sonho passar
Veloz e ao vento a bater
Deixando lembrança no ar
E saudade no curto viver
Eu pensei que ao acordar
O tempo deixaria de mover
Pois, ele não se põe a parar
Nem depois de se morrer
Um passo pra frente, a girar
Outro pra trás, sem se mover
Muita coisa pra se lembrar
É impossível de tudo saber
Então deixe a quimera levar
Pra que se possa esquecer
Quem sabe outro possa achar
O que você não soube ver...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
LUGAR (soneto)
Se aqui vim, o lugar cativo é além
pois aqui, acolá, tudo é transitório
no definitivo tem-se o provisório
somos todos, e todos ninguém
E nesta morada frugal, o porém
não é fazer e ou ter, em inglório
mas ser mais que o satisfatório
sorte, fado, sem tornar-se refém
Tudo tem tempo marcado, notório
se revela para alma o mal e o bem
livres na escolha, dor é purgatório
Entretanto a ignorância nos retém
no breu das chances do absolutório
pra se ter um lugar, do amor advém!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Quem não sabe ler um olhar, tampouco saberá o alfabeto do amor interpretar...
luciano Spagnol
Cerrado goiano
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