Pensamentos Mais Recentes
Eu sou tão desprezível que mereço algo igualmente ruim.
Eu sou tão bom que mereço algo excelente.
A verdade é essa.
Cada um tem o que merece, se a exigência for baixa ao aceitar coisas ou pessoas ruins para si, então isso define muito o valor que alguém da para si mesmo.
Eu nunca gostei dos mocinhos.
Os vilões sempre me atraíram mais — talvez por trazerem verdade, intensidade, perigo e alma.
E se isso for um desvio de caráter… é o meu desvio favorito.
Tatianne Ernesto S. Passaes
Meu e seu.
Sem plateia, sem testemunha, sem tradução.
O que escrevemos aqui não pertence ao tempo,
nem ao olhar de ninguém —
é só a marca do que foi sentido na carne,
na calma dele e na minha intensidade.
Eternizei porque doeu bonito,
porque curou devagar,
porque amou sem pedir licença.
Este registro não é público:
é relicário.
Se um dia o mundo for barulho,
que estas páginas sejam refúgio.
Meu e seu.
Para sempre no que não precisa ser dito,
mas só reconhecido.
Tatianne Ernesto S. Passaes
A LÂMPADA PERPÉTUA DO ESPÍRITO EM ASCENSÃO.
No solo fértil do Espiritismo, o campo moral revela-se como uma primavera constante, onde indagações e buscas se movem em harmonia com a lei do progresso. A estação que retorna, sempre mais clara, reflete o desvanecer gradual do homem velho, cuja sombra se afasta diante da luz cristã que se projeta com rigor e serenidade.
A marcha do Espírito delineia-se como processo de depuração contínua, sustentado pela disciplina íntima e pela ordem moral que atravessa os séculos. A coerência torna-se patrimônio sagrado, herança que não pode ser negligenciada. A geração vindoura aproxima-se, ávida por fundamentos sólidos, exigindo que o legado seja transmitido com gravidade, lucidez e fidelidade aos princípios revelados.
Nenhuma doutrina se mantém viva apenas pelas teorias que abriga; sustenta-se pela integridade que lhe confere substância. A continuidade do ensino espiritual requer firmeza ética, clareza de pensamento e respeito à tradição que moldou a consciência racional e sensível do Espiritismo. Cada gesto coerente ergue um marco, cada palavra reta preserva a lâmpada moral que deve seguir acesa através das eras.
A marcha coletiva segue adiante, silenciosa e austera, conduzida pelo brilho das leis universais. Que o fulgor dessa trajetória mantenha acesa a chama que, ao ultrapassar os limites do tempo, reafirma a vocação luminosa do Espírito rumo à sua perpetuidade ascendente.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro .
Para alugar as cabeças dos seus asseclas, os políticos-influencers são capazes de qualquer coisa, inclusive deixá-los acreditar que ainda pensam.
A Vertigem da História e o Sussurro do Amanhã
Vivemos sob o despotismo do Agora, mas ele é um tirano feito de instabilidade. A História, que antes avançava a passos largos de eras e impérios, hoje corre em um galope tecnológico, medido em ciclos de software e manchetes. Esta é a velocidade da História: não uma linha, mas uma espiral que se comprime, obrigando-nos a processar o século em uma década, o ano em um mês. O passado não se afasta; ele se torna obsoleto com uma rapidez vertiginosa.
É dessa aceleração que nasce o espanto do tempo.
O espanto não é apenas a surpresa, mas a vertigem existencial de quem se sente estrangeiro na própria contemporaneidade. O que era firme e fundamental ontem — a estrutura de um mercado, o modo de uma comunicação, a certeza de uma fronteira — desmorona sem aviso. O espanto é o choque entre a brevidade da vida humana individual e a violência da transformação coletiva. Sentimos o futuro nos ultrapassando antes mesmo que tenhamos compreendido o presente. É a sensação de que o chão da realidade é feito de areia movediça.
Mas a História, apesar de sua pressa, não é totalmente cega. Ela deixa sinais pelo caminho.
O futuro não chega com trombetas, mas como um ruído discreto nas margens do presente. Os sinais estão nas tecnologias marginais, nas ideias políticas consideradas radicais, nas fraturas sociais que ainda parecem pequenas demais para importar. São os precursores, as tendências incipientes que, ignoradas hoje, serão a regra amanhã.
