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O Rastro e a Travessia: A Filosofia em Duas Vozes de William Contraponto

Por Neno Marques


Há poetas que escrevem versos. William Contraponto escreve vetores. Seus poemas não se acumulam — se orientam. Essa direção se torna evidente quando aproximamos Ontologia do Legado e O Interlúdio das Verdades Porosas. Eles parecem, à primeira leitura, partilhar o mesmo território temático — o tempo, a passagem, a permanência — mas, na verdade, operam em planos distintos que se iluminam mutuamente.


O Interlúdio das Verdades Porosas pensa o movimento. É um poema sobre o sujeito em travessia, sobre o instante em que a consciência se reconhece no fluxo, lidando com limites, margens, incertezas. O ser aparece como processo, não como substância. É a filosofia existencial manifestada em poesia: o humano em ato, jamais fixo, sempre em trânsito.


Ontologia do Legado, por outro lado, desloca o olhar do caminhar para o rastro. Ele examina o que permanece depois da passagem, não como monumento, mas como metamorfose. O legado, aqui, não é uma herança estática: é aquilo que retorna transformado, moldado pelo tempo, reconfigurado pelas experiências que o tocam. É uma visão pós-estruturalista da permanência — o que se mantém é justamente o que muda.


Nessa complementaridade, William Contraponto faz filosofia. Ele não ergue sistemas; expõe tensões. Ele revela que entre o gesto e o eco existe uma zona onde a existência se dobra sobre si mesma. O Interlúdio das Verdades Porosas pensa a travessia; Ontologia do Legado pensa o vestígio. Juntos, formam uma unidade filosófica em que o ser se mostra duplamente: como movimento e como rastro.


E é nesse espaço — entre o que vive e o que permanece — que a poética de Contraponto assume sua natureza filosófica. Ele pensa o mundo enquanto o sente, e sente o mundo enquanto o problematiza. Sua poesia não explica: revela. Não conclui: desestabiliza. Ele devolve ao leitor o território original da filosofia — a inquietação.


Por Neno Marques

Existem muitos cativeiros nessa vida, entre eles, um dos piores, é o de mamom.

E num momento a alegria vai embora após um breve comentário de alguém.

Trabalhar é honroso, mas tem situações que sentimos que somos escravizados por vender o nosso tempo para desenvolver determinada atividade.
(isso não é sobre trabalho nem escravidão).

A necessidade de atenção é uma prisão invisível. Ela se veste de carinho, mas carrega correntes. É o abraço que aperta demais, o olhar que exige retorno, a presença que não aceita ausência.
Quem vive dela respira como quem pede ar emprestado, mas nunca aprende a respirar sozinho. É um fogo que consome o outro, um pedido constante que se transforma em cobrança, um amor que deixa de ser encontro para se tornar sufoco.
A atenção, quando exigida, perde sua beleza. Deixa de ser gesto espontâneo, se torna obrigação. E nada é mais pesado do que amar por dever, do que olhar por imposição, do que estar por medo de abandono.
A verdadeira liberdade nasce no silêncio, na confiança de que existimos mesmo sem testemunhas. O olhar do outro é presente, não necessidade. O afeto é ponte, não corrente. E só quando aprendemos a nos bastar, a atenção deixa de ser sufocadora e se transforma em encontro, leve, vivo, inteiro.

A inveja, a fofoca, a maledicência, enfim, toda MALDADE: "É como uma Procissão, sempre volta ao local de onde partiu".
Então fique atento, quando sua vida começar a ficar toda atrapalhada, sem sentido, faça uma retrospectiva das suas ações e suas falas, nas Redes Sociais, no Whatsapp, lá quando você fala do DIRECT!!!

“Há nos dias de chuva um convite à introspecção: memórias se intensificam e as fronteiras entre passado, presente e futuro tornam-se permeáveis, diluindo-as numa única torrente de emoções.” - Leonardo Azevedo.

“Toda evolução humana só foi possível devido aos problemas que surgiram e exigiram criatividade, expansão do conhecimento e atitudes efetivas para serem resolvidos. Cada prova que você supera com êxito é uma amostra concreta da sua evolução pessoal.”

