Pensamentos Mais Recentes

Envelhecer
Me chamarem de velho não me ofende; pelo contrário, me dá um certo orgulho. Afinal, sobrevivi a tantas tempestades, atravessei desertos e venci batalhas. Cheguei até aqui, vivo e lúcido, para discernir que envelhecer é uma verdadeira conquista. 

Cada ruga, uma história; cada fio de cabelo branco, uma lição. 
O tempo é um escultor invisível, que molda nossa essência com esmero e paciência. 
Envelhecer é como carregar um baú de preciosidades: memórias, aprendizados e afetos que formam a riqueza de uma vida bem vivida.

Ser chamado de velho é, na verdade, ser reconhecido como um sobrevivente, um guerreiro que navegou pelos mares tempestuosos da existência e chegou ao porto com um sorriso no rosto e um coração cheio de sabedoria. 
Que venham os anos, trazendo mais aventuras e experiências, pois envelhecer é, acima de tudo, viver intensamente.

Roberval Pedro Culpi

Inserida por RCULPI

PEDAÇOS
 
Espelhos mágicos de manhã me espreitam,
Estranhos lá dentro me evitam.
Quem é esse? Serei eu?
E o reflexo mergulha no breu.
 
Há um eu que se esconde, risonho,
Falante, faceiro, alegre sonho.
Entre goles e risos, no bar,
Aparece, dança, e logo se vê a desandar.
 
Sou mil eus, fragmentos dispersos,
Em cada canto, em cada verso.
Talvez um dia, num encontro louco,
Todos se juntem, em harmonia e socorro.
 
Mas hoje, sou multidão e eco,
Ressaca de eus, a seco,
A vida segue, quebra-cabeças sem fim,
Cada pedaço, uma parte de mim.
 
RPC 24/10/2024

Roberval Pedro Culpi

REENCONTRAR

Versos soltos pelo vento, 
Vago no mar do tempo,
Sou sombra do que já fui,
Em caminhos que desencontro.

Essência evaporada, perdida,
Num caleidoscópio de sonhos,
Colorido que se esvai,
Preciso me reencontrar.

Pintar de novo as manhãs,
Com cores de esperança,
Coração que pulsa vida,
Em harmonia e dança.

Sigo nessa estrada incerta,
Procuro em mim o brilho,
Faço da jornada a meta,
Renascer é meu trilho. 

E em cada passo, revivo,
Nas notas de uma canção,
Buscando o que é perdido,
Em eco e ressurreição.

Roberval Pedro Culpi

Inserida por RCULPI

"Um ano tem 365 dias...se for bissexto 366.
Mas uma coisa garanto: 😍
Nenhum dos dias o pôr do sol é igual a qualquer outro." ( Levy Cosmo Silva

Inserida por levy_cosmo

Delicadamente ofensivo

- Você é um eterno aprendiz, todo dia precisa aprender a mesma coisa.
- ⁠O silêncio é a sua melhor qualidade.
- ⁠Gosto do seu raciocínio, mostra que vc tem os 2 pés no chão e as mãos também.
- ⁠Em algum lugar do mundo existe uma árvore que recicla o ar que você respira; encontre-a e peça desculpas.

Roberval Pedro Culpi

Inserida por RCULPI

O tempo e a dor

Dizem que o tempo cura,
Mas não é bem assim que acontece 
A dor verdadeira perdura,
E como um jardim ela floresce.

É um desafio constante,
Mas não traz alívio pleno,
Se o tempo fosse um calmante,
Não haveria dor nem veneno.

A passagem do tempo nos prova,
Mas não apaga o sofrimento,
Se fosse o tempo uma droga nova,
Não existiria lamento.

