Pensamentos Mais Recentes
"Há pessoas que não suportam as Frases de Verdades deste 'umilde' que vos digita. Será que é porque eu sou 'umilde' pra burro? Será? 'O que será que será?' "
Texto Meu No.1128 (Ano 2022)
USE, MAS DÊ BOM EXEMPLO
CITE A FONTE E O AUTOR
A vida é como andar de bicicleta. Para manter o equilíbrio, você precisa continuar se movendo."
É uma lembrança poderosa de que mesmo nos momentos difíceis, seguir em frente é o que nos mantém firmes. 🚴✨
Que a noite seja um abraço de calma depois de um dia cheio de pensamentos. O sono é como um rio silencioso que leva embora as preocupações e devolve a paz. Permita-se descansar, porque até os sonhos precisam de espaço para florescer.
Durma com a certeza de que amanhã é uma nova página, pronta para ser escrita com esperança e serenidade. ✨
A vida é feita de ciclos: alguns se fecham, outros se abrem diante de nós. O segredo está em aceitar o que termina e confiar no que começa. Cada despedida carrega sementes de novos encontros, e cada silêncio guarda a chance de ouvir melhor a si mesmo.
Não tenha medo do desconhecido — é nele que moram as maiores descobertas. 🌱
Às vezes, a vida parece correr tão rápido que esquecemos de olhar para dentro. Cada conquista, cada tropeço, cada silêncio carrega um aprendizado. O que hoje parece dor pode ser amanhã força; o que hoje parece pequeno pode ser o início de algo grandioso.
Respire fundo, valorize os instantes simples e lembre-se: o tempo não volta, mas sempre nos dá a chance de recomeçar. 🌿
O CHAMADO CREPUSCULAR DA ALMA ANTIGA.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.
Do Livro: Primavera De Solidão. Ano: 1990.
Manhumirim - MG.
A saudade ergue-se como figura velada que atravessa lentamente as câmaras internas do ser
Arrasta consigo o peso das horas não vividas e o eco das presenças que cessaram de respirar ao nosso lado.
Não possui voz audível.
Insinua-se como sopro que roça o espírito.
Um murmúrio que fere com doçura.
Cada lembrança torna-se pétala escura repousada sobre o peito.
Nesse sentimento não há desespero
Há gravidade.
Uma melancolia digna que se reveste de nobreza por tocar o que houve de mais verdadeiro na experiência humana.
Ela aproxima-se com passos suspensos.
Traz nos dedos o pó das memórias sorrindo aos ares.
Acende no pensamento a chama pálida dos instantes julgados extintos.
No âmago dessa vivência a saudade revela-se fenômeno psicológico e espiritual porque se ama nessa dimensão.
Não deseja destruir.
Deseja recordar.
Deseja restaurar o sentido do que fomos ao caminhar alhures.
Conduz o olhar ao útero distante e íntimo onde repousam as próprias sombras filhas de si mesmas.
É lamento silencioso porque nasce no interior onde a linguagem não alcança somente brinca, também chora e recolhe-se na penumbra.
É lúgubre porque conhece a profundidade do tempo com o seu corte lento constante e implacável amigo.
Quando grita dentro de nós não há violência.
Há convocação.
Como se o interior do ser abrisse uma porta antiga sem a chave certa ou já perdida e ignorada.
Por ela penetra uma presença que não pretende partir é mister ficar um pouco na dor.
Nesse encontro sutil compreende-se que não sofremos pela ausência.
Sofremos pelo significado que ela deixou impregnado por todos os meandros.
Gravado como marca indelével nas paredes do espírito em constante fuga , mas que fica.
E assim mesmo envolta em sombras essa voz crepuscular eleva o ser à dignidade silenciosa de continuar fiel àquilo que o tempo jamais conseguiu apagar.
Eis o epitáfio: " Fiel ao seu gênio , fiel a si mesmo. "
Ah! Se os homens conhecessem e praticassem a verdade, a graça e a justiça, o mundo seria melhor, sem guerras, mentiras e egoísmo.
"Invisto tudo em mim, só em mim, pois, se eu morrer um dia, só terei a mim mesmo a me acompanhar para o Além. Sei bem que nenhum amigo (ou inimigo) quererá ir comigo. Não quererá mesmo, ingratos!"
Texto Meu No.1127 (Ano 2022)
USE, MAS DÊ BOM EXEMPLO
CITE A FONTE E O AUTOR
"Lembre-se, as pombas voarão quando o milho acabar, mas para que haja lembranças, os momentos precisam ser passageiros."
ANTROPOFAGIA, PUNIÇÃO E PROGRESSO NA REVISTA ESPÍRITA.
