Saudade de meu amor que mora longe

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A minha saudade é passageira assim como o meu amor por você. Isso porque você está longe de mim, mais não são os quilometros qe nos distância e sim você mesmo !

O verdadeiro amor não é aquele
que se alimenta de carinho e beijos
mas sim aquele que suporta a renúncia e
consegue viver na saudade.

Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.

William Shakespeare

Nota: Trecho da peça "Muito Barulho Por Nada", de William Shakespeare.

Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te.

DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Mario Quintana
Espelho mágico. Porto Alegre: Ed. Globo. 2005

Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho.

Mario Quintana

Nota: Versão adaptada de trecho do poema Bilhete.

METADE

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

Oswaldo Montenegro
libreto da peça “João sem Nome”. 1975

Nota: Música "Metade". A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuída a Ferreira Gullar.

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O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente...

Mario Quintana
Poesia Completa

A ausência apaga as pequenas paixões e fortalece as grandes.

Para quem ama, não será a ausência a mais certa, a mais eficaz, a mais intensa, a mais indestrutível, a mais fiel das presenças?

A pior saudade não é quando você está longe de alguém. É ter a pessoa ao seu lado e ainda assim sentir falta dela.

Distante assim meu riso é pranto
É lágrima de saudade
De tristeza metade
E metade de encanto
Um tanto felicidade
E amor outro tanto!

Distante assim sou casa vazia
Sou do beijo lembrança
Sem par em dança
Resquício de alegria
Amor que não se cansa
Distância tripudia!

Tão perto assim sou mãos dadas
Um dormir nos braços
Acordar no abraço
De bocas coladas
É um não cansaço
De fazermos nada!

Tão perto assim sou você
Um caso perfeito
Seu corpo, seu beijo, seu jeito
E um medo de perder
Sou amor que bate no peito
Eternidade a me envolver...

SAUDADE

Magoa-me a saudade
do sobressalto dos corpos
ferindo-se de ternura
sói-me a distante lembrança
do teu vestido
caindo aos nossos pés

Magoa-me a saudade
do tempo em que te habitava
como o sal ocupa o mar
como a luz recolhendo-se
nas pupilas desatentas

Seja eu de novo a tua sombra, teu desejo,
tua noite sem remédio
tua virtude, tua carência
eu
que longe de ti sou fraco
eu
que já fui água, seiva vegetal
sou agora gota trémula, raiz exposta

Traz
de novo, meu amor,
a transparência da água
dá ocupação à minha ternura vadia
mergulha os teus dedos
no feitiço do meu peito
e espanta na gruta funda de mim
os animais que atormentam o meu sono

Mia Couto

Nota: In 'Raiz de Orvalho'

Posso parecer ausente mais não distante de você pois é a saudade que nos aproxima e nos mostra o quanto cada momento pode ser intenso ...

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Crônica Saudade.

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Saudade é um sentimento que, quando não cabe no coração, escorre pelos olhos.

Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

João de Barro
Songbook Braguinha. São Paulo: Irmãos Vidale, 2009.

Nota: Versão brasileira da música "Smile", escrita por João de Barro (Braguinha) e gravada, entre outros, por Djavan. A melodia foi composta por Charles Chaplin em 1936, tendo John Turner e Geoffrey Parsons adicionado posteriormente a letra original.

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Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida...

Aguinaldo Silva

Nota: Citação atribuída muitas vezes, de forma errônea, a Pablo Neruda. Trecho do original de Aguinaldo Silva.

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A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar.

Rubem Alves
Pensamentos que penso quando não estou pensando. São Paulo: Papirus, 2019.

Nota: Trecho da crônica Céus.

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Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Martha Medeiros

Nota: Trecho adaptado do poema "A dor que dói mais", de Martha Medeiros.