Renovação
Faça chuva ou sol
Só não nos queime
Ou molhe demais
Como o café
Que, torrado ao ponto,
E a água que o renova em aroma e sabor.
Tempo de festa que nos convida a refletir as conquistas e desafios que passamos no ciclo que se encerra. Não prometa nada, mas faça a cada dia o mundo ser um lugar melhor porque você existe. #srtuono
Encontro de Alma e Graça
Na escuridão da solidão, o coração chorou,
A ansiedade como uma névoa densa,
Mas a graça de Cristo, como um sol, brilhou,
A alma encontrou paz, ganhou nova crença.
A ansiedade, como tempestade avassaladora,
Cedeu ao poder da fé e do amor divino,
Cristo, a esperança eterna e redentora,
Trouxe libertação, fez-se o caminho.
Das profundezas da solidão, surgiu um louvor,
A ansiedade, em Cristo, se dissolveu,
Na graça e no amor, a alma encontrou valor,
E em Cristo, a paz eterna, alegremente floresceu.
Redenção nas Palavras
Me perdoa, o meu eu de ontem já está morto,
Pelos erros cometidos, carrego um fardo,
Hoje, humildemente, estendo a mão,
Na poesia, encontro redenção.
No rio do tempo, o eu se molda a cada dia,
Ontem se desfez, como a luz que se esvai,
Hoje é a tela em branco, onde a vida se cria,
E no amanhã incerto, o amadurecer que aí vem sai.
As lágrimas de ontem, como chuva que cai,
Lavaram as feridas, para o eu se renovar,
As escolhas do agora, são a voz que nos guia,
No eterno ciclo de aprender, amar e recomeçar.
Assim, perdoamos o eu que já não persiste,
Abrimos as portas para o que há de vir,
Na dança do tempo, cada passo é um artista,
E o eu que se forma, é um poema a existir.
Sopro Divino - O Elixir da Vida
Sopro divino, ó vento que renova,
Com tuas asas leves que desfazem
As trevas, o mal, a dor que nos assola,
E trazes cura ao corpo e à alma jazem.
Que bela forma tens de purificar,
Refrescar, restaurar a harmonia,
Movendo as nuvens, o mar a alimentar,
Nutrindo o solo, a terra em sua poesia.
Tu és o vento que inspira e fortalece,
Trazendo vitalidade e a prosperidade.
Sustentando vida em tua grande prece.
E assim, com tua força e eternidade,
Conduzes-nos a Deus, à luz do céu,
Oh, vento divinal, sopro de amor, meu mel.
Novo Despertar
No emaranhado de versos, um lamento ecoa,
Das palavras cantadas, minha alma se entoa.
Identificação profunda, preso ao passado me vejo,
Ainda somos os mesmos, vivendo como nossos pais, ensejo.
Mas para quem não vê, o novo sempre se faz presente,
É nele que deposito minha fé fervente.
Anseio por mudança, por uma alma atualizada,
Uma nova era, uma versão renovada.
Para enxergar o novo, é preciso expandir,
Meus horizontes limitados, abrir,
Aceitar e permitir essa nova era que me aguarda,
E assim, embarcar na jornada, a vida me conduzirá
Ergo-me corajoso diante do que virá,
Reinvento-me, não mais me prendo ao que já foi,
A cada passo dado, a cada escolha que faço,
Me aproximo da essência, do meu verdadeiro traço.
Ah, o tempo é sábio, seu curso não se abranda,
Mas é na mudança que a vida se expanda.
Que eu possa, como um rio, fluir,
Descobrindo a cada dia a alegria de existir.
Então, que o novo me encontre de coração aberto,
Em cada desafio, crescimento certo.
Que a alma se renove, transforme-se em luz,
Na dança da vida, encontre o meu próprio compasso seduz.
A nova era, a nova alma, estão à minha espera,
Na aceitação e permissão, a chave se revela.
E assim, sigo adiante, com coragem e gratidão,
Desvendando os mistérios da minha evolução.
Que as palavras cantadas, eternas em melodia,
Inspirem minha jornada, minha poesia.
No eco do passado, encontro o novo a pulsar,
E minha alma, renovada, está pronta para amar.
"Em sua sábia reflexão, Santo Agostinho nos lembra que a verdadeira fé não exclui a razão, mas a eleva, permitindo que ambas caminhem de mãos dadas na busca pela compreensão profunda da existência."
"Santo Agostinho ensina que a fé ilumina a razão, concedendo-lhe a visão necessária para transcender os limites do entendimento humano, e assim, nos conduzindo a um conhecimento mais profundo e espiritual."