Autor Pesquisador: Marcelo Caetano Monteiro
Na Revista Espírita de 1866, Allan Kardec empreende um esforço doutrinário de alta precisão conceitual ao abordar temas sensíveis à moral, à antropologia e à psicologia espiritual de seu tempo. Entre eles destacam-se a análise da antropofagia, o esclarecimento semântico do termo “punido” e o chamado Exame Crítico sobre os Animais, todos articulados sob a égide das leis morais universais que regem o progresso do Espírito. Kardec não escreve para chocar, mas para depurar conceitos, libertando-os das leituras teológicas arcaicas e das interpretações passionais que obscureciam a razão espiritual no século XIX.
Ao tratar da antropofagia, Kardec não a reduz a um ato meramente fisiológico ou monstruoso. Sua análise é de natureza antropológica e espiritual. Ele a insere no contexto das sociedades primitivas, onde o instinto ainda prevalecia sobre a razão moral e onde práticas simbólicas eram confundidas com atos religiosos ou mágicos. Kardec demonstra que tais costumes não surgem do mal absoluto, mas da ignorância espiritual própria de estágios evolutivos iniciais. O ato antropofágico, sob essa ótica, não é defendido nem relativizado moralmente, mas compreendido como expressão de um Espírito ainda submetido às forças instintivas, anterior ao pleno despertar da consciência ética. Essa abordagem encontra respaldo nos princípios expostos em O Livro dos Espíritos, especialmente nas questões relativas ao progresso intelectual antecedendo o progresso moral, publicadas em 1857.
No que se refere ao uso do termo “punido”, Kardec realiza, em estudos posteriores à década de 1860, um esclarecimento de grande relevância filosófica e psicológica. A palavra, utilizada em edições anteriores da Revista Espírita, havia sido interpretada segundo a lógica do castigo eterno, herança direta da teologia dogmática. Kardec corrige essa leitura e afirma que, no Espiritismo, punição não significa vingança divina nem condenação perpétua. Trata-se, antes, da consequência natural e pedagógica da lei de causa e efeito. O Espírito sofre não porque Deus o castiga, mas porque colhe os frutos de seus próprios atos, conforme ensinado reiteradamente na Revista Espírita de 1860 e reafirmado em 1866.
Sob esse prisma, a punição é essencialmente educativa. Kardec exemplifica que um Espírito que tenha cometido crimes graves pode, em reencarnações subsequentes, experimentar provas menos severas, porém ainda corretivas, como aquele que, tendo sido assassino, renasce em condições morais inferiores para aprender, gradualmente, o respeito à vida e à lei. Esse processo não é regressão espiritual, mas reeducação da consciência. Psicologicamente, trata-se de um mecanismo de reconstrução do senso moral, onde o sofrimento não é um fim, mas um meio transitório para o arrependimento lúcido e a regeneração íntima, conforme os princípios expostos em O Céu e o Inferno, publicado em 1865.
No Exame Crítico sobre os Animais, desenvolvido entre 1860 e 1866, Kardec avança ainda mais ao enfrentar uma questão delicada para a filosofia e para a ciência moral de sua época. Ele questiona a natureza do princípio inteligente nos animais, evitando tanto o materialismo reducionista quanto o antropomorfismo ingênuo. Kardec afirma que os animais possuem um princípio espiritual em elaboração, distinto da alma humana, mas igualmente submetido à lei de progresso. Não há identidade entre a alma do homem e a do animal, mas há continuidade no princípio inteligente que se desenvolve gradualmente ao longo das eras.
Nesse contexto, Kardec esclarece que os sofrimentos no reino animal não podem ser compreendidos como punições morais, pois lhes falta a consciência do bem e do mal. Tratam-se de mecanismos naturais de aprendizado instintivo, indispensáveis à preservação da espécie e ao aperfeiçoamento das faculdades sensoriais. Essa concepção está em consonância com as questões 597 a 600 de O Livro dos Espíritos, onde se afirma que os animais progridem, mas não pela via da responsabilidade moral, e sim por experiências que lhes desenvolvem a inteligência rudimentar.
Assim, a Revista Espírita revela-se um verdadeiro laboratório doutrinário, no qual Kardec refina conceitos, corrige interpretações e consolida uma visão profundamente ética do universo espiritual. Punição, nesse sistema, é sempre consequência educativa. Antropofagia é expressão de um estágio evolutivo primitivo, não de uma perversidade essencial. Os animais, por sua vez, participam do grande movimento ascensional da vida, cada qual em sua escala e finalidade. Nada está condenado ao mal eterno, tudo está destinado ao aperfeiçoamento progressivo da consciência, porque a justiça divina não castiga para destruir, mas educa para elevar, e essa verdade permanece como uma das mais altas conquistas do pensamento espiritual humano.
Teus olhos sabem coisas
que o mundo ainda não aprendeu a dizer.
