Reflexoes de Olga Benario

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O símbolo dos ingratos não é a Serpente, é o Homem.

Todos os dias vão em direção à morte, o último chega a ela.

Esqueço sempre, mas o corpo lembra:
em breve
será dezembro.

O sentimento que o homem suporta com mais dificuldade é a piedade, principalmente quando a merece. O ódio é um tónico, faz viver, inspira vingança; mas a piedade mata, enfraquece ainda mais a nossa fraqueza.

As lágrimas dos velhos são tão terríveis como as das crianças são naturais.

Não invejemos os que sobem muito acima de nós: a sua queda será muito mais dolorosa do que a nossa.

Quem sabe se não teremos de ultrapassar muito a natureza para perceber o que ela nos quer dizer?

O sonho é o alívio das misérias dos que as têm acordados.

Nada parece verdadeiro que não possa parecer falso.

Um império fundado pelas armas tem de se manter pelas armas.

Os leões têm uma grande força, mas esta ser-lhes-ia inútil se a natureza lhes não tivesse dado olhos.

É uma infelicidade que existam tão poucos intervalos entre o tempo em que somos demasiado novos e o tempo em que somos demasiado velhos.

Mudai os tempos, os lugares, as opiniões e circunstâncias, e os grandes heróis se tornarão pequenos e insignificantes homens.

O ciúme nunca está isento de certa espécie de inveja, e frequentemente se confundem essas duas paixões.

Aquele que se envergonha ainda não é incorrigível.

A maioria dos homens é mais capaz de grandes ações do que de boas.

Aqueles que gastam mal o seu tempo são os primeiros a queixar-se da sua brevidade.

As Palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade
ANDRADE, E., Antologia Breve, 1972

Minha obra toda badala assim: Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil.

Mário de Andrade

Nota: Carta a Manuel Bandeira a 8 de novembro de 1924

Quando se destrói um velho preconceito, sente-se a necessidade duma nova virtude.