O ciúme na amizade é uma chama silenciosa, diferente do ciúme amoroso, mas igualmente intensa. Ele nasce quando o coração teme perder espaço, quando a presença de outro amigo parece ameaçar o lugar que acreditávamos ser único. É como uma sombra que se insinua entre risadas e confidências, transformando a leveza da amizade em uma disputa invisível.
Na amizade, o ciúme é o desejo de exclusividade, a vontade de ser o porto seguro, o primeiro chamado, o abraço preferido. É a criança interior que ainda quer ser escolhida sempre, que teme ser deixada de lado. Mas, ao mesmo tempo, é um reflexo da insegurança: não é o amigo que nos falta, mas a confiança em nós mesmos que se fragiliza.
Esse ciúme pode corroer laços, transformar companheirismo em competição, e fazer da amizade uma prisão em vez de liberdade. Porém, quando reconhecido, ele se torna um espelho: mostra nossas carências, revela o quanto precisamos aprender a dividir, a aceitar que o amor e o afeto não se esgotam, mas se multiplicam.
Amadurecer na amizade é compreender que não há hierarquia no afeto, que cada vínculo é único e insubstituível. É confiar que a presença do outro não diminui a nossa, mas amplia o círculo de cuidado e pertencimento. O verdadeiro amigo não se mede pela exclusividade, mas pela constância: aquele que permanece, mesmo quando o mundo se abre em muitas direções.


Tatianne Ernesto S. Passaes

O ciúme é uma sombra que se arrasta silenciosa pelo coração, um visitante indesejado que se instala nos cantos mais frágeis da alma. Ele nasce do medo, do vazio que insiste em nos lembrar que não somos donos de nada, nem mesmo do amor que recebemos. É como uma tempestade que se forma no horizonte: primeiro uma nuvem discreta, depois trovões que ecoam dentro da mente, até que o céu inteiro se cobre de desconfiança.
No ciúme, o amor se transforma em posse, o cuidado em vigilância, o afeto em prisão. É o desejo de segurar o pássaro com força, sem perceber que, ao apertar demais, suas asas se quebram. O ciúme não protege, ele sufoca; não fortalece, ele corrói. É o reflexo da insegurança, o espelho que mostra não o outro, mas a nossa própria fragilidade.
E, no entanto, há algo de humano nesse sentimento: ele revela o quanto desejamos ser únicos, o quanto tememos ser esquecidos. O ciúme é a confissão silenciosa de que precisamos do olhar do outro para nos sentir inteiros. Mas amadurecer é compreender que o amor não se sustenta em correntes, e sim em liberdade. É confiar que quem está ao nosso lado permanece não por obrigação, mas por escolha.
Superar o ciúme é aprender a soltar, é aceitar que o amor é rio e não lago, que precisa correr, fluir, encontrar caminhos. É reconhecer que a verdadeira força não está em vigiar, mas em confiar; não em prender, mas em permitir que o outro seja livre. Porque só na liberdade o amor se revela inteiro, e só na confiança o coração encontra paz.


Tatianne Ernesto S. Passaes

O adulto que não aprendeu a ser inteiro carrega dentro de si uma criança órfã, que grita por atenção, que se recusa a dividir o brinquedo da vida, que congela o gesto de dar como se o mundo fosse apenas seu reflexo.

Bilhetes


Beleza da intensidade
Levo cada palavra
Horizonte fascinante
Envolvido das tendências
Da entrega singular
Nos bilhetes escritos.

Sinto que o ano terminou e eu não fiz o suficiente. Comparo, duvido, diminuo o que conquistei. Depois percebo que muitas coisas que antes pareciam impossíveis hoje são normais para mim. A minha régua sobe, a sensação de insuficiência volta e eu entro naquele ciclo de adaptação hedônica: conquisto, acostumo e quero mais.
No fundo, entendo que, se eu não reconhecer valor no que já existe na minha vida agora, acumular mais não vai preencher nada. A felicidade não vem só da vontade, mas da forma como eu escolho enxergar o que já construí.

Mateus 12:34


34Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas? Pois a boca fala do que está cheio o coração.

"Entre o 9 e o 6, como verdades que tudo é relativo; apenas faça isso: Pegue uma bússola, escreva da forma como escreveu, seja o 9 ou um 6 numa folha de papel, e verá um norte adiante desse número; não a rotação de uma folha de papel. Porque, o que é escrito do começo, é o que foi escrito pela pessoa; e não pelo ponto de vista de outra. Não existe a anulação de verdades absolutas, quanto a essa única premissa de Sócrates pela qual lembro e discordo. É o mesmo que você trabalhar de uma forma que sabe, e outro dizer: 'Não, está errado! Não é isso." Na verdade, se fizer os cálculos de 9+3= 12, e inverter só para dizer que é um "6" a folha de papel, já estraga toda uma equação que estava planejando. Resumindo, isto é um paradoxo que criei."