O futuro não é algo que virá, mas algo que já está aqui, encapsulado como potencialidade dentro das fissuras do nosso Agora. Ele se manifesta como o paradoxo: quanto mais acelerado o tempo, mais urgente se torna a nossa capacidade de pausar e escutar os sussurros do amanhã no meio do turbilhão.
A sabedoria, portanto, não está em tentar parar o galope, mas em desenvolver a lucidez para identificar esses sinais quietos. É aceitar o espanto do tempo, reconhecer o trânsito veloz, e ainda assim, encontrar a âncora no presente para ler os avisos que o futuro, por pura necessidade lógica, é obrigado a deixar para trás.
A Ditadura do Vencimento
Não se engane, caro leitor. Não somos mais Homo sapiens. Somos, essencialmente, Homo Boléticus. Nossa vida não é medida em anos de felicidade ou de sabedoria adquirida; é contada na dolorosa sucessão de datas de vencimento.
O boleto não é apenas um pedaço de papel (ou, mais modernamente, um QR Code azul). Ele é o nosso antagonista existencial, a prova incontestável de que, no grande teatro da vida moderna, nosso papel é o de um mero alimentador de um dragão invisível chamado Sistema.
O ciclo começa sempre com a doce, breve ilusão. É o dia 5, ou 10, e a conta bancária está sorrindo para você. Por um breve, glorioso momento, você se sente um magnata, flertando com a ideia de comprar algo desnecessário. Mas o magnata dura pouco.
Mal o dinheiro assenta, e lá vem ele, o Mensageiro da Ruína, a notificação silenciosa no celular: Seu boleto da fatura X está disponível. É o chamado do dever. O dinheiro chegou com hora marcada e, antes que a endorfina do salário baixe, ele já tem donos mais urgentes que a sua alegria.
A pior parte é o Boleto Fantasma. Aquele que você não esperava, que se materializa na sua caixa de entrada, geralmente vindo de um serviço que você contratou em 2017 e jurava ter cancelado. Ele surge como um fantasma vingativo, exigindo não apenas dinheiro, mas também a humilhação de ter que ligar para o atendimento ao cliente.
E quando finalmente chega o Dia D (Dia de Desembolsar), a cena se repete: você entra no aplicativo do banco e executa o balé da quitação. É um ritual de sacrifício. A cada confirmação, um pedacinho da sua alma — ou, pelo menos, do seu churrasco de domingo — se esvai. Você paga o aluguel, o plano de saúde, o streaming que você não assiste e, finalmente, a conta de luz, que sempre parece estar cobrando o custo da sua culpa por ter deixado o carregador na tomada.
O ápice cômico-trágico é quando, após pagar rigorosamente todas as contas, você olha para o extrato e percebe: você trocou todo o seu trabalho mensal pela permissão de continuar trabalhando no próximo mês. A vida moderna não é sobre acumular riqueza; é sobre zerar dívidas para que novas dívidas possam surgir.
O boleto é a única prova de que você existe e consome, e isso, de alguma forma, nos conforta. É a nossa âncora na realidade.
No fim, a gente se deita, suspira aliviado por ter vencido o mês, e mal a cabeça toca o travesseiro, o cérebro sussurra: Só mais 30 dias... E o IPTU, você já viu?
A vida é isso: a arte de sobreviver entre um vencimento e outro. E a única certeza que temos é que, enquanto houver vida, haverá boletos. É a nossa maldição e nossa métrica.
Entre erros, tropeços e curvas da vida, você foi a minha escolha — talvez a mais bonita que o destino poderia ter me dado.
O tempo passou, mostrou nossas luzes e nossas sombras… e mesmo assim, permanecemos. Porque o amor, o de verdade, não é feito de perfeição — é feito de aceitação, de olhar o outro com alma, e ainda assim escolher ficar.
Nós nos aceitamos como somos, mesmo conhecendo — e com o tempo, descobrindo — a pior parte um do outro. E é nesse reconhecimento que o amor amadurece, ganha raízes e cria morada.
Em meio ao caos, encontrei em você a calma. No barulho do mundo, o silêncio que me entende. No frio, o abrigo. E em cada recomeço, a certeza: é aqui que eu quero estar.