Roberval Pedro Culpi

Inserida por RCULPI

Argumentação Complementar ao Pensamento de Virgínia Woolf

A lucidez sobre a fragilidade da existência, como descrita por Woolf, pode ser interpretada não apenas como fonte de tristeza, mas também como um convite a uma libertação paradoxal. Ao reconhecer que a vida não se sustenta em grandiosidades épicas ou em felicidade perene, descobrimos que sua beleza reside justamente na efemeridade e na imperfeição. A consciência da finitude não precisa ser apenas um peso, mas pode ser o que nos ensina a valorizar os "pequenos momentos insignificantes" como únicos e insubstituíveis.  

Se o amor não é um conto de fadas, sua fragilidade o torna mais precioso — não porque dura para sempre, mas porque, justamente por ser passageiro, exige presença e cuidado. Se a felicidade é fugaz, sua raridade a torna mais intensa quando surge, como um raio de luz em meio à escuridão. A solidão do entendimento, por sua vez, pode ser o preço da autenticidade: ao nos afastarmos das ilusões coletivas, ganhamos a chance de viver com maior profundidade, mesmo que isso nos separe superficialmente dos outros.  

Nesse sentido, a tristeza de saber demais não é o fim da experiência, mas seu verdadeiro começo. Ela nos tira do automatismo e nos coloca diante da vida como ela é — frágil, transitória e, por isso mesmo, digna de ser vivida com atenção e coragem. A melancolia de Woolf não é um beco sem saída, mas um portal para uma existência mais consciente, onde cada instante, por mais breve que seja, ganha significado precisely porque não durará. A verdade pode doer, mas também nos liberta para encontrar beleza no efêmero e significado no que, de outra forma, pareceria insignificante.

Roberval Pedro Culpi

Inserida por RCULPI

ENFIM 40 


Sabe como eu me sinto?! Que "a vida começa aos 40". 


Pra falar falar a verdade me sinto mais forte, leve e seguro do que quando eu tinha 20 ou 30. Só tenho que agradecer a Deus por ter chegado até aqui. " Até aqui nos ajudou o Senhor". 


Parece algo tão distante, mas, acredite, é um "piscar de olhos". 


Parece até que foi ontem que eu era ainda menino. 


A vida não é linear como pensamos. Na verdade,  são composições de fases, transições que nos vão levando a um destino... Ciclos com inícios e términos baseados em escolhas,  onde cada escolha, por mais simples que seja, tem peso decisivo no resultado de sua vivência. 


Se me arrependo de escolhas que fiz??! Sim, muitas! Às vezes até me lamento por isso... Se no passado eu tivesse a experiência que tenho hoje não teria errado tanto, teria feito tudo diferente ( assim dizemos nós. 


Mas se não fossem os  aprendizados que tivemos durante a vida, por mais dolorosas que tenham sido, teríamos a experiência e clareza que temos hoje?
 Nos perdoem crianças por sermos cuidadosos, às vezes até exageradamente. Vocês não gostam quando "pegamos nos pés de vocês " mas é que não queremos que sofram como nós sofremos, nem passem o que nós passamos.


Hoje eu olho para uma criança,  adolescente , um jovem e me vejo. Hormônios "a  flor da pele", achando que sabem tudo, que viver o hoje é o bastante... mas o tempo passa e, acredite, é um "piscar de olhos" e chegará o tempo que você vai olhar para trás e vai dizer :


" Parece que foi ontem em que eu era apenas um menino. "

Inserida por levy_cosmo

O Trabalho: Castigo, Dever ou Libertação?