"A sabedoria de Santo Agostinho ecoa através dos séculos, lembrando-nos que a fé e a razão não são antagonistas, mas aliadas na jornada do entendimento, guiando-nos para além das fronteiras do visível em direção ao mistério que transcende nossa compreensão."
"Ó doce Cristo na terra, coluna firme, tu és a luz que nos guia para o porto seguro da eternidade. Ajuda-nos a permanecer firmes em tua verdade, mesmo diante das tempestades da vida."
INTRODUÇÃO AO MEU LIVRO: "A FÉ E A RAZÃO CAMINHAM JUNTAS, MAS A FÉ VAI MAIS LONGE".
A presente obra tem por objetivo principal demonstrar a superioridade da fé sobre a razão. O título, uma frase de Santo Agostinho, deixa isso bem claro: "A fé e a razão caminham juntas, mas a fé vai mais longe". O livro nasceu de um texto pequeno que escrevi a partir de um filme chamado O Jardim Secreto, lançado em 1993, como uma adaptação do livro homônimo da autora inglesa Frances Hodgson Burnett, publicado em versão completa, primeiramente, em 1911.
Assisti ao filme faz um bom tempo, ou seja, não é de hoje que eu vinha trabalhando no texto, fazendo-o crescer até virar livro. Admito que não foi nada premeditado, mas confesso que me incomodava ter este material, ao qual só eu tinha acesso, "engavetado".
No início, os acréscimos se deram num momento da minha vida em que eu buscava um amadurecimento espiritual. Mais do que isso, aliás: eu precisava mesmo me libertar de alguns cativeiros e me conhecer melhor. Descobri, então, um caminho maravilhoso, o qual passo a indicar: missas aos domingos, oração diária do Rosário, com cânticos gregorianos ao fundo e uso de incenso, jejum periódico, reuniões de oração e confissões semanais, leitura da Bíblia, canções e programas católicos. Sem contar as orações específicas de cura e libertação antes ou depois dos rosários.Destaco, também, o livro Moradas, de Santa Teresa D'Ávila, que, de certo modo, veio tirar dúvidas e confirmar certezas.
No processo, percebi que a alma precisava ser alimentada devidamente, com alimentos celestiais; o corpo, por outro lado, deveria submeter-se a ela, o que se dava com a prática dos jejuns, os quais eu prolongava gradativamente. Além disso, percebi, também, que não bastava alimentar a alma; eu precisava que o corpo desfalecesse para o pecado. Assim sendo, deixei de dar a ele os alimentos mundanos pelos quais havia um grande apetite.
Foi nesse período, portanto, que obtive uma libertação muito grande. Com a necessária ajuda de Deus, disciplinei o meu corpo e a minha mente, o que me proporcionou um autoconhecimento surpreendente. Nessas condições, inspirações germinavam na minha cabeça e eu as passava para o papel.
Como se vê, tal experiência — na verdade, a primeira de algumas outras semelhantes que eu viria a fazer depois —, rendeu e gerou este livro, que, espero, ajude você a libertar-se dos cativeiros que porventura o(a) prendam num estado tal que a vida parece não ter mais sentido. Com Deus, tem sentido, sim. Basta ter fé.
Nos meandros labirínticos da reflexão, onde a mente humana se aventura nas intricadas tramas da realidade, emerge uma indagação ainda mais profunda quando a fé em Jesus é entrelaçada nas especulações. Se ousarmos explorar não apenas o que é tangível aos sentidos, mas também aquilo que transcende os limites do visível, nos deparamos com uma compreensão que vai além dos meros sinais elétricos interpretados pelo cérebro.
Na tessitura dessa jornada, a visão não se reduz a uma simples captura de fótons; torna-se um convite a contemplar não apenas o mundo físico, mas também a buscar a luz que emana da fé, aquela que ilumina os corações com as verdades espirituais. A luz de Jesus, como um farol na escuridão, lança seus raios sobre o significado mais profundo da existência.
Os aromas, antes meros mensageiros sensoriais, adquirem uma nova dimensão quando permeados pela essência da fé. É como se, ao inalar fragrâncias terrenas, pudéssemos vislumbrar, por entre as moléculas perfumadas, o odor da graça divina que permeia nossa jornada espiritual.
Ao saborear as doçuras e as asperezas do mundo, o paladar transcende a mera degustação material. A fé em Jesus transforma o ato de comer e beber em uma comunhão simbólica, recordando-nos do pão da vida e da água viva que nutrem a alma.
