Saudade de Alguém que Partiu Faleceu
“Por Tua Culpa”
Não te perdoo por te traíres!
Porque não trai a ti,
mas ao meu coração...
Procurei o teu corpo...
Não era o teu...
Procurei tua boca...
Não era o teu gosto...
Procurei tua mão...
Não era a que me afagava...
E quando quis teus olhos fitar...
E não os achei...
Procurei fechar os meus...
No doce consolo da escuridão...
Não te perdoo por te traíres!
Porque tua dor também é minha...
Porque meu sorriso está ausente...
Por um momento indiferente...
Que me fez vítima e carrasco...
E me deu prazer frio e carente...
Tentando afastar saudade...
De um corpo tão ausente...
Não te perdoo, por te traíres...
Por que violentado fui eu...
Por tua culpa...
Por tua falta...
A morte é agressiva em todas as suas esferas. Seja no acidente que ninguém esperava, seja no ventre da mãe, seja no paciente terminal, seja no cidadão com morte cerebral declarada, seja no inconsequente que vivia brincando com a vida, seja no idoso de quase 100 anos. Não interessa. Ela assola, nos deixa devastados, impotentes, perplexos, nos faz tremer e temer. Afinal quando vai chegar nosso dia? Ou pior: quando vai chegar o dia daqueles que amamos?
Estar em um velório é algo curioso. O morto não é só aquele que está dentro do caixão, imóvel. Morrem também várias pessoas ao redor. Sim, elas respiram, andam, falam, seus corações ainda batem. Mas uma parte... aliás, me arrisco a dizer: uma GRANDE PARTE é enterrada junto com o ente querido. Os sonhos, as risadas, os planos, os abraços, a voz, o aconchego, a alegria. Vai tudo embora. Sorte a nossa que nos restam as lembranças boas, ainda que em certos momentos evitamos até lembrar. Machuca demais.
Sei que nossa esperança é renovada em Jesus. Sei que estamos aqui de passagem, sei que existe um céu e uma vida eterna de alegrias para aqueles que acreditam na salvação em Cristo. Mas sou de carne, osso e emoções. Enquanto estiver aqui na Terra vou chorar, vou sentir, vou sofrer com a morte.
Sempre que alguém que eu amo morre, uma parte de mim vai junto. E ainda que o tempo passe e novos amores surjam, esse pedaço nunca volta, nunca regenera. Ele se vai pra sempre.
E por enquanto é assim que eu vou vivendo.
Com meus buracos, com meus remendos, com minhas falhas.
Que falta você me faz...
Você se foi, nem se despediu, deixou um vazio enorme em meu peito, que dói, como se tivesse uma faca apunhalada. Quantas coisas eu gostaria de te ter dito pessoalmente, quantos abraços e beijos que ficaram pra depois. Nunca imaginei que fosse doer tanto, como eu te amei, como eu te amo, esteja onde estiver, espero te encontrar em breve, com aquele sorriso largo e fácil. Te amo eternamente. ❤
Você chegou, virou minha vida pelo avesso e foi embora, sem me deixar instruções de como resolver tudo.
A Inexorável Dor da Perda de um Filho
Ela, mãe, está sofrendo. Ele, pai, está sofrendo. Acabam de perder um filho para a mais forte de todas as guerras: a inexorável passagem para o outro plano. Seu filho amado está indo embora! – uma viagem às pressas, inesperada, sem tempo para dizer adeus. Um jovem com todas as alegrias e sonhos da sua idade e do seu tempo.
Seríamos realmente capazes de imaginarmos a dor desses pais? Sentirmos o tamanho desse luto? Demais para ser suportado. Imensamente. Uma dor que não tem nome e dói só de pensar. Falta o ar. Consome o equilíbrio. Falta chão. Sucumbe-se às lágrimas. Uma dor que não seca, mas faz murcharem as forças, rouba os sonhos, dilacera a alma. Interrompe a esperança, invade nossas entranhas e leva uma parte de nós – a vida perde um pouco a suas cores....