Desde os primórdios, o trabalho carrega uma dualidade: ao mesmo tempo que é visto como necessidade e fonte de dignidade, também aparece como fardo e punição. Essa contradição atravessa séculos, moldando nossa relação com o labor até os dias atuais.  
O Trabalho como Maldição: A Herança Religiosa
Na tradição judaico-cristã, o trabalho surge como castigo divino. Após a expulsão do Éden, Deus diz a Adão:  

> *"Com o suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste tomado."* (Gênesis 3:19)  

Nessa visão, o trabalho é uma penitência pelo pecado original, algo a ser suportado, não celebrado. Essa ideia ecoou por séculos, associando o labor ao sofrimento e à submissão.  
Da Servidão à Virtude: O Trabalho na Modernidade
Com o capitalismo emergente e a Reforma Protestante, o trabalho ganhou novo significado. Para pensadores como Martinho Lutero e João Calvino, o labor tornou-se um dever moral, uma forma de servir a Deus. Já no século XVIII, o filósofo Adam Smith via o trabalho como fonte de riqueza das nações, enquanto Karl Marx o entendia como alienação sob o sistema capitalista, onde o trabalhador vende sua força de produção em troca de sobrevivência.  
O Trabalho Hoje: Entre a Exploração e a Realização
Hoje, o trabalho é glorificado como sinônimo de identidade (o que você faz da vida?*"), mas também é precarizado como nunca. Vivemos em um mundo onde:  
- O "sonho" do emprego estável se esvai com contratos temporários e gig economy (Uber, iFood, etc.);  
- A produtividade tóxica nos faz acreditar que quem não se mata de trabalhar é "fracassado";  
- A espiritualidade capitalista transformou o trabalho em missão (ame o que você faz) enquanto salários não acompanham o custo de vida.  

Será que romantizamos o trabalho a ponto de justificar exploração? Por que, mesmo com avanços tecnológicos, trabalhamos mais do que nunca?  

É Possível Resignificar o Trabalho?
Se antes ele era visto como maldição, depois como virtude**, e hoje como obrigação neoliberal, talvez seja hora de repensar:  
- E se o trabalho não fosse apenas um meio de subsistência, mas parte de uma vida com sentido?  
- E se a automação e a redução da jornada nos libertassem para viver, e não só para produzir?  
- Por que ainda aceitamos que milhões labutem em condições análogas à escravidão, enquanto poucos acumulam riquezas absurdas?  

O trabalho não precisa ser um fardo eterno – mas, para isso, precisamos questionar quem se beneficia do modo como ele está organizado.  

No fim, a pergunta que fica é:
Trabalhamos para viver ou vivemos para trabalhar?*  

Roberval Pedro Culpi
🔥

Inserida por RCULPI

Extinção 

No princípio, era só um risco dourado,  
um fio de luz tecido na noite.  
Celebramos com copos cheios,  
como se o tempo fosse nosso.  

A festa não tinha relógio nem espelho,  
e aquele brilho, suave no início,  
cresceu até ofuscar o sol —  
mas quem notaria, entre risos e canções?  

Até que a manhã veio sem aurora,  
o ar pesado de silêncio e pó.  
O horizonte tremeu, devagar,  
e então soubemos: era o adeus.  

A terra gemeu longe, muito longe,  
mas o vento trouxe o fim em segredo.  
E nós, criaturas de outro tempo,  
ficamos só — cinza e ossos —  
enquanto o mundo seguia, indiferente.  

E assim, sob outros céus,  
outras criaturas, 
tão sábias quanto nós,  
continuam a festa,  
sem ver o fogo que se aproxima.

Roberval Pedro Culpi

Inserida por RCULPI

Pense nos outros

Amanhã, quando você acordar,  
pense nos outros —  
naqueles que nem dormiram,  
e nos que não acordarão.  

Quando abrir a torneira,  
e a água cair como um milagre,  
lembre-se dos rios secos,  
das mãos vazias,  
dos lábios rachados  
à espera de uma gota.  

Quando vestir suas roupas,  
pense nos corpos invisíveis,  
nos que se cobrem com o vento,  
nos que carregam o frio  
como uma segunda pele.  

Quando mastigar o pão,  
imagine os pratos vazios,  
os estômagos que aprendem  
a digerir o nada.  

E se, ao sair de casa,  
o sol lhe beijar a testa,  
lembre-se dos que caminham  
sob o mesmo céu,  
mas não enxergam luz —  
apenas a sombra  
de um dia igual a todos.  

