Saudade Presenca do Ausente

Cerca de 47121 frases e pensamentos: Saudade Presenca do Ausente

De partida!
Pois quem vai volta
Volta na saudade,
de ida e vinda
Embora seja outra rota
Várias até que se finda
Então,
que venha outra cota
E também outra filosofia
Pois a vida é uma pelota,
e viver uma mercearia...

Inserida por LucianoSpagnol

A volta

Quando eu partir
quero ir com saudade
assim, poderei sentir
saudade e liberdade
juntas no meu existir
arrumadinhas
sem nada por vir
só lembrancinhas
que as carregarei
no meu poetar
e assim, estarei
lembrando, sem recuar
sem mala, sem passaporte
pois estou voltando...
me deseje sorte!

Inserida por LucianoSpagnol

Te encontro
na saudade

Tal maldade
desencontro

Cada reencontro
outra saudade...

Maio, 2016

Inserida por LucianoSpagnol

Que o cerrado
torne na saudade legado

Uma doce lembrança
recordação de vizinhança

Nesta breve despedida
que escreve
mais está etapa vencida

que seja a poesia ao poeta leve

Inserida por LucianoSpagnol

Pausa

A saudade em mim fez pausa
Ficou em silêncio, está muda
Não sofro mais por sua causa
Não vou mais buscar tua ajuda

Hoje fiz um intervalo no poetar
Solitário. Pois tenho companhia
Das estrelas que me fazem viajar
Da poesia meu remo na travessia

Larguei tudo. Tento só harmonia
Simetria em cada verso, cada rima
No sorrir busco a sorte em parceria
Caneta e papel riscado com estima

Hoje fiz interrupção nas lágrimas
Gota d’água somente as do céu
Não mais ficarei chorando lástimas
Pois o amor da solidão não é réu

Luciano Spagnol
23/10/2015, 08’31”
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Quando eu for no meu fim
Sentiram saudade de mim:
o cerrado, o Joca, o jardim
Bagatelas
Nem dou trelas
Velarei sem velas

Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Maio, 2016

Inserida por LucianoSpagnol

AGORA EU QUERO IR (soneto)

A minha saudade tem saudade de crê
Me planejei, me desmoronei no sedento
Nas verdades não fui inteiro a contento
E no querer o todo, metade teve porquê

Experimentei descanso e, labuta à mercê
Confiei no silêncio, me encaixei no lamento
Precipitei no ir e na volta, foi ensinamento
Me desmanchei nos sorrisos em comitê

E na busca de me reconhecer, descanso
Afinal, as trilhas não são de vento manso
Porém, ao me refazer despertei com a dor

Se agitado ou imoto me equilibrei no balanço
Da quimera, pois sempre nos resta tal ranço
De jugo. Agora quero ir e, apreender o amor.

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 26 de março
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

PEDAÇOS (soneto)

Em ti, ó saudade, acho parte de mim
São fragmentos craquelado e partido
Do meu eu que tenho então em ti sido
Eternizado numa dor que vive sem fim

O senso que faz em ti alarido saído
Em mim é silêncio, é solidão, enfim,
Vive da ilusão de lembranças carmim
Do comover sovado e não esquecido

Agora, o que faço para ouvir o clarim
Dos sons da quimera no porvir contido
Dando-me sonhos afora deste folhetim

Serei pouco, nada, de desejo desprovido
Se insistires em ficar tão presente assim
Aí, de pedaços o meu poetar será revestido

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, março, 05'55"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

HOJE EU CHOREI (soneto)

Hoje eu chorei porque tive vontade
Se foi saudade, aflição, eu não sei
Apenas chorei, e o peito desabafei
Chorei quem sabe duma felicidade

Se separou, se a vida amargou, ei
Apenas chorei. Choro de verdade
Não o sufoquei n'alma, liberdade
Num grito com lágrima, então dei

E neste pranto sem ter valeidade
Choro... Chorei... e sempre darei
Pois eu não sou no todo, metade

E se chorei, não é porque afazei
Um choro de qualquer fatuidade
Onde eu chorando, hoje chorei!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano p

Inserida por LucianoSpagnol

SAUDADES DO RIO

Rio, de longe, uma saudade
Amizade, eterna recordação
Das cidades sua majestade
Tu pulsa no meu coração...

Tuas ruas, varia a felicidade
Vivo bem longe, de ti solidão
No bem querer, divindade...