No toque delicado das texturas, a fé nos ensina que a verdadeira substância da existência está além do tangível; está nas interações humanas, no acolher ao próximo como Jesus nos acolheu. O tato, então, torna-se a expressão de uma caridade que vai além das fronteiras da matéria.
No vasto salão da mente, onde a sinfonia dos impulsos elétricos dança em coordenação com a melodia da fé, desvendamos uma realidade que transcende as especulações científicas e filosóficas. Aqui, a fé em Jesus se torna a nota sublime que eleva a sinfonia da existência a patamares divinos, onde o que é "real" vai além dos limites do entendimento humano.
Diante do tumulto cultural que promove a superficialidade e a refutação de valores tradicionais, a literatura cristã se destaca como uma ferramenta valiosa para a formação integral da pessoa. Ao escolher a leitura de obras fundamentadas na doutrina católica, as pessoas encontram não apenas uma alternativa, mas um caminho enriquecedor para edificar a sua fé e solidificar os seus valores diante das influências contemporâneas.
A literatura cristã oferece uma visão sólida e coerente dos valores morais e éticos, contrastando com as ideologias mundanas que frequentemente desvalorizam princípios fundamentais. Enquanto muitas formas de entretenimentos modernos tendem a glorificar comportamentos questionáveis, a leitura de obras cristãs incentiva a busca pela virtude e pela santidade, guiando os leitores em direção a uma vida mais plena e significativa.
Ao contrário do entretenimento superficial e controverso presente em programas televisivos, filmes e músicas, a literatura cristã busca o aperfeiçoamento espiritual, levando os leitores a uma reflexão mais profunda sobre a própria existência e seu propósito na vida. Essas obras fornecem um contraponto valioso às mensagens vazias e muitas vezes prejudiciais presentes em diversos meios de comunicação.
Ao optar pela literatura cristã, os leitores se deparam com narrativas que promovem valores fundamentais, como o amor ao próximo, a compaixão, a justiça e a paz interior. Essas obras proporcionam uma visão edificante da vida, oferecendo inspiração para superar desafios e cultivar relacionamentos saudáveis. Ao mergulhar nessas páginas, é possível fortalecer a fé e encontrar respostas para as questões existenciais que permeiam o cotidiano.
A fé, segundo o Catecismo da Igreja Católica, é definida como "a adesão voluntária e segura à revelação de Deus" (Parágrafo 142). Em vez de ser um subterfúgio para a ignorância, a fé é apresentada como um ato consciente e comprometido, que vai além da mera aceitação passiva.
O Catecismo destaca que a fé não é oposta à razão, mas sim complementar a ela (Parágrafo 154). Ela envolve a mente, a vontade e o coração, convidando as pessoas a uma busca constante de compreensão e conhecimento, mesmo diante de mistérios que ultrapassam a capacidade plena da razão humana. A fé, portanto, não é um refúgio para a ignorância, mas um convite à busca do transcendente, uma busca que envolve tanto a mente quanto o coração.
Além disso, a fé cristã não é baseada em meras conjecturas ou crenças arbitrariamente escolhidas, mas sim em uma revelação divina. O Catecismo destaca que a fé tem como fonte primária a revelação de Deus em Jesus Cristo, transmitida por meio das Escrituras e da tradição da Igreja (Parágrafos 80, 81). A fé, assim, é uma resposta consciente e comprometida a essa revelação, uma resposta que implica um relacionamento pessoal com Deus.
Ao contrário da visão simplista que reduz a fé a uma espécie de escapismo para a ignorância, o Catecismo sublinha que a fé católica encoraja a busca do conhecimento, da verdade e da sabedoria (Parágrafo 158). Ela não nega a importância da razão, mas convida a uma razão iluminada pela fé, que busca compreender os mistérios da existência e encontrar um propósito mais profundo na vida.
Portanto, à luz do catecismo católico, reafirmo que a fé não é uma fuga para a ignorância, mas uma jornada de descoberta, uma resposta ativa à revelação divina e um convite à integração da razão e da espiritualidade. Essa perspectiva enriquece a compreensão da fé como algo que vai além de um simples subterfúgio, destacando seu papel na formação integral da pessoa e na busca constante pela verdade.
É crucial reconhecer que, de acordo com o catecismo católico, a fé é também compreendida como uma graça divina, um dom generoso concedido por Deus. O Parágrafo 153 destaca que "a fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infundida por Ele." Essa perspectiva ressalta que a capacidade de crer não é meramente uma conquista humana, mas um presente do amor divino, uma resposta à iniciativa de Deus que nos atrai para Si mesmo.