Amanhã, quando você respirar,  
pense nos pulmões que esqueceram o ar,  
nos peitos que já não se levantam,  
na vida que escorre  
entre os dedos da noite.  

E então, talvez,  
o surreal seja isto:  
o mundo que cabe  
numa xícara de café,  
enquanto do lado de fora  
o infinito  
espera  
por um olhar.

Roberval Pedro Culpi

Inserida por RCULPI

Um dos maiores erros da História é expor o"Apartaide", o Holocausto e a Escravidão como se fossem coisas do passado, com datas de início e fim. Na verdade, elas estão ainda bem presentes: a diferença é que hoje eles mudaram para uma abrangência bem maior, o cunho social.

Inserida por levy_cosmo

**Saudades do Futuro**  

Planejei tantas manhãs  
— cada gesto, cada riso —,  
o jeito que te olharia,  
o adeus que seria um início.  

Desenhei estradas,  
hotéis baratos,  
noites sem destino,  
e um café frio entre teus dedos.  

Mas o trem não passou,  
ou passou e eu dormia.  
O mapa ficou velho,  
a mala empoeirou.  

Agora chovo em dias certos,  
guardo horários de partidas,  
e sinto, estranha saudade  
do que nem chegou a ser vida.  

Talvez num outro tempo,  
numa esquina não prevista,  
eu quem sabe encontre  
o futuro que ainda exista.

Roberval Pedro Culpi

Inserida por RCULPI

"Se for pra guerrear enviarão forças até aos confias da Terra,


Mas se tratando de salvar o abismo sempre será enorme."


@ levycosmosilvaa

Inserida por levy_cosmo

Etarismo e Conflito Geracional no Mundo da Publicidade e do Marketing

O mercado de publicidade e marketing é um ecossistema em constante transformação, impulsionado por mudanças tecnológicas, comportamentais e, sobretudo, pelas pessoas que o compõem. No entanto, por trás da aparente dinâmica inovadora, esconde-se um desafio silencioso e persistente: o etarismo, ou a discriminação baseada na idade, e os conflitos geracionais que fragmentam equipes e limitam o potencial criativo da indústria.  

É curioso observar como a publicidade, que se dedica a entender e dialogar com diferentes públicos, muitas vezes falha em aplicar essa mesma diversidade em sua própria estrutura. De um lado, profissionais com décadas de experiência são marginalizados sob o argumento de estarem "desconectados" das novas tendências, como se o conhecimento acumulado perdesse valor em um mundo dominado por algoritmos. São comuns casos de experts em branding, planejamento estratégico e mídia tradicional que, ao ultrapassar os 50 anos, enfrentam dificuldades para se recolocar no mercado, mesmo com currículos repletos de cases de sucesso. A mensagem subliminar é clara: em uma indústria obcecada pelo novo, envelhecer tornou-se um pecado capital.  

Por outro lado, os profissionais mais jovens — millennials e geração Z — também enfrentam seus próprios estigmas. Muitas vezes tidos como "inexperientes" ou "superficiais", precisam provar constantemente sua capacidade, mesmo trazendo habilidades essenciais para o presente e o futuro, como domínio de redes sociais, criação de conteúdo e adaptação a plataformas emergentes. Há uma ironia cruel nisso: as mesmas empresas que buscam desesperadamente inovar resistem a ouvir quem está imerso na cultura digital, apenas porque esses profissionais ainda não acumularam décadas de carreira.  

O conflito geracional, quando mal administrado, cria um abismo improdutivo. Lideranças mais tradicionais, formadas em um mundo analógico, podem encarar com ceticismo ferramentas como TikTok, inteligência artificial ou metaverso, vendo-as como modas passageiras. Já os mais jovens, por vezes, subestimam a profundidade do pensamento estratégico clássico, essencial para construir marcas duradouras. Essa desconexão gera campanhas que ou são conservadoras demais para engajar, ou efêmeras demais para deixar legado.  

