Renato Russo Poemas sobre a Vida
Está na hora de esvaziar a cuia.
Reeducar os sentidos.
Com os pés na Terra.
E cabeça no Criador.
Marcos fereS
Sigo os caminhos do vento,
nos seus cantos e encantos me envolvo
recolho as folhas do tempo,
em poemas as devolvo...
Poesia
Aaah poesia
ela é minha fuga
é eu grito
é minha amiga
meu riso
Me anestesia
nela devaneio sem medo
de heresia
de que me apontem o dedo
Aaah poesia
abro a gaiola e solto
esparramo sobre a mesa vazia
e me preencho de poesia
Poesia tem me dado vida
em tempos de pandemia
tem sido minha aliada
diante de tanta hipocrisia
Que nunca me falte a poesia...
Equilíbrio
Garota,
Você não tem que carregar todo o peso do mundo nas costas
Você já tem o próprio peso para carregar
Além disso,
Não é você que leva o mundo,
É o mundo que te leva
A algum lugar
O mundo está dividido em vários pesos
Cada um deve saber carregar e suportar o seu
É assim que o todo flui
Não existe uma pessoa capaz de carregar o mundo todo
Senão, não existiria esse grande universo,
Que nos torna pequenos
e muitos
Abrigando esse grande número de pessoas
É preciso saber balancear e dividir
Não carregue o peso do outro
Pois assim o seu próprio peso pode te esmagar
Pois quem irá carregar?
O peso que você carrega
É proporcional ao seu tamanho
Tamanho da sua alma
Tamanho da sua força
Por isso, não reclame,
Tudo foi feito sob medida
Para que toda a energia cósmica possa funcionar
E assim, percorrendo caminhos,
Atravessando desertos,
Navegando em rios e mares
Tropeçando, pulando e recolhendo pedras
Seguimos nossa estrada,
Aquela que escolhemos trilhar
A trilha da vida
Que o nosso instinto,
Que o nosso destino,
O nosso caráter ou a nossa essência
E os nossos antepassados
Estão a nos guiar.
Lá fora o vento bale
como ovelha perdida
de seu pastor.
A noite é densa,
mas sei que a luz virá —
e isto faz toda a diferença.
LA
Saudades
Dos amores que não tive
por preguiça de tê-los
hoje sinto saudades
de não poder sofrê-los.
Saudades masoquistas —
com ou sem analistas.
LA
Minha vizinha Eulália é tão bonita,
tão de todas as coisas deliciosa,
que o marido perdeu toda a esperança
de ser o artilheiro do seu time.
LA
Chegar
Chegar é só estar em outro porto —
pronto para partir... a jornada interior
é apenas estar de volta para Casa...
a que quando chegamos
ela volta a se tornar caminho —
sempre caminho de ser
onde Deus nos espera
dentro de nós.
LA
Era Chique, Era Bom...
Era chique, era bom sentir o frio
de outono-inverno em nossa carne moça.
Era assim como um rio, um grande rio
marulhando por nós em dom e força.
Nariz e pernas frias... doce cio
a coruscar nas vísceras... a nossa
pele arrepiada ao ressoprar macio
da noite toda olhos... noite moça...
Era chique, era bom, era divino:
eras minha menina, e eu teu menino —
a vida um sonho bem da cor da lava...
De sorte, nega, que eu já te esperava:
meu coração sentia quando vinhas —
tuas saudades a transar com as minhas.
LA
Mas Venha De Verão...
Quando você, do Carmo, se lembrar
que moro junto à flauta do Espraiado —
venha ouvir um pedaço musicado
de tarde com o vento a gorjear...
Mas venha de verão: a esvoaçar...
de salto e violão bem afinado —
à sombraluz de um sonho mosqueado,
com guizos nos artelhos a dançar...
Depois nos coçaremos ( sem sapatos ),
você me tira, amor, os carrapatos
e corta aquela unha do dedão...
E depois de depois, me fará rir
com cócegas por toda a região...
e me balança e cansa até eu dormir.
Não Raro Esqueço...
Não raro esqueço de saber as coisas
para aprendê-las do outro lado delas,
vê-las nos olhos dentro: vê-las na alma
ou vê-las além delas existirem:
um vê-las-pensamento-sentimento
ganhando forças de imaginação
pousando em outras muitas realidades,
táteis no olhar, se bem que imponderáveis...
Desmontar as palavras uma a uma
para achar no esquecido de saber
seus arcanos guardados nas entranhas
E fazer delas límpidas canções
que nos cantem num tom jamais sabido
novos timbres lembrados em ouvi-las.
LA
Condição Humana
A vida bem mais promete
do que cumpre.
Somos os seres da falta,
os que sempre por um triz
não são felizes...
Sim, os seres da promessa —
abraçados às tábuas da esperança,
aferrados ao invisível
da nossa fé,
agarrados — na fria correnteza —
a raízes e cipós
do nosso incerto amor...
enquanto a vida,
a vida toca violino
no convés bordado de estrelas
do nosso belo,
do nosso empoderado Titanic...
LA
Há tua jornada normal-social,
e tua jornada de herói —
tua aventura pelo divino
em busca de te conheceres
e te salvar de ti mesmo —
te salvares em Cristo,
por Cristo,
com Cristo.
LA
Descobri que os pinheiros são budistas —
não podem ver o vento
que já começam a entoar seus mantras...
LA
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