Não é fácil aceitarmos a inversão da ordem natural no ciclo da vida. Não estamos nunca prontos, não queremos enterrar um filho. Quando a natureza não cumpre o ciclo como deveria é dolorosamente terrível e assombra.
– uma separação consumada fisicamente, mas que jamais conseguirá romper com os laços... não há substituições, filho é filho e ponto.
Impossível medir a dimensão da dor da perda de um filho. Não conseguimos mensurá-la, é uma dor única, intensa, egoísta e gigante. A perda de um filho é ferida que não cicatriza, é pra toda a vida – essa dor terá momentos que se converterá em saudade, mas nunca será menor. Os pais ficam perdidos na sua dor, um vazio inconsolável, um lamento interminável. Que ninguém se atreva estancar essa sangria no coração de uma mãe e de um pai... O choro é demasiadamente solitário e triste – não se decifra um amor que transborda em lágrimas.
Não encontro consolo. Não há nada que possa arrancar esse tormento que estraçalha o peito dessa família. E nesse momento, não posso e não devo - hoje as lágrimas têm e devem cair. Tem que ser assim.
Hoje a dor é dessa mãe e desse pai. Amanhã ou depois, quem sabe a serenidade venha bater às suas portas.
Hoje, quero manifestar meu sentimento solidário e companheiro, fazer uma prece e desejar que esse jovem encontre muita luz em sua passagem. Que a mãe, o pai, os irmãos e todos os familiares, no devido tempo, encontrem motivos para a difícil superação dessa dor, hoje latente.
Que a resiliência seja. Que encontrem a habilidade de persistirem nos momentos difíceis quando a saudade doer - e ela dói, vai e volta, e continuará a doer... Mas, será preciso continuar, lamentavelmente, essa é uma das mais tristes regras que nos são impostas: - sobrevivermos com a ausência física daqueles que muito significaram à nossa continuidade, à nossa existência. Que o tempo faça o que é dele fazer - leve um dia a dor embora e deixe apenas a saudade terna e mansa.
Seja como os lobos que, ao notar o perigo, são astutos. Mas ao perceber uma oportunidade, são silenciosos e traiçoeiros. Eles sabem que possuem força e poder.
Tenho que conviver com a solidão, pois essa é a coisa mais certa a fazer. Não quero me perder na emoção, e é assim que quero continuar a viver.
*Lírico Soneto*
Tum...
Tum tum...
Tum tum...
Assim se faz a mais bela das melodias que um dia eu pude escutar.
O som que vem de dentro do peito, do sublime soneto que me postes a criar.
Quando jovem me criei, por alguém me apaixonei ao primeiro olhar.
Por fim me casei, meus filhos criei sem ao teu lado estar.
Pois por mais bela que seja a vida, tão injusta e corrosiva seu coração ela fez parar.
Até hoje me lembro, o quão calmo se tornou o tempo quando ele pouco a pouco parou de pulsar.
Me debrucei sobre teu peito, afim de ouvir pela última vez este soneto que agora nas estrelas eis de brilhar.
Não sei como, mas de alguma forma você consegue ser exatamente tudo que eu preciso. Esse teu jeito todo de ser que parece ser tão meu, feito pra mim. Tudo em você me salta os olhos, me encanta, me deixa bobo. Você é a certeza de que ainda posso olhar a felicidade nos olhos. Eu até posso sentir o gostinho do futuro, doce como o teu beijo e perfeito como teu abraço.
SONHO
Sonhei com você,
sonhei anteontem,
sonhei ontem,
Sonhei hoje,
Sonho todos os dias.
Estou sonhando agora,
Quero sonhar amanhã e nos dias seguintes,
Até ter você comigo.
Sonho acordado ou dormindo,
Não importa de que maneira ou quando,
Se é sonho ou realidade,
O que importa é você.
Você é o meu grande sonho!
Hoje senti sua falta, como sempre sinto.