Mas e se, em vez de um problema, enxergássemos essa diversidade etária como uma vantagem competitiva? A publicidade sempre foi sobre contar histórias que ressoam com pessoas reais — e o público, obviamente, não é homogêneo. Um profissional de 60 anos pode não ser o maior expert em Reels do Instagram, mas entende como ninguém a jornada emocional de um consumidor da sua geração, que detém grande poder aquisitivo. Da mesma forma, um diretor de arte de 25 anos pode não ter vivência em campanhas de TV, mas traz o olhar nativo sobre o que viraliza entre os mais jovens. A verdadeira inovação surge quando essas perspectivas se complementam, não quando competem.  

Algumas empresas já perceberam isso e estão adotando modelos de mentoria reversa, onde estagiários ensinam CEOs sobre tendências digitais, enquanto veteranos compartilham conhecimentos intangíveis que só a experiência proporciona. Outras estão revendo processos seletivos para evitar vieses etários e investindo em treinamentos cruzados, onde gerações aprendem umas com as outras. Campanhas publicitárias, por sua vez, começam a abandonar estereótipos ultrapassados (como idosos frágeis ou jovens alienados) e abraçar representações mais fiéis da sociedade.  

No fundo, o combate ao etarismo não é apenas uma questão de justiça social — é uma necessidade estratégica. Em um mundo onde consumidores de 18 a 80 anos coexistem nas mesmas plataformas, equipes diversas em idade, background e pensamento são mais capazes de criar conexões genuínas. A publicidade que aspira a ser verdadeiramente criativa não pode se dar ao luxo de desperdiçar talentos por preconceito contra números em um documento de identidade. Afinal, envelhecer é inevitável; ficar obsoleto, opcional.

Roberval Pedro Culpi

Inserida por RCULPI

Silêncio Alheio
Há vozes que se perdem no vazio,  
ecoam em segredo,  
são gritos que o tempo não apaga.  

Os olhos, se pudessem falar,  
contariam sombras,  
pedaços de um mapa desfeito.  

A aspereza nas palavras  
é só o espinho de uma flor murcha,  
o que resta quando a noite é longa demais.  

Vemos o movimento,  
mas não os degraus quebrados,  
nem o lodo que pesa nos passos alheios.  

Não se trata de absolver a dor,  
mas de lembrar que cada um traz  
um abismo diferente no peito.  

Feridas que não se mostram,  
batalhas sem troféus,  
lágrimas que secaram antes de cair.  

É simples apontar o dedo,  
difícil é segurar a mão que treme  
e ouvir o que nunca foi dito.  

Porque toda alma carrega  
um livro fechado,  
e algumas histórias  
queimam sem deixar cinzas.

Roberval Pedro Culpi

Inserida por RCULPI

Você sabe diferenciar...
"Ser independente" e "ser egocêntrico"?
"Autoestima" de " narcisismo"?
"Firmeza" de "arrogância"?
"Saber andar com as próprias pernas" e "ser individualista"?


Tenho certeza que a grande maioria das pessoas não sabem..


Levy Cosmo Silva

Inserida por levy_cosmo

"O que se deve dar a um homem 
que pensa que tem tudo?
-Uma mulher para ensiná-lo como funciona!"
Haredita Angel
04.08.13

Inserida por HareditaAngel

Levidade do Pensar

Nem todo pensamento  
Merece ser verdade,  
Alguns são só vento—  
Passam com levidade.  

Deixa-os voar,  
Sem criar tormento,  
Rir é livrar  
A alma do lamento.  

A mente viaja,  
O coração sabe:  
Nem tudo que reluz  
Urge de brevidade.

Ser como a folha  
Que dança no ar,  
Pensar sem peso  
É saber voar.

Roberval Pedro Culpi

"Se eu disser que o preconceito já matou tanto quanto qualquer vírus...ninguém vai acreditar..."

