Relacionamento Confiança
Você merece ser feliz de novo. Sentir aquele frio na barriga, o coração disparar, desejar que o dia voe pra encontrar aquela pessoa. Foi difícil. Foi duro se reconstruir. Mas você merece viver o amor. Ninguém deve se privar de vivê-lo devido uma experiência ruim. Se renda...
As redes sociais saem do ar e o povo já fica desesperado: como é que vou flertar? E o date? E as nudes? E agoraaaa? Como viver? Vida real.
(Destruiu meu psicológico e agora pede pra voltar, porque não sabe viver sem mim?) Essa narrativa é comum na vida de quem vive e sofre em um relacionamento abusivo. Não é não, se a pessoa não aceita o término, isso pode ser abuso também.
Cuidado.
Será que dá pra se relacionar com alguém e se divertir muito, ser leve, engraçado, prazeroso, edificante, somar, trocar, crescer e viver momentos incríveis juntos? E tudo isso sem deixar de ser quem é? Oxê! Claro que dá! E não era pra ser assim mesmo?
Aí você chegou e já era.
Todos meus olhares são só pra você, meus assuntos, pensamentos, risos, carinhos... Você me desconcerta, não quero te deixar ir, poderia te ouvir falar por horas sem cansar. É hipnotizante.
É louco quando a pessoa te arranca a roupa com palavras.
Namorar a vida inteira, cada um na sua casa preservando sua individualidade, intimidade e independência é possível. Inclusive pode ser gostoso manter a chama acesa, a sedução, o desejo. Morar junto, casar no papel, monogamia, dividir o quarto e etc, não é regra, tudo é acordo.
Pessoas solteiras também podem ser realizadas, felizes, amadas e completas. Tem quem tenha um final feliz consigo mesmo. Afinal, o primeiro relacionamento que temos que fazer dar certo é aquele com a gente mesmo. Prioridade é provar do amor-próprio. O resto é opcional.
Que você encontre alguém que te faça se sentir especial. Que te peça pra ficar só mais um pouquinho ou pra não ir embora e passar o final de semana junto.
Um desejo de estar, ficar, amar, alguém que te ouça com brilho no olhar. Amor também é interesse e detalhes.
Pipoquinha, colchão no chão da sala, chocolate de panela, filminho e ficar o domingo todo na preguicinha agarrado em quem a gente ama. Custa pouco, muito? Depende. Depende de quanto você curte a pessoa. Na real quando a gente não gosta mais, nada encanta.
Não mendigue atenção de ninguém. Se te quisesse do lado, teria te tratado com prioridade. Você não tem que se esforçar pra brilhar e chamar atenção, quem te quer, te acha na multidão, os olhos brilham vendo você de moletom, pra se ver não precisa de tempo bom.
Se valorize, suma.
Olhe pra pessoa com quem você está e se pergunte: eu amo essa pessoa? Eu quero dividir minha vida com você? Partilhar meus sonhos, minha intimidade? Meu coração vibra ao teu lado? Tá fazendo sentindo? A gente tá sentindo alguma coisa? Não continue sem se questionar isso.
Celebre os fins também. O fim é importante, porque inaugura algo novo a seguir. Terminar um relacionamento angustia, remexe muita coisa, modifica os cenários, os planos, há um luto, há necessidade de se reinventar. Mas o fim não é algo ruim, dê mais espaço para o fim na sua vida.
Não precisa começar a trair, magoar, se ausentar e dar mancada. Não precisa ficar por ficar. O fim nem sempre é por falta de amor, às vezes nosso ciclo com aquela pessoa se encerrou.
Logo, ficar pode ser egoísmo, e partir pode ser a melhor demonstração de respeito.
É muita preocupação com rótulo.
Dizer que namora, ou que é casado, chamar o outro de meu, ostentar a aliança mais grossa ou o tempo junto que estão. Gente, relacionamento é prazer, troca, amizade, intimidade, é qualidade de tempo vivido junto. Ache alguém da hora e caia no mundo!
Até daria certo se na época não fossemos tão imaturos. Mas e se fosse hoje? Pois é, é exatamente esse "se fosse" que mata...
Repita comigo: não vou deixar minha carência emocional estragar tudo que conquistei comigo mesmo. Eu me basto, não porque não preciso de ninguém. Mas porque me amo antes de amar qualquer pessoa.