Senti saudades de mim, saudades de você,
saudades de nós, saudades da minha felicidade,
do seu sorriso, do seu viver.
Hoje mais do que nunca senti sua falta.
Falta dos teus olhos,
falta dos meus olhos nos seus.
Falta do seu olhar,
falta da alegria no meu olhar.
Hoje senti que preciso de você,
senti sua falta. Falta de ouvir "amor meu",
falta de ser o amor seu.
Falta de
ter com quem falar,
falta de ter você comigo!
Sinto saudades, saudades de você.
Saudades do seu carinho...
Saudades da sua certeza...
Saudades da menina, da mulher.
Saudades de você, amor meu...
Senti falta de ouvir que sou o amor seu...
Hoje senti sua falta, como sempre sinto...
Me desculpa, mas de alguma forma eu achei que precisava te dar uma explicação, eu fui embora da sua vida e você já deve ter percebido (espero que sim). Escrevi para te dizer que o amor que um dia eu senti, fez as malas, pegou uma carona até a estação e entrou no primeiro ônibus que viu pela frente, sem sequer ler o destino. O amor foi embora, eu meio que mandei ele ir, a gente brigava sempre e a convivência já não estava fácil, mas não posso mentir que me doeu, eu até sai na porta, o vi pegar uma carona e desaparecer no horizonte. É isso. O amor acabou. No dia em que ele foi embora, eu acordei mais cedo, troquei as cortinas e os tapetes, pra disfarçar todo o estrago que ele tinha feito, coloquei uma musica calma para tocar, comecei a ler um ou dois livros, adotei um cachorrinho abandonado, voltei a ver desenhos e tomar sorvete. No dia em que ele foi embora, nem doeu tanto, a vida não estava fácil junto dele, eu cantava mais sozinho que cantor solo uma musica pra dois, as brigas eram inevitáveis, a gente sempre quebrava muita coisa e num dia desses eu acabei por me quebrar também, mais ele se foi e agora canto sozinho e sem plateia, em cacos espalhados pelo chão do quarto. No dia em que ele foi embora, agradeci a Deus pela paz, alguns minutos depois culpei o senhor por tanta solidão, era ruim com ele e é pior sem ele agora, decidi guardar as fotos numa caixa em cima do guarda-roupa e quis me guardar junto delas naquela caixa para ver se voltava naquele tempo, o amor foi embora e levou tudo o que tinha, levou parte de mim também. Sempre sobra comida, com ele aprendi a cozinhar pra dois e agora sobra arroz, feijão, beijos, abraços e lagrimas. No dia em que ele foi embora, fiquei sem saber o que fazer, o tempo não passava ou quem sabe o dia dobrou de tempo, e mesmo sabendo toda a dor que ele causava eu o quis de volta, os socos na boca do estomago e os nós na garganta e os cortes na alma nem doíam tanto, dói mais essa solidão que ficou depois que ele foi embora, a TV perdeu a imagem e o som, a agenda de contatos estava cheia de nomes e vazia de corações amigos, a internet caiu e ar ficou emperrado no mínimo ou talvez fosse toda a minha frieza se manifestando. No dia em que ele foi embora, eu aprendi a dor de desejar que não fosse mais do que um pesadelo, pobrezinho, amarrou uma trouxinha nas costas e seguiu sem olhar pra trás, talvez quisesse evitar meus olhos cheios de água que pediam perdão, minha boca num sorriso forçado que por dentro era ilusão, minhas pernas bambas que me impediam de dar um passo sequer para mudar alguma coisa, o amor não olhou pra trás, ainda bem, ele tinha o dom de me ver por dentro e naquele momento eu era ruína, poesia sem rima, canção sem som, eu era fim e ele era a continuação, a minha reticencias que foi embora e me deixou em ponto final. No dia em que ele foi embora, todo o tesouro do mundo seria dado em troca para que ele voltasse, mais eu não tenho muito, só umas moedas no bolso e muito vazio no coração, o mais triste de tudo talvez seja isso, o amor foi embora e não deixou lembranças. Alguém, não me lembro quem, disse que o viu embarcar em um ônibus diferente, daqueles que não levam gente e não tem destino final. Se um dia você o ver, perambulando por ai, me faça um favor. Diga que o quero de volta, porque o amor foi embora mais eu ainda o amo muito.