... a quem
desconheça o valor
do afeto, que ao menos se aplique à respeitabilidade entre afins - do contrário,
pouco ou nada terá a oferecer
a si, aos outros e tampouco
à vida!

O tempo é sábio, e ensina que crescer não é somar anos, é aprender a suportar o silêncio, a ouvir o que fere, a aceitar que o sol nasce para todos.

Só quem abandona o trono de areia descobre que a verdadeira grandeza não está em ser servido, mas em servir, não está em negar o outro, mas em se tornar ponte, rio, abraço.


Tatianne Ernesto S. Passaes

Reflexão sobre a Imaturidade


A imaturidade é um espelho turvo, onde o ego se contempla e se engrandece, mas não enxerga além da própria sombra.
É o grito infantil travestido de adulto, a paciência que nunca floresceu, a empatia que se dissolve como sal na água, o altruísmo congelado em um inverno sem fim.
Ser “mimado” não é apenas receber demais, é não aprender a dar, é não compreender que o mundo pulsa em outros corações, que a vida não se curva ao desejo de um só.
A falta de estrutura, a ausência de mãos que guiem, de vozes que instruam, gera um ser que caminha com pés frágeis, incapaz de sustentar o peso das próprias escolhas.
E assim, nega o outro, nega a realidade, nega a dor que não é sua, como se o universo fosse apenas um brinquedo particular.
Mas a verdade é dura: crescer não é apenas envelhecer, é aprender a suportar o silêncio, a ouvir o que não se quer, a aceitar que o mundo não gira em torno de nós.
A maturidade é o ato de abrir os olhos, de reconhecer que o ego é pequeno, que a vida é vasta, e que só quem se desfaz das correntes da infantilidade pode, enfim, tocar a liberdade de ser humano inteiro.


Tatianne Ernesto S. Passaes

Muitas das vezes tive bons acertos no futsal, mas alguns erros cruciais, jamais considerei como falhas. Mesmo assim, fiz o mesmo movimento que havia errado chutando de longe, a bola veio no ar, pegou exatamente próximo da trave raspando por ela. Parecendo um completo cálculo, na verdade foi a decisão, junto com a prática, a experiência e a capacidade de finalizar, jamais querendo chutar no goleiro, senão um chute direto pro gol colocado, ou que disparasse rápido um tanto próximo, mas só para tentar finalizar. Às vezes, são nossas motivações e o desapego de estímulos externos, que nos levam ao ambiente do jogo e do espaço de quarto linhas e dois gols de cada lado. Às únicas falhas, foram exatamente não ter feito aquilo que sabia que devia fazer, por acomodar-me com 1 a 0, e esperar o empate para lutar, e rísivelmente 2 gol levando. Ou você decide qual é sua estratégia e evita levar mais um gol na vantagem, ou espere que outros façam e permaneçam atacando, até conseguir se recompor. Mas, jamais despreze o time que você tá, senão quem perde é você. Ou você evolui, ou jamais terá um futebol digno. Dito isso, aprenda com suas falhas, tenha em mente suas habilidades e as que está conseguindo desenvolver, e não se lamente por suas limitações, mas pense em superar-las. Tendo está mentalidade, talvez consiga está na sua melhor forma psicológica, e um bom condicionamento físico e força ajuda ainda mais; sem consumir nada que estrague sua saúde.

A dor é o fio invisível que costura a condição humana. Não escolhemos senti-la, mas ela nos escolhe, como se fosse uma visita inevitável que atravessa o corpo e se instala na alma. É mais do que um sinal de nervos e tecidos — é a lembrança de que somos frágeis, mortais, expostos ao mundo.

... se os primatas, ainda que por
um breve momento, vivenciassem
o tédio, decerto saberiam o que é ser
um homem - aquilo que por vezes o limita - entenderiam que o tédio, bem mais do que
um sensação de cansaço, significa
umainda rasa percepção
do próprio valor!

A dor é ferida, mas também é portal. É silêncio, mas também é grito. É sombra, mas pode ser aurora. E talvez seja justamente por isso que ela nos humaniza: porque nos lembra que viver é atravessar, e que cada cicatriz é também uma inscrição de resistência, uma marca de que seguimos, apesar de tudo.


Tatianne Ernesto S. Passaes

A dor não é um sinal de fraqueza, é a prova viva de que o nosso sentir é imenso demais para ser contido, e que o coração, apesar de tudo, ainda está vivo.

A dor é o peso que nos curva, mas também a pedra que afia nossa resistência.


Tatianne Ernesto S. Passaes