Os versículos bíblicos corroboram essa visão da fé como uma dádiva de Deus. Efésios 2:8 nos lembra: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus." Essa passagem enfatiza que a fé não é resultado de nossos próprios esforços, mas é concedida como parte do plano redentor de Deus para a humanidade.
Dessa forma, a compreensão da fé como graça divina destaca que a busca espiritual não é apenas um esforço humano, mas uma resposta à iniciativa divina. A fé, portanto, transcende a simples racionalidade ou conhecimento humano, elevando-se a um encontro pessoal com Deus. Ao reconhecer a fé como um dom gracioso, somos chamados a cultivá-la, nutrindo esse relacionamento íntimo com o Divino, confiantes de que Ele é o autor e consumador de nossa fé (Hebreus 12:2). Assim, a fé se revela não apenas como uma construção intelectual, mas como uma resposta amorosa à graça abundante de Deus.
Essa perspectiva da fé como um dom de Deus se alinha com as palavras de Jesus registradas em Mateus 11:25, onde Ele agradece ao Pai por revelar as verdades do Reino aos pequenos: "Naquele tempo, Jesus pronunciou estas palavras: ‘Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos.’" Esta passagem destaca que a fé não está necessariamente vinculada à erudição ou sabedoria humana, mas é acessível a todos que acolhem a simplicidade e a humildade do coração.
Paralelamente, o apóstolo Paulo, em sua carta aos Filipenses (3:8), oferece uma reflexão profunda sobre o valor da fé em Cristo. Ele declara: "E mais, considero tudo como perda, pela sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por ele, perdi tudo e considero tudo como esterco, a fim de ganhar Cristo." Essa afirmação ressalta que, diante do conhecimento da verdade pela fé em Cristo, todas as outras conquistas e saberes se tornam insignificantes. O apóstolo reconhece que a verdadeira riqueza está em conhecer a Cristo, e a fé é o meio pelo qual essa comunhão é estabelecida.
Assim, tanto as palavras de Jesus quanto a experiência de Paulo sublinham a humildade e a renúncia necessárias para abraçar a verdade revelada pela fé. Ao considerar tudo como esterco em comparação com a excelência do conhecimento de Cristo, Paulo demonstra que a fé não é apenas um conjunto de crenças, mas uma relação transformadora que redefine as prioridades e valores da vida.
Em última análise, a fé, como graça divina, nos conduz a uma compreensão mais profunda de nós mesmos, do mundo e de Deus. Ao aceitar esse dom, somos chamados a acolher as verdades reveladas aos pequenos, reconhecendo a simplicidade e a humildade como virtudes que abrem a porta para a verdadeira sabedoria. Assim, a fé não apenas ilumina nosso caminho espiritual, mas também nos orienta a repensar e reavaliar as prioridades em nossa busca por significado e plenitude.
No compasso delicado entre a fé e a razão, emerge a essência primordial de "A fé e a razão caminham juntas, mas a fé vai mais longe". Este exemplar singular transcende as fronteiras da convencionalidade literária ao mergulhar nas águas da escrita bruta, uma marca indelével que o destaca como uma obra ímpar. Em sua honestidade crua, o texto não apenas revela convicções, mas também serve como um testemunho vívido das experiências que moldaram o autor. Este ponto de partida literário, embora áspero, é enriquecido pela autenticidade que o permeia, constituindo-se não apenas como um livro, mas como um marco na trajetória pessoal do escritor. É uma jornada compartilhada, onde o leitor é convidado a percorrer os caminhos já trilhados pelo autor, rumo a uma compreensão mais profunda da fé e do seu amadurecimento espiritual. Assim, mergulhar nessas páginas é embarcar em uma oportunidade única de reflexão e descoberta, guiados pela sinceridade e pela convicção que transparecem em cada palavra.
Neste pôr do sol tão esplêndido,
Neste abraço tão distante,
quando se despede na
cor laranja da tardezinha,
busco o silêncio de minha alma,
adormeço na minha própria
companhia; navego nas cores
que alcanço e vejo no despertar
do novo dia a minha renovação.
"Foste Flor"
Foste flor. Mostraste as pétalas antes não desabrochadas. Transformaste as manhãs sem cheiro em perfumados amanheceres ajaezados. Amanheceres adornados pelo cheiro que tu exalavas, e embelezados pelo encanto que tu tinhas. Cada movimento teu era como o balançar sutil de uma pétala ao vento, e cada palavra que dizias florescia no ar, como se brotasse de um campo imenso de vida. Não havia jardim mais bonito do que aquele que os teus gestos criavam, porque em ti havia o poder de dar cor ao que antes era apenas paisagem apagada, de trazer à vida o que estava em estado de decesso.