A morte para muitos significa o fim de tudo. Mas, para os que perdem a quem tanto se ama, é apenas o começo de um amor incondicional, de uma saudade incontrolável, de uma alegria nas lembranças do passado, uma esperança de reencontro. Amor sem medida, um amor além da vida.
Desculpa se te magoei, desculpa se me magoei, mas me desculpe principalmente por não me arrepender de nada. Não me arrependo dos sorrisos que me roubou, das confusões mentais que me causou, das confissões que a ti fiz, dos ciúmes que nunca te confessei, das brigas terminadas em beijos, das brigas terminadas em lágrimas.
Me perdoe por não querer voltar no tempo e concertar, me perdoe se não mudaria uma vírgula. Me perdoe se eu tinha mais dúvidas que respostas. Me perdoe por sem querer me apaixonar. Na verdade, quer saber? Não, não me perdoe por nada. Não perdoe os beijos que eu te dei, não perdoe as palavras a ti atiradas, não me perdoe pelas músicas compartilhadas, não perdoe as conversas terminadas no ritmo do nosso sono, não perdoe os nossos momentos a frente do mar trocando sorrisos, não perdoe nossos olhares confidentes e jamais me perdoe por aparecer, por sumir, por simplesmente me fazer presente. Não perdoe as críticas que a ti fiz. Não, não perdoe, pois não me arrependo. Tudo que fiz estava sã, tudo que demonstrei estava ciente das consequências, tudo que falei estava perfeitamente concentrada em teus olhos para proferir todas as palavras que saíram de minha boca, todos os beijos que te dei foram perfeitamente doces e acompanhados do consenso, então, porque me arrepender dos 5 segundos mais duradouros dessa nossa história?
Sobre os velhos amigos
Muito mais que qualquer nostalgia barata de um reencontro despretensioso ou a simpatia de uma rápida conversa diplomática, são as lembranças que tenho a respeito de quem passou por minha vida: os velhos amigos. Eles são cicatrizes benignas feitas por pessoas que, usufruindo de toda a liberdade que têm, deixaram com que a intersecção de nossas histórias existisse.
E eu quero lhe chamar a atenção aqui porque, quando digo história, estou falando do acumulado de experiências, acúmulo de encontros e desencontros da vida colecionados em um indivíduo, de forma que seu caráter, personalidade, espiritualidade e ideologia se fazem frutos desta dita história.
As sobreposições que sofri pelos meus velhos amigos me permite ver, talvez só aqui na frente olhando para as fotos, que a vida foi boa de ser vivida com eles; me permite ver que, como diria Spinoza, o encontro fraterno de nossas almas gerou ganho potência, o que ele mesmo traduz como felicidade.
Aos meus antigos amigos dos enes lugares pelos quais passei, a cada um deles, eu sinto a falta de vocês. Obrigado por permitirem o nosso encontro. Com vocês eu ganhei potência, eu palpei a felicidade. Com vocês vivi momentos dos quais não queria que acabassem e compartilhei lugares dos quais não queria sair.
Lembranças são como passaportes que nos permitem viajar na máquina do tempo para reencontrar pessoas e reviver momentos. Na bagagem, levamos a mesma saudade.
No estado decadente que eu tô
A tristeza decora essa casa
Eu sei que ninguém morre de amor
Mas cachaça e saudade mata.
Sim, eu tenho medo quando você fica chateada.
Sim, eu tenho medo quando você não está ao meu lado.
Sim, eu tenho medo quando você vai embora.
Mas, felizmente me sinto seguro e confortável quando esta comigo.
O silêncio é uma visita que nunca vem sozinho. Chega sempre acompanhado de memórias e não raras vezes traz consigo a saudade.