Hoje é mais um ano da nossa história… um lembrete de que amar é escolher, todos os dias, mesmo quando é difícil. E eu sigo escolhendo você — com o mesmo coração, só que mais inteiro, mais consciente, mais seu.
Porque o amor que a gente construiu não precisa ser perfeito — só precisa ser verdadeiro. E o nosso é.
Tatianne Ernesto S. Passaes
A maturidade emocional é uma das conquistas mais silenciosas e, ao mesmo tempo, mais revolucionárias da vida. Não se trata de apagar sentimentos ou fingir indiferença diante do caos, mas de aprender a conviver com eles sem se perder. É como caminhar por uma cidade barulhenta e, ainda assim, manter dentro de si um espaço de calma, onde o ruído não alcança.
Ela nasce quando entendemos que não temos controle sobre o comportamento dos outros, mas temos controle sobre nossas respostas. É nesse intervalo entre o estímulo e a reação que mora a liberdade. Quando alguém nos critica, provoca ou decepciona, podemos escolher se vamos entregar nossa paz ao impulso ou se vamos respirar fundo e responder com consciência. Essa escolha, repetida dia após dia, é o que nos fortalece.
Ser emocionalmente maduro é aceitar que a vida não se curva às nossas expectativas. É perceber que insistir em ter sempre razão, em esperar que os outros ajam como nós agiríamos, é uma prisão invisível. A maturidade nos convida a soltar esse peso, a abandonar o rancor e a transformar a raiva em aprendizado. Não significa tolerar injustiças ou se calar diante do que fere nossos valores, mas sim escolher batalhas com sabedoria, preservando aquilo que é mais precioso: a paz interior.
Na prática, maturidade emocional é pausar antes de responder, é nomear o que sentimos para não sermos reféns da emoção, é enxergar na crítica uma oportunidade de crescimento, é usar o silêncio como escudo quando a provocação não merece resposta. É agradecer pelo que temos mesmo nos dias difíceis, porque a gratidão dissolve a raiva e abre espaço para a serenidade.
No fundo, maturidade emocional é a arte de viver com leveza em meio ao peso do mundo. É a coragem de olhar para dentro e reconhecer que a verdadeira força não está em controlar os outros, mas em dominar a si mesmo. E quando aprendemos isso, descobrimos que a paz não é um acaso, mas uma escolha diária — uma escolha que nos liberta.
Tatianne Ernesto S. Passaes
Muitos já me disseram que eu nasci para escrever. As palavras sempre me acompanharam, como se fossem estrelas guiando meus passos. Tenho páginas soltas, pensamentos guardados, histórias que pedem para existir. E ainda assim, não criei coragem de transformá-las em um livro. Talvez porque escrever seja também se expor, talvez porque o silêncio ainda me proteja. Mas quem sabe… um dia essas palavras encontrem asas e voem para o mundo.
Tatianne Ernesto S. Passaes
Me lembro de quando a conheci. Ela era bela, mas não só de corpo, mas de alma. Era gentil para todos, demonstrava carinho a crianças que não sabiam o que era a gentileza, dava atenção a idosos abandonados pela família. Tinha uma alegria contagiante, um sorriso elegante, com lábios grandes e carnudos, de um rosa suave e gentil. Sentia tanta vontade de tocar, beijar e até morder. Diferente de seus olhos, que eram castanhos, de uma profundeza gigantesca. Neles eu via vida, paixão e emoção. Ela tinha também um lindo cabelo ondulado, tão negro. Tudo isso, junto à sua pele de mulata, criava a mulher mais bela de todas.
Porém, me faltou coragem para falar com ela. Quando percebi, já tinha passado muito tempo. Ela já tinha namorado, noivado e casado. Eu apenas a observei. E fiquei parado no tempo: sozinho, abandonado e esquecido.
Porém, jamais a esquecerei
Eu amo o jeito como você me acalma sem esforço, como me faz rir até quando o dia foi pesado, como entende meus silêncios e preenche meus vazios.
Você é calma, e eu sou intensidade — e é justamente aí que mora a nossa magia. Você me dá equilíbrio, eu te dou fogo, e juntos a gente cria um amor que não passa despercebido, que ninguém explica, só sente.
