Reflexões sobre Música
Só preciso de um cigarro
Eu quero um trago, divorcio e caso até o amanhecer
Até o amanhecer
Tenho medo de me conhecer
Exagerado eu tenho pressa do urgente
Eu não aceito sua prisão, minha loucura me entende
Baby, nem todo poeta é sensível
Eu sou o maior inimigo do impossível
Minha paixão é cativeiro, eu me cativo
O mundo é lento ou eu que sou hiperativo?
Música e fala - insistia - deveriam andar unidas, eram no fundo, uma e a mesma coisa, a fala era música, a música um modo de falar.
Há alegria no jogo eternamente variado dos seus matizes, na música das suas vozes, na dança dos seus movimentos. A morte não pode ser verdade enquanto não desaparecer a alegria do coração do ser humano.
Quando toca uma música bonita, minha ironia assovia mais alto. Um assovio sem melodia. Um assovio mecânico mas cuidadoso, como tomar banho ou colocar meias. Outro dia tentei chorar. Outro dia tentei abraçar meu travesseiro. Não acontece nada. Eu não consigo sofrer porque sofrer seria menos do que isso que sinto.
Toda alma é música que se toca... descobri que posso fazer música com palavras. Assim, toco a minha música.
Muitas pessoas morrem com sua música ainda nelas. Muitas vezes é porque elas sempre estão preparadas para viver... Antes delas saberem disso... o tempo acaba.
A verdade é que nós amamos a música sobre todas as coisas e as prima-donas como a nós mesmos.
Nem todos sabem a beleza de saber lidar com a tristeza. Ela sabe. Ela ouve a música que seu coração pede e modela seu ritmo ao seu estado de espírito. Ela dança a coreografia de seus sentimentos, e todos podem ver.
É, eu escuto música no último volume. Porque eu gosto de sentir que há apenas eu e o som daquela melodia no mundo. No meu mundo.
E naquele momento eu pensei que poderíamos ser infinitos se fôssemos música. E isso explica tudo, mas ninguém entende. Você entende. Mas cadê você?
Quando é de verdade, pode se passar anos, mas você ainda vai ouvir uma música e lembrar do sorriso dele.
Me enfiei em casa e não saí. Um desgosto. Leio o tempo todo. Sento no jardim. Ouço música. Tento escrever, mas não sei se quero ou se preciso, e não consigo. Umas carências.
Quando estou perdendo o controle, a cidade gira
Você é a única que sabe, você diminui isso
Se alguma vez ouve alguma dúvida
Meu amor, ela decai sobre mim
(...)
É muito bom ter nascido assim,
sensível a tudo, sensível a dor, a musica,
a tudo que é capaz de me tocar, pois nunca
é simples.
É complexo, é horrível e é ótimo.
Eu penso e sinto meu corpo
estremecendo.
Me alimento dessa porra que não sei o que é, mas que me faz ser o que sou.