Quando me olhas, tua alma se adianta
e me toca antes de qualquer palavra.
Teus olhos não apenas olham,
eles atravessam.
Há neles uma luz que desnuda o mundo
e um silêncio que diz tudo o que a boca não ousa.
Quando me encontro no teu olhar,
entendo que beleza não é forma,
é profundidade.
É alma transbordando sem pedir permissão.
Teus olhos carregam verdades antigas,
dessas que não se aprendem, se reconhecem.
E quem os encara por tempo demais
não sai ileso,
leva um pouco de ti para sempre.
Porque o teu olhar não seduz,
ele revela.
E ao revelar tua alma tão clara,
faz da intensidade
a sua forma mais bonita de existir.
VICTORIA DOCINHO
Victoria, meu docinho encantado.
Nos teus olhos vejo um céu estrelado;
em seu âmago, contemplo uma doce ternura em forma de flor.
Teu nome já canta um hino de amor.
Com sorriso que acende manhãs,
brilha mais que mil joias cristãs.
Teu jeitinho suave, puro e leal
é abraço que cura, é toque sem igual
que afasta minha essência do mal.
Victoria, meu raio de sol em doçura,
tua presença é linda, leve e segura.
Tens no riso a chave da alegria
e, no olhar, o brilho da poesia.
Docinho que a vida me concedeu com fervor,
encantando caminhos com seu calor.
Meu coração dança em doce harmonia
toda vez que ouço:
“Victoria, tenha um dia de plena alegria!”
Não era falta de amor próprio. Era a história pesando nos ombros.
Disseram que o problema estava nelas, mas nunca falaram das portas fechadas, dos corpos controlados, do medo herdado das que foram silenciadas antes. O sistema mudou o discurso, não a intenção: afastar, culpar, punir.
Quando o amparo falha, a violência aparece, e depois perguntam por que ela não saiu.
O feminismo nasce desse cansaço antigo, não como moda, mas como sobrevivência.
Enquanto tentarem calar as mulheres, cada voz erguida seguirá sendo resistência.
Ame o próximo como a ti
mesmo, a convivência possui
um Pilar de respeito mútuo, é
a base para a "Ciência do Bem
Viver".
In: "Espiritual"
Na lateral da poltrona, onde descanso meu corpo da existência, está a porta do banheiro, onde muito bem centralizado há um quadro. Uma onça expressiva, com olhar vibrante, onde o amarelo envelhecido contrasta com o fundo preto. Olho para a onça e a onça me olha, sem sabermos quem será o predador da vez. Em frente da poltrona há outro quadro. Uma releitura mal feita de uma pintura de Monet. Há no campo de visão uma mesa, onde repousam três livros, que me lembram que eu deixei a leitura pela metade. O porcelanato brilhante no chão constrata com os móveis baratos do quarto. Do outro lado da poltrona há uma cama, que me lembra que eu tenho dormido demais. A casa está muito limpa, contrastando com o fato de eu não ter tomado banho hoje. Intervalo meu tempo entre momentos de um tédio sufocante e pequenos entusiasmos, que encontro em atividades banais. A mente está mais tranquila, após a catarse de escrever um texto grotesco, que assustaria quem me vê assim tão dócil. A televisão está ligada com o som no silencioso, e em um olhar rápido vejo o Roberto Carlos, pois é véspera de Natal. Embaixo do apartamento, há uma casa de festas e sou obrigada a ouvir "Parabéns pra você" todos os dias. As noites passo insone, já que tenho trocado o dia pela noite. Apesar de tudo me sinto feliz, pois estou presa em minha casa, mas tenho a chave da porta, e pra rimar, é isso que importa. A Bíblia em cima da mesa me lembra minha falta de fé, apesar de buscá-la bastante, lendo em aramaico, idioma que desconheço. Por uma velha submissão, peço perdão pelo texto anterior, em que escancaro a podridão humana. Eu não precisava ter sido tão literal assim. Mas fui. É véspera de Natal e eu peço a Deus que perdoe meus pecados e meu cinismo. E que um dia eu encontre Jesus.
Estrada da Vida
Na estrada da vida, começamos a viagem carregando beleza, pureza e sonhos.
Os primeiros quilômetros surgem cheios de costelas de burro, sacudindo a alma e testando a coragem.
Seguimos assim, ano após ano, atravessando curvas inesperadas, subidas cansativas e retas que parecem nunca terminar.
E então, um dia, percebemos que talvez estejamos nos aproximando do trecho final.
Mas, em vez de acelerar, a sabedoria nos convida a reduzir a marcha.
Afinal, é quando desaceleramos que a paisagem revela sua verdadeira beleza —
e a vida, enfim, mostra o valor de cada detalhe que antes passava despercebido.
Cléber Novais.