Inserida por levy_cosmo

Muitos seguem adiante por orgulho ou dedicação, até que o valor da vitória seja provado na certeza de vencer o obstáculo.

Aurora do Inverno

Em cada inverno, frio e fundo,  
Há um broto em verde canto.  
Sob o gelo, quieto o mundo,  
Pulsa um coração de encanto.  

Por trás do véu da noite escura,  
Risos de luz se desvelam.  
A aurora, doce e pura,  
Com seus raios nos revelam.  

Não há dor que não se acabe,  
Nem noite que não termine.  
A esperança é como um cravo  
Fura o asfalto e nos redime.

Por mais densa que seja a sombra,  
O sol nascente a desfaz.  
A vida é sempre uma onda  
Que retorna, leva e traz.
RPC 12/06/2025

Roberval Pedro Culpi

Inserida por RCULPI

Entre o medo e o tempo

Se temo a morte? Talvez mais o erro
de não morrer, ou de partir
quando ainda ecoam promessas,
ou então tarde — soterrado em silêncio,
só ocupando o ar de quem respira por inteiro.

Queria partir no compasso certo,
quando ainda se nota minha ausência,
mas não tarde demais a ponto
de ser alívio e não lembrança.

Que sobrem uns poucos que, sem afeto,
ainda me lancem um olhar torto —
porque amar de verdade
exige também saber o peso do desprezo.

E se nada mais restar de mim,
que fiquem estas linhas dispersas,
talvez num papel amarelado,
ou na leveza de uma nuvem digital,
soprando um sopro meu
em quem se dispuser a escutar.

Roberval Pedro Culpi

Inserida por RCULPI

Texto: Voz ao fundo
Autor: Levy Cosmo Silva


Tenho que sair disso tudo
De tudo o que é negativo
Ainda que pareça absurdo
Cuidado com seus ditos amigos.


Clamo a pedir sabedoria
Para encarar qualquer dilema
Sempre a desafiar nosso dia 
Nos livrando do mau esquema


O que me lembra o sistema?
Injustiça, corrupção, violência
Todos sabem a raiz do problema
E se acomodam com a indecência


Repare no hospital e vai ver
O mesmo está nas escolas
Toda estrutura a perecer
A culpa é dos pedintes de esmolas?


A sociedade alimenta o mal
Em busca de maior lucro
Pensando ser isso normal
Assim vão acabando o mundo


Nada de se conformar
Resista de servir a elite
Temos o poder de fiscalizar
Lutemos contra o mal que persiste.


(Levy Cosmo Silva)

Inserida por levy_cosmo

Carta ao Tempo

Meu caro Tempo,  

Confesso que não sei se te temo ou te desafio. A morte? Ora, a morte é só um ponto final mal colocado, e eu, como bom desleixado, sempre preferi as reticências... O que me assusta mesmo é a tua ironia: morrer cedo demais, deixando a mesa posta e o vinho por abrir, ou tarde demais, quando já não há convivas, só pratos vazios e um relógio a tocar no vácuo.

Quero ir-me na hora certa — nem tão cedo que os meus ainda chorem de verdade, nem tão tarde que disfarcem o suspiro de alívio com flores murchas. E que sobrevivam alguns dos que desprezo, porque um homem sem rancores é como um mar sem maré: plano, previsível, incapaz daquela fúria que também ergue barcos.  

E quando enfim me dobrares a página, que fiquem umas poucas linhas minhas, rabiscadas num canto qualquer — num caderno esquecido, num email perdido na nuvem. Coisas que um dia alguém possa ler e pensar: *"Este aqui ainda respirava quando escreveu."*  

E aí, meu velho Tempo, terás cumprido teu ofício sem me fazer covarde ou caricatura.  

Assinado,  
Um que ainda não acabou de chegar

Roberval Pedro Culpi

Inserida por RCULPI