Sair de Casa
Percebi que é no fim, que uma casa não se faz apenas por pedras, nem um castelo se constrói sozinho.
Hora de voltar pra casa e começar a lutar pelos meus novos sonhos, é hora também de construir uma nova historia e reconstruir aquelas que achamos necessário. Acredito muito que viver é largar tudo as vezes e seguir em frente, caminhando passos guiados pelo coração. E neste ano novo quero dar o melhor da minha vida e ser muito mais feliz.
[...] Eu te via do telhado de casa em cada estrela que havia no céu. Eu sabia que algum lugar você existia, só não pensava como nem quando viria. Só não imaginava que dentro dos seus olhos todo aquele céu de estrelas que um dia via, ali eu também veria.
Ricardo F.
O último brinde
Bebo à casa arruinada,
às dores de minha vida,
à solidão lado a lado
e à ti também eu bebo –
aos lábios que me mentiram,
ao frio mortal nos olhos,
ao mundo rude e brutal
e a Deus que não nos salvou.
Doce lar
Na casa da bruxa tem incenso
Tem ervas de montão
Mas também tem flores
Pra alegrar o coração
Na casa da bruxa tem livros
Tem cozinha sempre cheia
Também tem café quentinho
Pra espiar a lua cheia
Na casa da bruxa tem vassoura
Também tem cômodos limpos
Tem muitas gargalhadas
Se não gosta tapa os ouvidos
Na casa da bruxa tem reza
Também tem música boa
É uma casa agitada
A bruxa não fica atoa
Na casa da bruxa não tem malvadeza
Na casa da bruxa tem intuição
Não tem nada de morcegos
Muito menos narigão
E você que está lendo
Deve ser bruxa também
Eu já desconfiava...
Na sua casa qual tem?
Poema autoria #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos reservados: Criação 29/10/2022 às 19:00 hrs
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
Se já viveste numa casa com telhas de céu, paredes de vento, janelas de chuva, portas de solidão e cama de pedra, aprendeste o quão é fria a humanidade.
A minha casa é uma extensão daquilo que sou e da energia que eu reverbero.Eu amo a minha família e por isso cultivo aquilo que é bom.
Houve um tempo...
Houve um tempo em que esperava ansioso pelo término do trabalho. Em casa, nossa casa, compartilhavamos alimento, temas, brincadeiras, segredos, abraços e beijos sem fim com meus pequenos e minha cachorrinha.
Na verdade acho que isso se chamava felicidade.
O tempo é implacável...
Cresceram, tem seus amores, seus temores, seu futuro e, tudo isso numa velocidade absurda.
Gosto de pensar que ainda faço parte de suas vidas, mesmo sem temas, brincadeiras, segredos, abraços e beijos sem fim...
Houve um tempo...
Luís Fernando Porto 27825
Tem que aprender a conviver com as pessoas.
Eu quando saio de casa, Eu faço a política da boa vizinhança... Simplesmente, não olho na cara. Não dou bom dia, não dou nada, eu passo direto! A pessoa que sabe conviver, ela não convive!
Eu sinto uma profunda dor silenciosa...
Gosto do som da música, do percurso
da minha casa até o trabalho;
estou sempre ouvindo música.
Em casa e no trabalho, ouço o barulho
dos carros, dos comboios e de toda a gente.
Chego em casa, ligo a televisão e ouço o noticiário:
outra vítima do silêncio se atirou
nos ruidosos trilhos do trem.
No trabalho, ouço o rádio, que toca uma música ridícula, e
minh'alma sofrida dança desolada.
Gosto do som da chuva, lágrimas do céu;
até os homens choram, silenciosamente.
E o choro da terra é abafado
pelos nossos gritos ambiciosos;
ouço o barulho das fábricas, corro para o campo,
e a chuva, tempestuosamente,
em seu suave cair, encharca meu coração ressecado.
Gosto do canto dos pássaros;
da minha cama me levanto,
e nela me deito, ouvindo os tordos ao amanhecer
e os urutaus ao anoitecer que, calmamente,
levam distante meu espírito atormentado.
Gosto de deitar-me e dormir
com o barulho do ventilador;
porque gosto de barulho,
assim silencio os gritos sussurrados
em minha cabeça. E eu, que tenho sido tão quieto,
se os ouço e me falam, descanso resignado.
PRA HOJE:
Que Deus passe em cada cantinho da sua casa,
tocando o que precisa de cura,
acalmando o que carrega pressa,
iluminando o que andava apagado.
Que Ele encha os espaços com paz,
renove os afetos com amor
e cerque tudo com sua proteção silenciosa
— da porta pra dentro… e do coração pra fora.
— Edna de Andrade
@coisasqueeusei.edna
Vizinhanças
Na casa do perfeccionista João - de - barro o vizinho é o invejoso do Pica - pau e sua revolta é tão grande ao ponto dele descontar a sua irá diária macetando as árvores ao lado.
Os corvos não dividem sua soneca com as corujas e muito menos o seu espaço aéreo , pois a torre de controle não aceita ancestralmente tal interação.
No sol de girassóis as borboletas pousam em meio aos insetos e abelhas em abundância e nesta pequena sociedade existencial os Beija - flores coexistem sem maiores problemas com os cantarolantes Bem - ti- vis.
Tem dor que vira casa.
A gente decora o vazio,
rega silêncio, inventa flores na sombra.
Fica.
Por medo. Por costume. Por não saber partir.
Até que o corpo pesa, o peito chama,
e a alma, paciente, sopra:
abre a janela.
A cura não faz barulho.
Chega no banho demorado,
no café que abraça as mãos,
numa lágrima que lava o que ficou esquecido.
De repente, o que doía já não sangra.
É história — não ferida.
É marca — não prisão.
Quem te ama entende teu tempo.
O sol não some — ele espera.
E você também vai.
Ninguém mora pra sempre onde dói.
— Edna de Andrade
