Reflexoes de Olga Benario

A história é émula do tempo, repositório dos fatos, testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro.

Mãe

Mãe - que adormente este viver dorido,
E me vele esta noite de tal frio,
E com as mãos piedosas até o fio
Do meu pobre existir, meio partido...

Que me leve consigo, adormecido,
Ao passar pelo sítio mais sombrio...
Me banhe e lave a alma lá no rio
Da clara luz do seu olhar querido...

Eu dava o meu orgulho de homem - dava
Minha estéril ciência, sem receio,
E em débil criancinha me tornava,

Descuidada, feliz, dócil também,
Se eu pudesse dormir sobre o teu seio,
Se tu fosses, querida, a minha mãe!

Quanto maior é a sua sabedoria mais os homens se afastam da felicidade.

Sinto-me feliz por não ser homem, porque, se o fosse, teria de casar com uma mulher.

A fortuna não muda os homens; apenas os desmascara.

Os prazeres do pensamento são remédios contra as feridas do coração.

Mesmo à mulher mais faladora, o amor ensina a calar.

O talento é um título de responsabilidade.

Talvez o amor seja apenas o reconhecimento do prazer.

Saboreiem do amor tudo o que um homem sóbrio saboreia do vinho, mas não se embebedem.

Nunca um marido será vingado tão bem como pelo amante da sua mulher.

Onde quer que a virtude se encontre em grau eminente, é perseguida; poucos ou nenhum dos famosos varões do passado deixou de ser caluniado pela malícia.

A verdadeira inteligência consiste em dar valor à dos outros.

Amar é comprazer-se na perfeição.

Nós, para os outros, apenas criamos pontos de partida.

É por fraqueza que odiamos um inimigo e pensamos em nos vingar; é por preguiça que nos acalmamos, desistindo da vingança.

Para salvar o crédito é preciso ocultar a perda.

O matrimônio é como um processo judicial: um lado está sempre insatisfeito.

Até mesmo os homens honestos precisam de patifes à sua volta. Existem coisas que não se podem pedir às pessoas honestas para fazerem.

Muitas coisas, não vale a pena dizê-las. E muita gente não merece que lhes digam outras coisas. Isto faz muito silêncio.