Tatianne Ernesto S. Passaes
Tem coisas que eu sinto por você que nem cabem nas palavras, mas ainda assim eu tento, porque você merece saber o quanto transforma meu mundo. Quando você me abraça, tudo desacelera; quando você me olha, tudo ganha vida de novo. É como se o caos em mim encontrasse descanso no simples fato de você existir.
Tatianne Ernesto S. Passaes
Abandonar-me aos teus trejeitos
masculinos, protetores intensos
e abrir espaços para ser a cúrcura
sussurrante das tuas adoráveis folias,
Ser a indelével e indivisível ternura
de cada uma das tuas doces manias.
Reinventar-me a cada instante,
no teu coração ser Sapucaia florida
e o teu mais precioso romance,
O encanto constante pelo teu aroma
há de ser o meu viciante feliz sintoma.
Embora esteja escrevendo o que há de ser,
na verdade, está acontecendo dentro,
algo muito peculiar que tem revelado
de maneira inexplicável como doce tormento.
Com você, eu me sinto inteira.
Com você, tudo é mais bonito, mais vivo, mais nosso.
Você é o meu refúgio, o meu desejo, o meu lar em forma de pessoa. É a paz que me acolhe e a paixão que me acende.
Eu sou sua — de corpo, alma e coração.
E amar você é a melhor parte de mim.
Tatianne Ernesto S. Passaes
"Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento" (Provérbios 3:5)
Confissões de uma Fé Inabalável
Eu rendo minha absoluta confiança ao que é comprovadamente falho.
Eu confio nas cartas metodicamente marcadas do jogo,
nos sorrisos límpidos dos políticos recém-eleitos
e nas mãos estendidas, já bem entendidas, a pedir meu ouro em todas as esquinas.
Eu confio na sorte grande e na alquimia silenciosa dos banqueiros em fazer dinheiro
a partir de juros que jamais poderei entender ou pagar.
Eu confio, sobretudo, nas mãos entendidas que, com uma, distribuem o sopão ao necessitado,
e com a outra, rapidamente recolhem o troco a mais dado pelo caixa distraído.
Eu confio no criminoso que mantém um código de honra limitado,
e naqueles arautos da fé que nos prometem o céu enquanto filipendiam a alma
para, em seguida, arremessá-la ao inferno como um brinquedo usado.
Eu acredito e ponho a mão no fogo nas pessoas maldizentes,
naquelas que não deixam escapar um só fio de maldade sutil
na hora da conversa trivial nos cafés.
Eu acredito fervorosamente na Justiça que, com um aceno,
solta o malfeitor que ceifou a vida de um trabalhador,
deixando a miséria da viuvez e a dor da orfandade como herança.
Eu confio na cortesia eloquente do loquaz,
que busca arrebanhar meu suor sagrado
em troca de um produto etéreo que só existe em sua promessa.
Eu acredito em um mundo onde as guerras que matam inocentes irão, de fato, resolver nossos problemas.
Eu acredito no Papai Noel, coelhinhos da Páscoa, em gnomos e fadas.
Eu acredito em um mundo melhor, onde a grama do vizinho é seca e a minha é verde.
Eu sempre acredito piamente em um mundo melhor.
Eu acredito num mundo onde os pais obedecem os filhos e são espancados por eles.
Acredito piamente que quando acordo todos os dias, todas as pessoas são menos inteligentes do que eu e devem, portanto, aceitar e acreditar no que eu acredito.
Eu acredito na beleza vertiginosa de tudo que me dá prazer imediato,
depois de ver meu suor e sangue sagrado
esvaírem-se em poucos minutos,
diluídos em uma noite de luxúrias vazias.
E finalmente, com a mais sombria convicção:
Eu acredito naquilo que me tira a paz, que está tirando,
porque mereço sofrer, ser insultado e suportar todo escárnio.
Com uma convicção quase religiosa,
eu confio em tudo o que me rouba a visão e a simples,
egoísta e cansativa tarefa de focar no meu próprio bem-estar.
Vivemos acorrentados ao que já sabemos. O dia em que você disser "Eu sei de tudo" é o dia em que você parou de viver, começou a estagnar.
A maior escuridão que enfrentamos não está fora, mas na nossa recusa em acender a luz da autocrítica. A vida não examinada é apenas um longo e caro sono.