Houve um tempo em que tu ainda te escondias, retraída, talvez com medo de revelar tua plenitude, mas aos poucos foste se permitindo abrir. Primeiro, o caule cresceu firme, e logo as folhas começaram a mostrar o verde que nunca se imaginava tão intenso. Mas as pétalas, ah, essas guardaste por mais tempo. Eram tuas, preciosas, e não se mostrariam para qualquer um. Até que chegou o momento, e no teu próprio tempo, uma a uma, elas foram surgindo. Delicadas, vibrantes, frágeis e ao mesmo tempo resistentes.
Recordo-me do instante em que percebi que já não havia volta. Não mais eras botão, mas uma flor em pleno vigor. E o mundo parecia mais bonito com tua presença, como se todo o resto ganhasse um significado mais profundo, mais verdadeiro. Caminhar ao teu lado, nesses dias, era como passear por um campo repleto de perfumes suaves e tons infinitos. Havia uma alegria que transcendia, que nos tocava de um modo único, mesmo nas coisas simples. O brilho do sol tinha outro tom, o vento soprava com uma leveza nova. O próprio tempo parecia moldar-se ao ritmo dos teus passos.
Quantas vezes desejei que aquele instante nunca acabasse, que aquele florescer fosse eterno. Como se o próprio universo, em sua imensidão, se dobrasse ao teu redor, reconhecendo em ti uma força que não era visível aos olhos desatentos. Não, tu não foste uma flor qualquer. Teu florescer foi um marco, um ponto de virada para todos os que tiveram a honra de te contemplar.
Havia algo em ti que não se podia descrever facilmente, como se cada gesto teu fosse impregnado de um significado que ultrapassava as palavras. Foste flor, mas não qualquer flor. Foste aquela que, em meio à secura, encontrou força para desabrochar. E não o fizeste apenas para ti mesma. Cada pétala tua era uma dádiva para os que te cercavam. Era como se, ao abrir-se, também revelasses o caminho para outros seguirem.
Eu, que te observava de perto, sabia que havia muito mais em ti do que a simples beleza. O perfume que exalavas era apenas um reflexo daquilo que carregavas dentro de ti: uma essência rara, quase intangível, mas que se manifestava em cada olhar, em cada gesto. E o mundo, por mais que tentasse, nunca poderia capturar completamente o que significava teu florescer.
Agora, ao rememorar esses dias, percebo que foste mais do que uma simples flor. Foste a estação inteira. A primavera em sua plenitude, e não apenas por causa das cores que trazias. Não, era a renovação que tu simbolizavas. A certeza de que, mesmo depois dos invernos mais rigorosos, há sempre algo novo pronto para surgir. E, de fato, surgiste. Com uma delicadeza que só quem conhece as durezas da vida pode ter. Foste forte na fragilidade, e tua beleza residia justamente nesse equilíbrio.
Sinto que, ao te recordar, revivo cada detalhe daquele tempo. Os dias corriam de um jeito diferente, como se, ao teu lado, o ponteiro do relógio tivesse outra função. E as horas, tão fugazes para tantos, pareciam se expandir, como se quisessem prolongar a experiência de estar contigo. Cada segundo era vivido com intensidade, mas pacientemente. Porque, no fundo, sabíamos que o tempo, contigo, não se media em minutos ou horas, mas em momentos. Momentos que, mesmo breves, carregavam uma eternidade dentro de si.
Hoje, quando penso em ti, é impossível não pensar no que teu florescer significou para mim. Não foste apenas uma presença que passou; foste a transformação. E agora, embora o tempo tenha avançado, o que deixaste continua aqui, como uma marca inextinguível. Teu perfume, embora sutil, ainda está no ar, lembrando-me de que há coisas que o tempo não consegue apagar.
E assim, foste flor. Uma flor que não apenas enfeitou os dias, mas os transformou. Foste luz, cor, perfume e, acima de tudo, foste o renascer de algo maior do que nós mesmos. E, por isso, permaneces viva, mesmo que os dias de florescer tenham ficado para trás. O que plantaste em mim e nos outros jamais será esquecido. Porque, ao desabrochar, ensinaste-nos o que é viver plenamente, e isso, por mais que o tempo avance, não se perde. Foste flor, e isso é tudo o que se precisa saber.
Você já teve aquela sensação de “era isso que eu precisava ouvir hoje”?
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