Se algum dia voltar, será enfim,
Pra nunca te deixar,
E bem junto há ti. Ficar assim!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SOLIDÃO EM VERSOS

Os versos que não pude criar
E que não redigem o tal verso
Na saudade é verso perverso
De um tal silêncio a me fincar

E nesta vaga do verso, o olhar
Perdido, e na quimera imerso
Áspero, de um vário universo
Que faz meu verso, um vagar

Suspiros em versos, reverso
Ao poeta do cerrado a poetar
Pois, o amor na alma, é terso

E de todos, o verso a me julgar
O infortúnio, me foi inconverso
Deixando a prosa sem seu par

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

''Mesmo se um dia eu desapareçer e você me esqueçer,por favor diga para a saudade que mandei lembranças.''

Inserida por SAYKOBHOS

privação

a saudade é um ato estranho
se você a mata ela vive
se você vive ela avulta no tamanho
é uma dor em aclive
um suor sem banho

é funesto

invade todo o sentimento
é de vazio gesto
aos olhos abafamento
indigesto
ao desejo recolhimento

solidão

e eis que ela é etc e tal
torpor, paralisia, emoção
retiro

saudade é ausência fatal
suspiro

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

(sal)gado

minha saudade além do cerrado
não chega a ser um uivo
ou tão pouco ouvidos calados
são silêncios em ruídos
vindos do gosto salgado
do mar, são sentidos
que sinto aqui no cerrado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Maio, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

boiada

não deixe nada para depois.
pois, o ontem já foi
o agora está sendo
e a saudade cobra os bois...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

porto

há uma saudade em mim no cerrado
ancorada nos barrancos ressequidos
são arrancos no peito em ronquidos
num espectral sentimento entalado...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE UM AMOR EXCÊNTRICO

Estranho amor este que hoje eu sinto
a saudade incorporou a coisa amada
acorda comigo depois de ser sonhada
e de mãos dadas paira pelo ressinto

E quando lembro, a alma fica apertada
o coração acelera triste num instinto
que não sossega nada o que pressinto
e as tais lembranças põe-se na risada

Carrasco este amor meu, já extinto
me lança aos desejos sem morada
me fere com o passado tão faminto

E numa paixão delirante de um nada
me faz poetar pra este amor destinto
num acorde de excêntrica doce toada

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
14 de junho, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO COM CHARME

Moço, se no tempo, velho eu não fosse
Onde a dor da saudade a apoderar-me
As recordações a virarem um tal carme
E a lentidão em mim se tornarem posse

Ah! Aquelas vontades já me são adarme
O que outrora me era tão suave e doce
Num gosto acre o meu olhar tornou-se
O espelho, um revérbero, a desolar-me

O meu espírito a tudo acha tão precoce
Já o corpo, cansado, soa em um alarme
Na indagação a juventude que o endosse

Da utopia ao caos dum tão triste arme
Envelhecer, como se não fosse atroce
Então, vetusto, tenhas arrojo e charme!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2016, 18 de novembro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MINHA RUA (soneto)

Das tuas sombras dos oitis a saudade ficou
És a rua do príncipe dos poetas, laranjeiras
Coelho Neto, onde sonhei de mil maneiras
E alegre por ti minha felicidade caminhou

Das tuas pedras portuguesas, o belo, cabeiras
Ao chegar de minas só fascinação me criou
Se triste em ti andei também o jubilo aportou
Me viu ser, indo vindo emoções verdadeiras

Em tuas calçadas a minha poesia derramou
Criando quimeras, quimeras tais derradeiras
Da Ipiranga a Pinheiro Machado o tempo passou

Em ti a amizade os vizinhos em nada mudou
Carrego tua lembrança, lembranças inteiras
Rua da minha vida, estória comigo onde estou...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro, 16 de 2017
Cerrado goiano
ao dia 16 de fevereiro 1976,
quando chegamos ao Rio de Janeiro...

Inserida por LucianoSpagnol

Ausência

Hoje eu permitirei que a saudade morra em mim
Os teus olhos, agridoce, me engulam de solidão
Porque nada te poderei dar, senão, está dor sem fim
Exausto me vejo na janela, e o quarto na escuridão
Ao fundo, uma melodia ao som de bandolim
Assim, me sinto na tua lembrança e tu na minha emoção
Não te quero ter por apenas te ter, quero ir além
Porém, cada gesto, palavras, suspiros, a alma em convulsão
Então, não diz nada porque o teu silêncio me convém
Os teus abraços em outros braços enlaçaram
Sinto que estas distante e sem uma tal essência
Eu deixarei... tu irás, e as madrugadas companhias serão
E assim, eu serei e você será... ausência!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Junho de 2018
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol