Reflexoes de Olga Benario

O que vulgarmente faz que um pensamento seja grande é dizer-se uma coisa que nos conduz a muitas outras.

A familiaridade tira o disfarce e descobre os defeitos.

Ninguém se conhece tão bem como aquele que mais desconfia de si próprio.

O erro máximo dos filósofos foi pretender sempre que os povos filosofassem.

Nunca melhora o seu estado quem muda só de lugar mas não de vida e hábitos.

A razão prevalece na velhice porque as paixões também envelhecem.

Nas mulheres, a resolução é difícil, a execução é fácil.

Desprezos há, e de pessoas tais, que honram muito os desprezados.

A pobreza não tem bagagem, por isso marcha livre e escuteira na viagem da vida humana.

Tudo o que não é paixão tem um fundo de aborrecimento.

As crenças religiosas fixam as opiniões dos homens, as teorias filosóficas perturbam-nas e confundem.

Quem está ausente, teme e tem todos os males.

Tememos a velhice, à qual não temos a certeza de poder chegar.

Os erros de uns são lições para outros; estes acertam porque aqueles erraram.

A maledicência pode muitas vezes corrigir-nos, a lisonja quase sempre nos corrompe.

Uma casa sem mulher não tem tormentos nem glória.

Nos nossos revezes, queremos antes passar por infelizes, do que por imprudentes, ou inábeis.

Os defeitos de quem amamos, devemos vê-los com os mesmos olhos com que vemos os nossos.

Não há pai nem mãe a quem os seus filhos pareçam feios; nos que o são do entendimento ocorre mais vezes esse engano.

A honestidade é uma cor delicada, que teme o ar.